Bem que o prefeito Marcelo Déda tentou administrar o seu salário de R$ 12 mil e poucos, mas, diante da repercussão até nacional foi obrigado a desistir dele e anunciar ao povo de Aracaju que autorizou a Secretaria de Administração a imprimir o seu contra-cheque com o mesmo valor do que era pago à administração anterior. Não só o dele, mas também o do vice-prefeito. A enxurrada de críticas que recebeu – da revista Veja, do deputado José Genoíno, do seu correligionário Gilmar Carvalho – fez Déda refletir. O pronunciamento que ele fez para a população teve alguns raciocínios no mínimo curiosos. Por exemplo: o salário não era dele, de Déda, mas do Prefeito eleito em outubro último (que, por coincidência, é ele). Ele, Déda, precisava do salário para sobreviver, pois, como prefeito não pode advogar nem tem empresas que possam lhe sustentar. Uma outra coisa chamou a atenção no pronunciamento de Déda, aliás, um fato novo. Ele passou a se tratar não na primeira pessoa, mas na terceira pessoa. Em vez de dizer “eu” falava Marcelo Déda – uma prática que muitos políticos locais incorporaram ao seu dia a dia, a partir de José Almeida Lima. Mas não soa bem, diga-se a bem da verdade. Essa história de se tratar na 3ª pessoa mostra um pouco do egocentrismo do político e, naturalmente, os marketeiros deveriam orientar para ser evitada. Não é o que está acontecendo. E agora, até Déda está aderindo. Déda criticou aqueles que buscam erros no PT para compará-lo a outros partidos, a outros políticos. O problema é que durante 20 anos o PT bateu na tecla da moralidade administrativa e na diferença entre eles e outras agremiações políticas. Chegando ao poder o PT não deve ser diferente – TEM que ser diferente.
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