Robinho: “Meu sonho é ser campeão do mundo”

“Não chegar à final seria difícil de engolir, pois espera-se que o Brasil vença todas as competições, sobretudo a Copa do Mundo”, Robinho diz ao FIFAworldcup.com. E embora o atacante de quadris estreitos tenha grandes sonhos, ele não pressupõe nada e afirma com veemência que, diante de tanto favoritismo, a tarefa está longe de ser fácil: “Para mim, os times apenas são favoritos fora do campo. Depois que o jogo começa, são onze contra onze. Acredito que o Brasil possa vencer qualquer time por aí, mas também creio que podemos perder para qualquer um deles, e é por isso que precisamos manter a humildade e os pés no chão”.

“Sabemos que há algumas equipes fortíssimas que sempre se apresentam bem nessas competições, países como a Argentina, a Inglaterra e a Alemanha, que ainda tem a vantagem de jogar em casa, diante de seus torcedores apaixonados. Apesar de tudo isso, o Brasil é bom o suficiente para vencer qualquer time”, reafirma o jovem talentoso.

Quando Robinho tinha seis anos, ele já encantava com suas sensacionais aptidões com a bola, e não foi nenhuma surpresa o fato de o Santos tê-lo admitido em sua escola de juvenis na primeira oportunidade que surgiu. Quando lhe perguntaram, recentemente, sobre as chances do jovem, o lendário brasileiro Pelé, ele mesmo formado pelo Santos, disse modestamente: “Ele tem todas as qualidades necessárias para ser melhor do que eu”. Quando mencionamos isso a Robinho, visivelmente constrangido, o jogador responde: “Não gosto muito de comparações, embora me sinta orgulhoso de ouvir coisas assim. Contudo, Pelé é Pelé: incomparável e único”.

No verão passado, depois de cinco anos no Santos, o jogador, então com 21 anos, resolveu tentar a sorte na Europa com a transferência para o gigante espanhol, Real Madrid, que ele recentemente ajudou a garantir o segundo lugar em La Liga. “Não ganhamos nada (nesta temporada), mas trabalhamos com afinco. A equipe não anda bem ultimamente, mas na próxima temporada vamos melhorar e conquistar títulos para nossos torcedores”, promete o jogador.

Na vida pessoal, foi um bom ano para o brasileiro. “Acho que deu tudo certo, considerando-se que foi minha primeira temporada, embora eu ainda tenha muito mais para dar. Sou capaz de fazer muito mais e continuarei trabalhando com dedicação com esse objetivo em mente. A Espanha é um país que tem grande afinidade com o futebol brasileiro, e quanto mais eu jogar aqui, mais serei beneficiado”, diz o ás do Madrid, que já conquistou uma multidão de novos fãs com seus passes, suas corridas ziguezagueantes e suas jogadas brilhantes.

“Ronaldo é o melhor atacante do mundo. Todos também estavam preocupados com ele antes da última Copa do Mundo, pois se recuperava de uma lesão gravíssima, mas acabou sendo o melhor jogador da competição. Os torcedores precisam entender que, embora ele não esteja fisicamente bem nesta temporada, quando chegar à Alemanha, ele retomará sua melhor forma e fará o máximo para jogar bem e marcar gols. Ronaldo é Ronaldo”, ele diz com convicção.

Em 2002, ele acompanhou a Copa do Mundo da FIFA, pela televisão, no Brasil, mal podendo imaginar que, três anos depois, estaria vestindo a premiada camisa verde-amarela e encantando os torcedores, a caminho da glória, na Copa das Confederações da FIFA. “Foi uma experiência importantíssima para a seleção brasileira, e uma competição acirrada. Obviamente, o desafio não é tão grande quanto o de uma Copa do Mundo, mas mesmo assim foi um excelente aprendizado”.

Os hábitos do grupo certamente não são o que se poderia chamar de hábitos comuns. Nada de silêncio contemplativo no ônibus à medida que o time se aproxima de seu encontro com o destino. Ao contrário, uma cacofonia de sons gerados por agogôs, tambores e tamborins – todos os instrumentos necessários para um samba que se preze – é o que eles mais gostam.

“Costumamos ouvir música, brincar e contar piadas antes de nossos jogos… Quando estamos em campo, jogando futebol, tentamos transmitir o mesmo prazer contagiante que sentimos por sermos amigos fora dali”, explica Robinho.

Apesar de todo o bom humor e confiança, até mesmo os poderosos brasileiros buscam uma força superior antes de entrar em campo: “Sempre pedimos a Deus que nos ajude e proteja, e que ajude e proteja os adversários, na esperança de que ninguém se machuque. Só depois é que corremos para jogar”, diz o atacante.

Dada sua natureza jovial e extrovertida, Robinho se sente muito à vontade nesse meio. “Sempre fui assim. Minha família está feliz e com saúde, e estou fazendo o que mais gosto: jogar futebol. É muito prazeroso. Você sabe, sou um cara alegre por natureza, por isso, quando estou entre amigos, é natural que as pessoas vejam como me sinto contente”.

Concluimos lhe perguntando sobre seus objetivos a curto prazo e essa simples menção faz seus olhos brilharem, esperançosos. “Minha meta pessoal é vencer a Copa do Mundo,” ele diz, confiante. “Depois disso, tenho certeza que terei outros sonhos para realizar, por exemplo, conquistar o prêmio de melhor jogador da competição”.