Sergipe celebra 202 anos de Emancipação Política; conheça a história

(Foto: Reprodução Google Maps)

Terra do Forró, do Barco de Fogo, dos Tototós, do Reisado, da Dança dos Parafusos, do Lambe Sujo e de personalidades importantíssimas como Zé Peixe, Maria Beatriz Nascimento, Maria Feliciana, Tobias Barreto e Silvio Romero, Sergipe alcança nesta sexta-feira, 8 de julho, 202 anos de Emancipação Política.

O Portal Infonet conversou com o professor de História da Universidade Tiradentes, Rony Rei Silva, que trouxe detalhes importante da independência do nosso estado.

A história da Emancipação de Sergipe, é marcada pela forte oposição do estado da Bahia em permitir o desmembramento, uma vez que Sergipe era responsável por um terço da produção açucareira do território baiano. Em 1696, as terras sergipanas começam a sentir o gosto da independência, quando surge mas vilas de Lagarto, Vila Nova do São Francisco, Itabaiana, Santa Luzia e Santo Amaro das Brotas, mas em 1763, elas voltam a pertencer a Bahia.

Por isso, apenas em 1820, é que de fato o território sergipano toma a sua independência, como explica o professor  Rony Rei Silva. “Essa data ficou marcada na história pela Carta Régia de Dom João VI, que eleva a categoria de emancipada à então Sergipe Del Rei em relação à Bahia. Essa carta é que garantiu a desanexação de Sergipe em relação à Bahia. Essa independência política e econômica do estado, foi uma retribuição de Dom João VI ao apoio de Sergipe na Revolução Pernambucana 1817”. O professor conta que a partir disso, diversas vilas começam a se desenvolver e se tornar cidade, entre elas, a capital da época, a cidade história de São Cristóvão, hoje Região Metropolitana da atual capital, Aracaju.

Curiosidades

Uma curiosidade sobre a Emancipação do nosso estado, é que ela não era comemorada no dia 8 de julho. “Até a década de 1990, era comemorada no dia 24 de outubro, a data da emancipação política de Sergipe, mas a Assembleia Legislativa do Estado retoma essa data do dia 08 de julho como a data da emancipação. E o dia 24 de outubro fica reservado para a nossa sergipanidade”, afirma o professor Rony.

Rony Rei Silva, professor de História da Unit (Foto: Arquivo pessoal)

Segundo o professor, após a decisão de mudar a data das comemorações, o dia 24 de outubro, ficou responsável por nos fazer recordar a nossa cultura.

O Dia da Sergipanidade entrou para o calendário oficial do estado em 2019, através da Lei 8.601/2019, de autoria de Luciano Bispo, então presidente da Alese. Outra curiosidade sobre o nosso estado, é que o termo ‘sergipanidade’ foi falado pela primeira vez por Tobias Barreto.

“É o nosso modo de ser. Porque em que pese sermos o menor estado da Federação, nós temos uma cultura distinta da Bahia, a qual um dia fomos dependentes, e também temos uma cultura distinta em relação a Alagoas. E um jurista intelectual sergipano, também desse período, Tobias Barreto, foi o primeiro a esboçar essa categoria ‘sergipanidade’, que é o nosso modo de ser,  as nossas manifestações culturais de maneira geral. E também destaco o papel também de Sílvio Romero e de tantos outros intelectuais dessa época, que se dedicaram a entender o nosso modo de ser, de se vestir e a nossa culinária”, explica.

Um outro ponto curioso e que ainda é culturalmente falado, principalmente na Bahia, é que Sergipe é o quintal do estado baiano, afirmação, que segundo Rony é errônea. “Apesar de estarmos próximos dos nossos estados vizinhos, não é a mesma coisa, nem tão pouco Sergipe é o quintal da Bahia. Temos uma cultura própria, manifestações culturais própria do nosso estado, como o Barco de Fogo de Estância, a Dança dos Parafusos de Lagarto, Bacamarteiro, o Boi de Reisado, o Caboclinho, a Dança de São Gonçalo e todas as manifestações culturais que inclusive estão em forma de monumento no Largo da Gente Sergipana”, cita.

Por Luana Maria e Verlane Estácio

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