Conselho de Medicina interdita Maternidade Nossa Senhora de Lourdes

Conselho interdita eticamente Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (Foto: Cremese)

A Maternidade Nossa Senhora de Lourdes foi interditada eticamente na manhã desta segunda-feira, 4, pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de Sergipe (Cremese). Segundo o Cremese, a interdição foi ocasionada pela falta de profissionais na escala médica da unidade de saúde.

Ainda segundo o Conselho, a interdição começará a valer a partir das 13h desta segunda. Com a medida, fica restrito o atendimento de ginecologia, obstetrícia e neonatologia até que a regularização da escala médica seja realizada.

“A falta de médicos tem inviabilizado o exercício da medicina no estabelecimento, colocando sob risco ético os médicos e demais profissionais de saúde que lá trabalham e expondo os pacientes a riscos pelas limitações que envolvem a assistência”, salienta o órgão.

O Cremese ressaltou ainda que somente os casos considerados graves serão recebidos pela maternidade. “No mês de julho, a autarquia já havia notificado a Direção Técnica da maternidade concedendo o prazo de 30 dias para a correção das irregularidades. Como os problemas não foram sanados, uma reunião extraordinária foi realizada entre membros do Conselho na última sexta-feira, 1º de setembro, para deliberar sobre o assunto, quando ficou definida a interdição”, destacou o Conselho.

Por fim, o Conselho Regional de Medicina informou que a notificação será enviada ao diretor-técnico da unidade de saúde, ao Ministério Público Federal (MPF), ao Ministério Público Estadual (MPE), à Secretaria de Estado da Saúde (SES) e ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

SES

Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que vem trabalhando para o dimensionamento padrão das escalas médicas demandadas pela Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), referência na assistência de alta complexidade no estado de Sergipe.

“A SES busca soluções de forma colaborativa e, inclusive, comunicou oficialmente ao Conselho Estadual de Medicina de Sergipe (Cremese), sobre as medidas a serem adotadas para melhorar o fluxo da unidade, a exemplo da regulação da porta, que faz parte da política adotada pela Rede Estadual de Saúde”, disse logo de início a pasta da Saúde.

Ainda segundo a SES, com a abertura da nova maternidade de Aracaju, muitos médicos solicitaram redução da carga horária na MNSL, além de demissão. “Há um credenciamento para contratação de médicos aberto, porém, não houve adesão desses profissionais para trabalhar na maternidade, com isso, aumentou-se a necessidade de novos profissionais médicos”, pontua.

A SES salientou ainda que para suprir essa demanda, a Secretaria está preparando um novo credenciamento médico com novos valores para reforçar as escalas. “Além disso, a SES está redesenhando a nova Política de Atenção Materno-Infantil no Estado, com a inserção do Hospital e Maternidade Santa Isabel na Rede Estadual de Saúde”, finaliza a nota.

por João Paulo Schneider 

A matéria foi atualizada às 12h30 do dia 04.09.2023 para acrescentar o comunicado oficial da SES.

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