Ambos foram presos e perseguidos durante o periodo da ditadura (Fotos: Portal Infonet) |
O casal Tina Correia e Ancelmo Gois, ela escritora e ele jornalista, também foram vítimas da Ditadura Militar. Durante o período, foram perseguidos e presos por militares. Na manhã desta segunda-feira, 18, ambos prestaram depoimentos emocionados, em mais uma sessão da Comissão Estadual da Verdade, que ocorre no Museu da Gente Sergipama.
Anselmo e Tina participavam de movimentos estudantis na década de 60, quando foi instaurado o golpe militar. Anselmo foi preso por participar de passeatas contra a ditadura. “É fundamental que esses depoimentos fiquem para a história. Fomos perseguidos, presos e muitos companheiros foram torturados. Alguns deles, nem sabemos de seus paradeiros até hoje. Por isso, estar aqui contando o que aconteceu é muito importante", entende.
Já Tina, que também era chamada de Janete Correia de Melo, conta que foi presa durante um congresso de estudantes em 68. A escritora ficou encarcerada por oito dias e depois fugiu para o interior. Como Ancelmo, Tina também lamenta a morte de amigos. "É emocionante lembrar daquela época e ver hoje à Comissão da Verdade mostrando que a ditadura militar no Brasil praticou crimes. Eu fiquei presa por oito dias, mas diante de amigos mortos o que aconteceu comigo foi mínimo. Contudo, faria tudo de novo " diz.
Tina Correia foi presa durante um congresso de estudantes em 68 |
De acordo com a organização da comissão, cerca de 19 pessoas já foram ouvidas até agora, mais de 15 mil documentos já foram reunidos.
Comissão
A Comissão Estadual da Verdade, criada pelo governador Jackson Barreto, tem como objetivo realizar sessões públicas com vítimas da ditadura e busca colher depoimentos e reunir informações do regime militar referente aos anos de 1946 a 1988.
"Queremos formar um painel de depoimentos e principalmente criar fontes arquivistas para que as futuras gerações tenham ideia de como foi o regime autoritário. A ditadura foi de uma violência contra os valores fundamentais do ser humano”, disse o presidente da Comissão, Prof. Josué Modesto dos Passos Subrinho, ao destacar que os depoimentos serão colhidos até o dia 21 de julho.
Por Eliene Andrade
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