Vocês podem me perguntar sobre as laranjas que não existem na rua de Laranjeiras que eu não ligo não!… Podem me pedir explicações sobre suas araras e seus cajueiros que saberei dizer tim-tim-por-tim-tim… Que até insistam em descobrir coisas novas na Atalaia Nova e as coisas antigas da Atalaia Velha que eu acharei graça… e que graça têm as nossas praças todas elas ao longo do rio… E a avenida Beira Mar? Com o mar tão distante dela. Só mesmo em Aracaju…, tudo bem eu aceito a crítica… mas tem a questão das marés que deslocaram a barra do rio e me aterraram a Praia Formosa… sei lá… podem até sorrir… Mas não me venham querer levantar argumentos técnicos-arquitetônicos, questões urbanísticas e de engenharia, visões dogmáticas do universo acadêmico, citar parâmetros sociais ou psicológicos para me justificar a desnecessária razão de sua existência… que eu não darei ouvidos… afinal ela já faz parte há muito tempo do nosso subconsciente coletivo. Eu estou falando da minha, da sua, da nossa ponte que se enamora da cidade, ali, debruçada romanticamente sobre o Rio Sergipe… E fico a imaginar quão festiva ocasião foi a sua inauguração…que iluminada ocasião: retreta, banda de música, roupas da moda, figurinos elegantíssimos, conversas amiúdes, discursos políticos e a visita histórica do nosso ilustre monarca D. Pedro, Imperador do Brasil… Também, não me importa se ela chegou a ser usada ou não um dia, se ela não é lá essa obra prima da arquitetura contemporânea, moderna ou clássica, ou até mesmo um marco significativo na construção civil, não me importa se ela tem valor econômico ou não….mas eu tenho certeza que saberei dizer com toda força da minha razão, que ela é a testemunha de nossa história, a testemunha ocular de nosso dia-a-dia, teatro e arena da vida desta cidade, e mais, que ela é a porta de nossa alma brejeira e interiorana e que mesmo nos ligando ao passado nos ajuda a prospectar o futuro …e quiçá não seja ela a mais bela porta de Aracaju….e arrisco em dizer que quem quiser te conhecer melhor, Aracaju, terá que entrar pela PONTE DO IMPERADOR! Por isso eu me pergunto, e desafio vocês, será que alguém já imaginou, algum dia a cidade do Rio de Janeiro sem o morro do Pão de Açúcar ou mesmo sem o Cristo Redentor ? Paris sem as suas luzes…Paris sem a torre Eiffel… E Veneza? …imaginar Veneza sem os seus canais ? Não quero que pensem que eu sou ranzinza ou provinciano, nem bairrista de carteirinha, mas, eu não vejo Aracaju sem ela… e quero que vocês todos também a vejam, se preciso for, que vejam com os meus olhos… e aproveito para convidar você e todo mundo… venham todos comigo…. vamos juntos penetrar na alma de nossa Aracaju…para saber amá-la mais e melhor, entrando por sua porta principal… a PONTE DO IMPERADOR!! Autor: Athar Z. / Aderbal Bastos Barroso 10º colocado no 2º Concurso de Crônicas sobre a cidade de Aracaju
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