A Egbé Mostra de Cinema Negro sempre se apresentou como um espaço de aquilombamento e afeto, não sendo diferente durante os períodos mais críticos da pandemia do coronavírus. Durante os últimos dois anos, a mostra não deixou de acontecer, mas teve que se adaptar ao formato online. Nesta sétima edição, a Egbé acontece de forma híbrida, e na próxima quarta-feira, 13, no Museu da Gente Sergipana, a partir das 17h, um encontro recheado de muita cultura e celebração tomará o espaço.
Para Luciana Oliveira, coordenadora geral da Egbé, esse é um dia muito aguardado pela equipe. “Estamos muito ansiosos. Nesse momento presencial vão acontecer coisas que a gente sempre vivenciava como lançamento de filme e feirinha. Eram nesses encontros que o afeto era, de fato, partilhado pelos abraços, pelas trocas, então a gente vai sentir esse gostinho de volta”, afirmou entusiasmada.
A partir das 17h, começará a Feira do Mangaio, com vários expositores pretos e pretas nos estandes. “É importantíssimo esse evento presencial, não só para a feira, mas para a troca do afeto, da partilha, é o toque que a gente perdeu muito nesses dois anos de pandemia. Acredito que vai ser um evento único e de grandes trocas”, confirma Thati Negra Luz, idealizadora da Feira do Mangaio.
Estreia de Filme
Como uma mostra cinematográfica, esse retorno presencial não poderia acontecer sem a estreia de um filme. Às 19h, será lançado o curta “O ano que a onça descansou”, de Yersia Assis e Geilson Gomes. A produção importantíssima para a celebração e memória da história Afro Sergipana é contada a partir de lembranças sobre o Samba de Aboio – festa/culto a Santa Bárbara/Iansã – realizado no povoado de Aguada, em Carmópolis, interior de Sergipe. O filme revela as memórias de um samba que não aconteceu.
As motivações para o curta surgiram ainda em 2016, mas foi durante a pandemia, em 2020, que o roteiro foi ganhando novos contornos. “Em 2021, nos deparamos com a continuidade do processo pandêmico, então, o filme se torna sobre um momento muito específico em que o samba, a família Mota e Assis, a comunidade de Aguada, o próprio Terreiro de Iansã teve que enfrentar no sentido de entender que, por mais um ano, a festa não iria acontecer e o filme se torna ‘O ano que a onça descansou’. A onça é um instrumento muito importante e principal na hora do samba e foi mais um ano que ela não pode ecoar.” detalhou Yersia Assis.
Logo após a exibição do filme, haverá um bate-papo com os realizadores e, em seguida, apresentação do Samba de Aboio. “Estou considerando a quarta-feira e esse momento que vamos todas e todos estarmos juntos um momento de celebração desse legado da cultura Afro Sergipana, e de celebrar o fortalecimento do cinema negro sergipano com uma inscrição de uma mulher negra e vinda do interior para capital”, finaliza a diretora.
Serviço
Onde: Museu da Gente Sergipana
Quando: Quarta-feira, 13, a partir das 17h
Quanto: Entrada franca
Fonte: Assessoria de Imprensa
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