Anjos que se transformam em Estrelas do Mar

   “O jornalismo é o exercício diário da inteligência e a prática cotidiana do caráter.” Cláudio Abramo.

26 de Junho de 2011. Exatamente há quatro anos o policial militar Byron Vírgilio – ao lado da esposa, Anne Christiane – começava a colocar na prática um projeto que compartilhava com o primo, Ailton Kostella, profissional de bodyboarding, que foi vitima de uma fatalidade em 2010. E neste dia Byron apresentou o projeto a APAE/SE, sendo comandado pela Waves,  escola de Bodyboarding.

Surgiu então a Organização Beneficente Estrelas do Mar (O.B.E.M). De lá para cá foram muitas lutas, vitórias e pedras no caminho

Projeto completa quatro anos atendendo dezenas de crianças e adolescents.

No Shopping RioMar você pode adquirir produtos do projeto. (Fotos facebook)

 que foram retiradas com o apoio de muitos voluntários que apareceram nestes quatro anos.

O projeto filantrópico Estrelas do Mar ensina a prática de  bodyboarding e vem transformando a vida de dezenas de crianças e adolescentes com deficiência. Hoje atende a 85 deficientes e mais 20 crianças e adolescentes sem deficiência que participam e ajudam na inclusão e socialização.

Apoio – O sonho que começou com oito alunos, hoje tem 85 e poderia ter muito mais.  O projeto tem algumas poucas ajudas. A mais importante é dos voluntários. Sem eles o projeto não chegaria aos quatro anos. Tem uma ajuda fixa da Secretaria de Estado do Esporte e Lazer, com o transporte (micro-ônibus) e da Litoral 655 (confecções).

Feijoada – O projeto tem o apoio anual de uma feijoada realizada pelo curso de Gastronomia da Unit que arrecada recursos que ajudam muito nos custos do projeto.

Campanha – Recentemente, em maio, o projeto conseguiu quatro cadeiras anfíbias (que possibilitam que os deficientes sejam transportados com segurança para o mar. Elas flutuam com total segurança). Duas foram através de campanha realizada pelo grupo Escalada da Igreja Católica, e outras duas doações de Carlos Eloy e Antônio Viana.

Aniversários – Este período o projeto está em recesso e retorna no dia 25 de Julho. A coordenação e os voluntários estão preparando pela primeira vez uma festa de aniversários para conseguir fundos para o projeto filantrópico.  Todos os sábados, às 9h, são realizadas as atividades na praia, em frente ao Solarium Bar (Aruana). São distribuídos lanches para as crianças, acompanhantes e voluntários. Cerca de 220 pessoas.  Além da atividade normal, o projeto realiza também comemorações em datas festivas, como dia das mães, dos pais, carnaval, são João, entre outras. É uma forma de uma maior interação entre todos os envolvidos.

Como o leitor percebeu a luta pela manutenção deste projeto é diária. Nestes quatro anos o projeto formou uma grande família e o lema dele resume bem: “Não permitimos que alguém saia da nossa presença sem se sentir mais feliz”.

O blog abraçou a causa do projeto Estrelas do Mar porque não é apenas ensinar um esporte para deficientes. Basta conversar com Byron Virgilio para o leitor ver o brilho dos olhos dele e a felicidade que leva para dezenas de crianças. É  inclusão, é socialização envolvendo toda família, voluntários e outras crianças sem deficiência.

São anjos que se transformam em Estrelas do Mar trazendo uma nova Vida, não só para eles, mas para todos os envolvidos.

Parceria empresarial
O empresário que desejar fazer uma parceria com o projeto não se arrependerá.  É um projeto coordenado por pessoas sérias e voluntários abnegados. Mais informações no facebook: https://www.facebook.com/estrelasdomar?fref=ts E quem desejar tirar alguma dúvida pode enviar um e-mail para: http://projeto_estreladomar@hotmail.com

Emoção na inauguração do Centro de promoção à Saúde
E ontem, 25, à tarde, durante a inauguração do Centro de Promoção à Saúde Luciano Barreto Júnior (localizado na Praça Almirante Tamandaré, 75, Bairro São José, em Aracaju) a emoção tomou conta dos familiares do homenageado.

Agradecimento
Ao lado da esposa, Celi Barreto e familiares, o empresário Luciano Barreto, pai do homenageado lembrou que foi em São Paulo, estagiando como engenheiro civil e na periferia, que Luciano Barreto Júnior trouxe a ideia para Sergipe da construtora Celi, ter um projeto de responsabilidade social. “E o Instituto Luciano Barreto Junior é isso, fornece educação e superação, através de oportunidades iguais para todos”, disse, ao destacar as várias oficinas oferecidas no ILBJ.

Compromisso social
Ao destacar a importância do Centro, Jackson Barreto destacou que a homenagem a Luciano Barreto Júnior é justa. “Eu fico extremamente feliz, Luciano Barreto, pela visão do seu filho. O compromisso social marca a passagem de Luciano Barreto Júnior”, lembrou.

Moderna estrutura
O presidente do IpesSaúde, também fez referência a família do homenageado e lembrou que o Centro vai ampliar ainda mais as ofertas de serviços aos usuários com modernas instalações. Endocrinologistas para adultos e crianças, especialistas em diabetes, reumatologistas e cardiologistas, acunpunturistas, serão ofertados aos beneficiários nesse local, além de um auditório com capacidade para 80 pessoas  e o Programa de Educação e Promoção à Saúde do Beneficiário – Pepasb.

Canhoba: Câmara Caudilha
A Câmara Municipal de Canhoba, através do seu Presidente, Milton dos Santos Filho e alguns vereadores da oposição vem praticando uma conduta antidemocrática ao não deixar a população que coaduna com o governo de Naldinha da Farmácia discursar sobre qualquer assunto de Interesse Público. Além disso, o presidente chamou vários policiais para fazerem a segurança da seção de hoje que votou a LDO. Ressalte que em Canhoba nunca teve histórico de ameaças e desentendimentos graves nas seções da Câmara. Seria uma conduta de desconfiança  da população que os elegeu ou temor ao clamor público por suas condutas?

À Sociedade Sergipana. Assessoria André Moura
Nota da Ascom do deputado Andre Moura: No dia 23 de junho, o Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu, para análise, inquéritos formulados pelo Ministério Público contra o deputado federal André Moura (PSC/SE). A Assessoria Jurídica do parlamentar esclarece:De acordo com a legislação em vigor, o foro específico para julgar processos judiciais envolvendo parlamentares federais é o STF; já era esperado, portanto, o encaminhamento dos referidos termos para julgamento pela Suprema Corte.

À Sociedade Sergipana. Assessoria André Moura II
Continua a assessoria: Conforme salientado anteriormente pela defesa do parlamentar, as afirmações do Ministério Público baseiam-se somente nas acusações de um ex-prefeito de Pirambu, desafeto político de André Moura, que as fez com a clara intenção de tentar prejudicá-lo, apresentando denúncias falsas, jamais confirmadas através de qualquer prova material.

À Sociedade Sergipana. Assessoria André Moura III
E conclui: Quanto aos inquéritos apresentados pelo Ministério Público ao STF, André Moura vem provando em outras instâncias judiciais não ter relação com os fatos notificados e reafirma sua confiança no Poder Judiciário, de que apreciará de maneira serena e justa os pleitos a serem encaminhados pela sua defesa tão logo seja citado.

Comitiva do Sintese acompanha inaugurações do governador
E ontem, 25, durante todo o dia uma comitiva com cerca de 30 professores do Sintese acompanhou as inaugurações do

Jackson diálogando com sindicalista ontem. Foto: Marcos Rodrigues. 

 governador Jackson Barreto. Em Aracaju eles viram inaugurações de escolas reformadas e do Centro a Promoção a Saúde do Ipes. E no final da tarde mais obra em Laranjeiras.

Diálogo com o Sintese
Abordado pela direção do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Básica da Rede Oficial do Estado de Sergipe (Sintese), Jackson mais uma vez comprovou sua veia democrática. Ele conversou com professor Joel Almeida, membro diretivo do Sindicato, e garantiu que o diálogo com os professores permanece aberto.

Dia de São Pedro terá ponto facultativo
Na próxima segunda-feira, 29, Dia de São Pedro será ponto facultativo no governo do Estado e na Prefeitura Municipal de Aracaju.

Comissão Especial da Reforma Política
O senador Valadares (PSB) foi um dos escolhidos para integrar Comissão Especial do Senado Federal que vai conduzir as discussões sobre a reforma política. O grupo, composto por 27 senadores, vai analisar os temas para votação em Plenário a partir de duas fontes: propostas originárias do próprio Senado e o substitutivo da Câmara dos Deputados à PEC 23/2007.

Consenso
Para Valadares será a oportunidade de encontrar um consenso para que o Congresso Nacional não saia desmoralizado. “Já tenho manifestado minha decepção com a maneira que a Câmara dos Deputados tem tratado o assunto, principalmente, em relação aos temas principais como Financiamento de Campanha, Voto Proporcional e Sistema Eleitoral”, disse.

Pirambu: qualidade da água e recuperação de estradas
Preocupado com as péssimas condições das estradas que ligam a sede do município de Pirambu aos povoados e com a água que é fornecida pela Deso aos moradores da sede do município, o prefeito Élio Martins (PSC), esteve na ultima terça-feira, 23, reunido com o presidente da Deso, Carlos Melo e logo em seguida com o secretário de Estado de Infraestrutura, Valmor Barbosa.

Abastecimento
Na reunião com o presidente da Deso que contou com diretores da empresa, o prefeito apresentou não só um estudo como também as características da qualidade da água do poço que foi perfurado no povoado Aguilhadas.Na oportunidade foi discutido a possibilidade da Deso assumir o poço e levar água para a população, principalmente para os moradores que residem no Alto da Boa Vista, ponto mais critico do povoado. Ele cobrou também a limpeza dos filtros.

Infraestrutura
No inicio da tarde o prefeito Élio Martins se reunião com o secretário de Estado da Infraestrutura, Valmor Barbosa, para cobrar uma maior atenção com relação as estradas que ligam a sede do município aos povoados, principalmente a rodovia que está sob responsabilidade da Empresa Torres, que ganhou a licitação para a construção da rodovia SE 100, que vai ligar Pirambu a Pacatuba.

Péssimas condições
O prefeito falou da dificuldade de trafego devido às péssimas condições o que tem dificultado o transporte escolar como também o transporte de pacientes através das ambulâncias.O secretário Valmor Barbosa que estava acompanhado do diretor presidente do DER, Antônio Vasconcelos, se comprometeu em pedir a Empresa Torres a recuperação imediata do trecho que liga a sede do município até o povoado Lagoa Redonda, que é a parte mais critica principalmente em decorrência das chuvas.

Empresários sergipanos participam da Brasil Offshore
Um grupo formado por nove empresas sergipanas, além de técnicos do Sebrae e SergipeTec,participa até essa sexta-feira, em Macaé(RJ) da Brasil Offshore. A Feira é considerada a terceira maior do setor no mundo e reune cerca de 700 expositores de 38 países que atuam na prestação de serviços e na exploração de petróleo e gás em alto mar.

Empresários sergipanos participam da Brasil Offshore II
Durante o evento os empreendedores buscam prospectar novos negócios, apresentar produtos e soluções ao mercado e estabelecer parcerias comerciais. A participação dos sergipanos é mais uma ação da Rede Petrogas Sergipe e contou com o apoio do Projeto Cadeia Produtiva Petróleo e Gás de Sergipe, desenvolvido por meio de um convênio entre o Sebrae e a Petrobras.

Condutores das ambulâncias do Samu e assistentes de enfermagem fazem paralisação
O Sindicato dos Trabalhadores na Área da Saúde do Estado de Sergipe (Sintasa) e o Sindicato dos Condutores de Ambulâncias do Samu (Sindconam/SE) irão realizar uma paralisação nesta sexta-feira (26), das 7h às 12h, na sede do Samu estadual. A medida visa descordar da decisão do Tribunal de Contas do Estado de Sergipe (TCE/SE) que decidiu, no dia 18 de junho, pela expedição de medida cautelar determinando à Fundação Hospitalar de Saúde (FHS) que promova o restabelecimento de carga horária de 24h para 36h dos motoristas e assistentes de enfermagem, direito que foi adquirido em 2014, após greve das categorias.

Assembleia conjunta
A decisão da paralisação ocorreu na assembleia conjunta dos sindicatos, realizada na última segunda-feira (22), que decidiu ainda pelo indicativo de greve a partir do dia 1º de julho deste ano, uma vez que a decisão do TCE/SE rompeu com o acordo firmado com o Conselho Tutelar e FHS. Conforme prevê a Lei da Greve, será deixado o percentual mínimo previsto.

Associação Brasileira de Imprensa
Entidade fundada em 1908, no Rio de Janeiro, teve como um dos seus fundadores e depois primeiro presidente o jornalista Gustavo Lacerda, combativo repórter que se revelava, na liderança da ABI, um extraordinário defensor das causas de sua categoria, dividindo sua atividade com uma solidária defesa dos legítimos direitos da classe trabalhadora, como um todo. Naquela época, primeira década do século XX, ainda não havia os sindicatos. Nem a CLT – Consolidação das Leis do Trabalho, que somente seria criada na década de 30, por Getúlio Vargas.

Associação Brasileira de Imprensa II
A presença da ABI, em tempos mais recentes, ao lado da OAB e da Igreja Católica, foi marcante nos principais episódios da vida nacional, como, por exemplo, a luta pelas eleições diretas e pela Constituinte, cujos trabalhos foram finalizados em 1988. Prudente de Moraes, neto, Danton Jobim, Herbert Moses, além da figura emblemática de Barbosa Lima Sobrinho, que, em meio século, foi eleito sete vezes para presidir a agremiação, são exemplos de profissionais voltados para o cumprimento dos supremos ideais que sempre foram a bússola da ABI: a incessante luta pela LIBERDADE DE IMPRENSA  e de EXPRESSÃO.

Sindijor
Digna de aplauso a diretoria do Sindicato dos Jornalistas, à frente o competente profissional Paulo Souza, que, além de eficiência administrativa, tem defendido com raro denodo a categoria a que pertence.

Tarde Cultural
Milton Oliveira, diretor do departamento de aposentados do Sindicato dos bancários, confirma, para o dia 3 de julho, uma sexta-feira,a realização de mais uma Tarde Cultural, às 14h30, a ter lugar na sede da entidade. A  iniciativa tem por fito incentivar a cultura no seio da categoria. Oportunamente, este blog dará novos detalhes.

Reajuste do mínimo
As novas regras serão estendidas a todos os trabalhadores, inclusive aos que têm salário limitado ao salário mínimo. A partir de agora, após a aprovação definitiva por parte da Cãmara e do Senado, e a sanção presidencial, as regras para o reajuste são: 1. Apenas pela variação da inflação do ano anterior; 2. O reajuste terá por base o INPC mais o índice de crescimeto da economia – PIB – de dois anos antes. O resultado da votação apresentou: SIM – 206 e NÃO – 179 votos.

Taxas de inflação
Previsões do Banco Central – 2015 – 9 por cento.  2016 – 4,8 por cento.

França rejeita espionagem
O governo francês considerou inaceitável a espionagem dos três últimos presidentes franceses pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos.

PELO TWITTER

www.twitter.com/AlberthoJorge1  Na política, quando você não tem dúvida, está mal informado!                        

Suplementos: Os melhores você encontra na G10 suplementos
É só conferi!  Ligue 3254 – 6083 e confira. 

                       

www.twitter.com/FreiJoaoPaulo  Nunca entendi essa ideia imbecil esquizofrênica de fotografar cadáveres, acidentes etc etc Esquizofrenia demais!

www.twitter.com/rossiniespinola  A seleção brasileira já cumpriu seu papel na copa América: vários jogadores convocados estão sendo vendidos cifras astronômicas.

www.twitter.com/vieiramattoss  um quase bebado falava que, politicos roubam muito tentando comprar lugar no céu e muito bem localizado, sem falar com Deus?

www.twitter.com/AnderChrisSouza  Para cada minuto de aflição, alguns segundos em oração funcionam como bálsamo. Quem crê, sofre. Mas quem não crê, sofre mais. #BoaNoite

DO LEITOR

Extintores de incêndio do hospital de Frei Paulo com recarga vencida
E-mail recebido de um servidor do hospital: “Como podemos ver na imagem a última recarga foi em 27/01/2010 e o seu

vencimento é 27/01/2011. Isso mostra que o órgão responsável pela fiscalização não vem cumprindo o seu papel. Qual será a desculpa da secretária, cunhada do prefeito, de saúde do município?”

Quero respostas da SEED sobre os direitos dos alunos
Da leitora Kelly Cristina: “Resolvi fazer alguns questionamentos através do seu blog, para que a SEED responda, pois esse é sem dúvida o único meio que conseguimos obter respostas concretas.
Tenho filhos na Escola Estadual Presidente Médici, e como na maioria das escolas os professores estão revoltados com a situação deles. Compreendo, mas queria saber como agir nas seguintes situações:

1) Professores que entram na sala de aula, apenas para falar sobre o valor de seus salários, que é de R$ 2.000 e pouco?
2) Professores que entram na sala de aula e dizem aos alunos que não precisam permanecer na escola, pois eles não irão dar aula apenas enrolar, até a próxima assembleia?
3) Professores que disseram que não irão repor aulas, e que no mês de julho terão férias?
4) Se eu não quiser que meus filhos, vão a escola nesse período de faz de conta, eles serão punidos com faltas?
5) Como os alunos devem agir, qUANdo um professor diz que não irá dar aula, só em agosto?
Concordo com as reivindicações, sou a favor, mas sou mais a favor do aluno que vai a escola disposta a ganhar conhecimento, ao aluno que tem um pai ou mãe, que ganha só R$ 788,00 pra sustentar 5 pessoas e nem por isso, fica todos os dias levando o contracheque pra esfregar na cara dos professores, sou a favor do certo para todos.
Por este motivo, peço que solicite a SEED respostas, pois a demora nas soluções por parte deles, gera problemas infinitos.”

ARTIGO

O beato Pedro Batista e sua comunidade no sertão baiano

GILFRANCISCO: jornalista, professor universitário, Diretor de Imprensa da ASI, membro do IHGSE e do IGHBA E-mail: http:// gilfrancisco.santos@gmail.com

“Aqui, todos têm que passar nessa mão. É rico, é bom, é pobre, é padre, tudo tem que ter aqui”.    Pedro Batista

Convidado pelo Ouvidor Geral do Estado de Sergipe, jornalista Luiz Eduardo Costa, para passar a Semana Santa em sua Reserva Ecológica “Santo Antônio”, localizada em Canindé do São Francisco, a 213 km de Aracaju, não resisti ao honroso convite por vários motivos: primeiro por ter recusado anteriormente a acolhida companhia do amigo por motivo de saúde, segundo por quer rever aquela comunidade após seis anos numa rápida estada, terceiro tinha esperança em conhecer o município baiano de Santa Brígida, onde nasceu no povoado de Malhada Caiçara, Maria Bonita, companheira do bandoleiro Virgulino Lampião, terra onde viveu o beato Pedro Batista. No domingo, 24 de abril, pela manhã, após o café que mais parece um almoço, mesa farta, leite tirado às 4 horas da manhã pelo vaqueiro Zé, coalhada, vários tipos de bolos, cuscuz, doces caseiros, preparado pelo trio esperança; Maria Isaildes, Rosália dos Santos e Dione França, secretárias responsáveis pela organização e manutenção da  fazenda, seguimos com destino a Santa Brígida, localizada na Mesorregião nordeste baiano, eu, Luiz, Silvinha (neta) e seu companheiro Alison, o fotógrafo da família.
Antes da viagem, estivemos na sede do município de Canindé do São Francisco, para uma  entrevista na Rádio FM Xingó – 98.7, com René Alves, apresentador do programa líder de audiência, em Alagoas e Pernambuco, “Hora da Notícia”. Percorremos da sede ao município baiano, cerca de trinta km de estrada de piçarra. Cruzamos durante o percurso com apenas quatro veículos, três carros de passeio e um pequeno caminhão, que retornava de alguma feira num povoado próximo, além de duas motos de baixa cilindradas. Durante todo o caminho não vimos uma só casa de nativos, somente fazendas, algumas com gado outros desertas, mas todas bem cercadas.  Como eu estava curioso, perguntei a Luiz Eduardo, quem eram os proprietários daquelas terras e ele foi nomeando: Fazenda do General, – hoje pertencente ao MST, Fazenda Brejo, famosa por possuir uma fonte mineral, Fazenda do Procurador Moacir, e as fazendas de Maria Marinha, Dr. Roberto e Gabriel.  A paisagem é desértica, é um deserto requestado de agressividades sem par, naquelas terras onde tudo é árido e adusto. Este vislumbre me fez lembrar a descrição fantástica de Ranulfo Prata, sobre o Raso da Cataria, em seu livro Lampião (01): “A sua flora é toda uma espessa trama de dilacerantes espinhos e folhagem urticante. Tecem-lhe impenetrável barreira, como a resguardá-la do invasor, o ouriçado xique-xique, as palmatórias aciculares, a macambira, lanceolada e ríspida, o lacerante mandacaru, o mordente rabo de raposa, o híspido calumbi e o famoso cunanan, cipó enleante, cujo entrançado a foice e o facão custam a desfazer”.

Aparição do beato

Tomei conhecimento da existência do beato Pedro Batista, através da socióloga Maria Isaura Pereira de Queiroz, O Messianismo no Brasil e no Mundo, ganhou, logo após o seu lançamento, repercussão internacional, tendo sido traduzido para o francês (02). Anos depois assistir O Povo do Velho Pedro, dirigido por Sérgio Muniz, documentário (1 hora e 10 mn.) que aborda aspectos da religiosidade do sertão nordestino, especificamente dos municípios de Juazeiro do Norte – CE e de Santa Brígida –BA (03).Fiquei surpreso e intrigado sem entender o porquê de Rui Facó, autor de um dos melhores trabalhos sobre Cangaceiros e Fanáticos, não ter feito nenhuma referência ao beato Pedro Batista (04). Recentemente o jornalista e escritor baiano Elieser César, publicou um longo artigo no Correio da Bahia, na edição de 18 de novembro de 2001 (05).
Pelo ano de 1940, peregrinava pelo interior de Alagoas, Sergipe e Pernambuco um penitente  de barba e cabelos grisalhos pregando e curando: chamava-se Pedro Batista da Silva. Por onde andou, sua fama foi se espalhando e seguidores pedindo-lhe indicação de remédios, ou então que rezasse sobre os doentes. Afirmava-se na época que era natural de Alagoas e por problemas políticos a família mudou-se para Pernambuco, onde se criou e aos dezessete anos, sentou praça servindo não só em Pernambuco, mas também em outros pontos do país com Foz do Iguaçu, participando da repressão contra os jagunços da Guerra do Contestado (1914-1918). O ex-prefeito Antônio França, durante suas pesquisas no Arquivo do Exército, no Rio de Janeiro, confirmou que o Velho Pedro Batista serviu mesmo como soldado no 3º Regimento de Infantaria, sob o comando de Aleluia Pires. E chegou a conclusão que Pedro Batista não tinha o biótipo do nordestino e sim de europeu, e diz ter ele nascido em Guaraqueçeba, litoral do Paraná.
O poeta popular sergipano, João Firmino Cabral (1940), em recente entrevista ao autor, relata seu primeiro e único encontro com o beato Pedro Batista: “Conhecido por beato Pedro Batista ou meu padrinho Pedro Batista, como chamavam os sertanejos que andavam com um rosário no pescoço, dado por ele. Pedro foi um evangelizador do sertão baiano, apesar de ser tido como fanático, assim como Antônio Conselheiro, mas ele foi um homem que pregou a palavra de Deus naquela região. Ele aconselhava muito o povo a não praticar maldade, a não roubar, não matar. Fazia muitos benefícios sociais. Nesta época eu morava em Paulo Afonso, tinha uns treze anos e as segundas-feiras, dia de feira em Santa Brígida eu ia vender picolé. Saía de Paulo Afonso num caminhão mixto (mercadoria e gente). Em certo dia tive a oportunidade de conhecê-lo e ele estava sentado numa cadeira de tiras de couro, protegido por seus seguidores religiosos. Dei a benção como todos faziam e ele respondeu: seja feliz, você vai ser um menino do futuro. Eu fiquei todo eufórico, como diz o pernambucano, todo ancho. Desse dia prá cá não vi mais Pedro Batista, mas sempre ouvi as suas histórias, inclusive nos anos sessenta, após sua morte, retornou vários pistoleiros a Santa Brígida e o povo dizia: se meu padrinho Pedro Batista fosse vivo esses pistoleiros não se criavam em Santa Brígida, porque ele era inimigo dos pistoleiros. Mas Pedro Batista foi sem sombra de dúvida e sem fanatismo, um evangelizador do povo do sertão, abandonado pelos políticos. Na época já se dizia que ele não era baiano, vivia em Santa Brígida desde os anos quarenta e o povo o considerava um santo, como considerou Padre Cícero, Antônio Conselheiro. Amigo e conselheiro do povo, qualquer problema que o povo necessitasse ia a ele para apreciação. Quando haviam secas prolongadas o povo se deslocava até Santa Brígida em busca de socorro, sempre recorrendo aos benefícios do beato que o ajudavam como podia. Assim viveu Pedro Batista até quando foi chamado à eternidade”.

Santa Brígida

Rota de passagem do bando de Lampião, o município de Santa Brígida, com 595 km², distante de Salvador 430 km, sobre sua origem, conta-se que uma senhora brasileira de nome Brígida casada com Antônio Manoel de Souza um grande proprietário de terras da região do Itapicuru, faleceu durante uma viagem a Portugal. Desolado, o esposo resolveu doá-las e no ato da escritura mudou o nome para o de Santa Brígida, em 16 de julho de 1917.  Em 1940, Santa Brígida já era um pequeno povoado do município de Jeremoabo, com algumas casas de taipas, cobertas de palhas. Depois outro fato chamou atenção para o povoado quando ocorreu a chegada em 14 de junho de 1945, do beato peregrino Pedro Batista, tinha como objetivo formar a romaria e desenvolver a agricultura como meio de subsistência para as famílias que ali residiam.
Ao chegar a Santa Brígida com todas as características do “beato” tradicional (barba e cabelos longos, bordão de peregrino), a sua presença foi denunciada às autoridades municipais e regionais, temendo ser um novo Antônio Conselheiro. Com a fixação em solo baiano, Pedro Batista da Silva, provocou o crescimento do povoado, atraindo inúmeras famílias, inclusive de outros Estados. A migração para Santa Brígida ocorreu também em função das oportunidades de negócios decorrentes da aglomeração de pessoas em torno de Pedro Batista, que proporcionou o desenvolvimento agropecuário na região.  O município foi criado com o território do distrito de Santa Brígida, desmembrado de Jeremoabo, por força da Lei Estadual de 27 de julho de 1962. A sede, criada distrito em 1953, foi elevada à categoria de cidade quando da Lei que criava o município.
O andarilho revelou dotes de economista e administrador, encarregando-se de prover o sustento de sua gente, fomentando o trabalho coletivo, os mutirões, conhecidos por “batalhões”. Estimulou o plantio de algodão, palma e melancia. Esses batalhões também serviram como mãos de obra para a roçagem das terras do coronel João Sá e dos principais fazendeiros da região. Para facilitar à venda dos produtos agrícolas excedentes nas feiras de Jeremoabo e Paulo Afonso, Pedro Batista comprou dois caminhões (06) Estimulou a criação de gado e comprou um gerador de energia elétrica, instalou um hotel para abrigar romeiros e visitantes, além de criar duas escolas primárias na sede do município.
Algumas das regras básicas para a convivência na comunidade eram: Não se permite que fumem; nem que bebam; nem que se percam em farras; nem que andem armados. O chefe Pedro Batista não admite que se desobedeça as suas orientações, mas permitia entre os penitentes a Dança de São Gonçalo, considerado santo casamenteiro das Velhas e sua festa se realizava em Amarante (Portugal) a 10 de janeiro.  O Padrinho fornecia dinheiro para que pudessem ser comprados os aviamentos do grupo de dançadeiras de São Gonçalo, para as apresentações durante as novenas. Aqui se destacam principalmente as promessas de chuva, as promessas de doenças:

Nas horas de Deus, amém
Padre, Filho, Espírito Santo,
É a primeira cantiga
Que a São Gonçalo eu canto.

Na época, Pedro Batista foi considerado o maior agricultor de Santa Brígida, possuidor das fazendas da Oliveira, da Gameleira e do Batoque, além de vários lotes menores comprados. Segundo artigo publicado em Salvador, no jornal O Estado da Bahia, de 12 de julho de 1954, diz que “antes da chegada de Pedro Batista contava aquele arraial cerca de oitenta casas; hoje graças ao velho Pedro Batista e aos seus romeiros, santa Brígida conta com mais de trezentas casas. A área cultivada em toda a zona de Santa Brígida, que não excedia a duas mil tarefas, hoje conta nunca menos de doze mil. Para se ter uma idéia do Progresso agrícola de Santa Brígida, depois da chegada do velho Pedro Batista, basta que se diga que a produção de farinha de mandioca, feijão e milho é superior ao consumo de todo o município de Jeremoabo”.
Segundo a socióloga Maria Isaura, entrevistando em 1956, Jacó Marques da Silva na época com oitenta e um anos, diz: “que era ele o dono de Santa Brígida, que foi dada como sesmaria a um seu ascendente. Foi ele quem organizou a feira em 1912, e a manteve até pouco tempo; mesmo perdendo dinheiro, levava mantimento para vender na feira, porque queria que seu lugar tivesse importância” (07). Contando com menos de vinte mil habitantes, Santa Brígida hoje é um dos municípios mais pobres do Estado da Bahia, sobrevive basicamente do repasse do Fundo de Participação dos Municípios.

Terra de bandoleiros
Antiga terra de ninguém, por onde andaram ladrões, assassinos, pistoleiros e cangaceiros e deixaram no povoado a marca da brutalidade. Maria Isaura, assim descreve: “Lugar mal-afamado, briguentos e vingativos eram seus habitantes; qualquer pequena discussão dava lugar a assassinatos. E como todos eram mais ou menos parentes tios matavam sobrinhos, irmãos e primos matavam-se entre si” (08). Nos anos cinqüenta, a cidade vivia entre os rosários da fé e do crime, época em que atuou em Santa Brígida, um dos maiores facínora da região, o bandido Pedro Grande (1951 a 1957), que juntamente com seus filhos espalharam o terror nos sertões baianos, cometendo 52 crimes, sendo 32 homicídios, 12 latrocínios e oito assaltos. Dizem que Pedro Grande era um homem comum, ordeiro e trabalhador, até sofrer uma emboscada de pistoleiros, num dia de feira. Recuperado, se armou para se vingar. O poeta popular João Firmino Cabral (1940-2012) juntamente  com o pernambucano Sebastião Leão, conhecido por Tantão, registraram as atrocidades de Pedro no folheto publicado em 1966, Prisão de Pedro Grande, de seus filhos e Heron:

Ajudai-me Santa Musa
Com teu suave som
Que vou escrever um livro
Com meu inspirado dom
A prisão de Pedro Grande
Seus filhos e Heron.

Continua:

Pedro Grande com seus filhos
Um por nome de Eurides,
Corriam assustados juntos
Eugênio e Eronides
No encalço da tropa
Vinha o tenente Melquiades.

Firmino nos conta que quando morava no município de Paulo Afonso, recém casado, um fato interessante se deu com ele em junho de 1965: “Peguei um carro (pau-de-arara) na boca da noite no povoado Mulungu, vizinho a Paulo Afonso, com destino a Jeremoabo, onde eu morava. Numa parada adiante, subiram três pessoas: o mais velho estava vestido de mescla azul e dois rapazes. Enquanto eles conversavam eu cuidava da minha mala de folhetos. De repente o cidadão mais velho perguntou  – o senhor é daqui? – Não, sou de Jeremoabo, mas conheço a região muito bem. – Você já ouviu falar de um pistoleiro de Santa Brígida, um tal de Pedro Grande? Tem três filhos que são três ferras, mata o povo e enterra as pessoas vivas. – Já ouvi falar. –  O senhor o que acha deles? – Nunca me fizeram mal, não tenho nada com nenhum dos três. – Também ele tem um amigo Heron, mora em Jeremoabo onde você mora, ele é um sanguinário. – Também não conheço, ouvi falar desse homem, nunca me fez mal. Entro e saio de  Jeremoabo, trabalho na feira, domingo vou para Malhada Nova, segunda para Carira vender meus folhetos. Se fez mal a alguém. A mim não fez nenhum. Como também esse Pedro Grande que o senhor está falando, nunca me fez mal, não tenho nada contra nenhum deles. Se fizeram alguns mal deve ter suas razões, não posso denunciá-los porque não fizeram nenhum mal a mim ou aos familiares. Quando se aproximava a parada do km 40, local onde eles iriam descer, o mais velho bateu no meu ombro e disse: gostei de ver, você está falando com Pedro Grande, esses são meus filhos, falta um que é recém casado. Gostei da sua posição é assim que homem faz. Você sabe o que poderia lhe acontecer se falasse mal deles? Eu ia mandar você descer do carro e matar aqui mesmo, mas você é um menino homem. O que disse foi uma beleza, porque ele nunca lhes ofenderam. Está convidado a descer conosco para jantar nesse hotel da gente. – Agradeci e disse-lhe que minha esposa estava me esperando, inclusive estou levando uma carne que comprei em Paulo Afonso. Mas um dia venho visitar os senhores. – Respondeu ele, você será bem vindo, chegando procure o hotel de Pedro Grande. Pegou na minha mão e me abraçou e perguntou precisa de alguma coisa do seu amigo? – Não só desejo que o senhor seja feliz, muito obrigado. Como disse anteriormente, eles, desceram no km 40 e eu segui minha viajem.”

Pedro Grande

A história criminosa de Pedro Grande teve início no povoado do Minuino, pertencendo a Jeremoabo, onde ele morava localizado a 20 km de Santa Brígida. A acusação de destruir um cercado feito numa cacimba tinha conotação política, pois Pedro Grande estava sendo hostilizado por grupos que não contavam com o seu apoio nas eleições. Levado para a delegacia de Santa Brígida foi agredido e proibido de portar arma enquanto viesse à sede. Em agosto de 1951, durante um dia de feira em Santa Brígida, Pedro Grande cercado por vários homens foi baleado dezoito vezes.
Segundo depoimento de Lindoaldo Alves de Oliveira, prefeito de Santa Brígida de 1966 a 1972, “eles foram atirando, atirando até que Pedro caiu. Eu sei que Pedro ficou com 18 ferimentos de tiro. 18 tiros no corpo, mas nenhum pegou em parte que tinha para matar. O braço quebrou, o braço esbagaçou. Acabaram achando que morria. Mandaram chamar aqui os parentes; os parentes foram aí não deu tempo para matar Pedro. Mandaram um carro aqui, o carro não coube ele, aí voltaram e trouxeram outro maior. Eu sei que quando ele recebeu os primeiros socorros, os tiros foram no domingo, ele veio receber na terça os primeiros socorros”.
Pedro Grande ficou internado em Paulo Afonso durante uma semana, quando foi informado que seus algozes iriam invadir o hospital para concluir o serviço. Temendo por sua vida foi ajudado por um parente e fugiu do hospital para um esconderijo. Após recuperação, deu início à vingança contra os seus agressores, matando a todos os que não conseguiram fugir para Sergipe. É desta forma, que Pedro Grande passa de vingador a realizar crimes como pistoleiro e transforma-se num mito da região. O General Castelo Branco quando assumiu a presidência da república, ordenou a prisão de Pedro Grande e seus filhos de qualquer maneira, caso não acontecesse, seriam destituídos muitos oficiais do Exército Brasileiro, envolvidos na sua captura. Contando com a ajuda de vários jipps William, que entravam facilmente na caatinga, local de esconderijo do bando de pistoleiros, foi possível prendê-lo juntamente com seus filhos, Eurides, Eronides e Eugênio, em fins de 1965. A prisão foi realizada pelo Exército Regional de Paulo Afonso, sob o comando do tenente Melquiades, após várias tentativas para prendê-los, os bandoleiros escapavam sempre pelos esconderijos da região. 
  Devido ao grande noticiário da imprensa estadual, sobre a prisão dos bandoleiros, é que Pedro Firmino teve a idéia de escrever um folheto sobre a grande história do momento na região, assim surgiu o folheto, “A Prisão de Pedro Grande e seus filhos e Heron” que foi impresso em junho numa gráfica em Paulo Afonso, com uma tiragem de cinco mil exemplares, vendida toda edição em plena feira (sexta e sábado), pois todos queriam saber sobre Pedro Grande.  Na segunda feira seguinte, como de costume, Firmino foi vender o restante dos folhetos em Santa Brígida. Abriu a mala e espalhou os folhetos no chão: “De repente apareceu um cabo de polícia me proibindo que continuasse a vender os folhetos, disse-lhe que eu vivia daquilo, era meu único sustento. Ele engrossou e quis me prende, justificando que Pedro Grande não era pistoleiro. O que fez foi uma vingança. Continua – Minha sorte foi que nesse dia estava presente o pessoal do Exército de Paulo Afonso, camuflado, no encalço de mais pistoleiros.” Realmente o poeta teve muita sorte por encontrar um soldado que logo relatou o fato ocorrido, e este foi até o cabo e perguntou o que ele tinha a favor de Pedro Grande e seus filhos para proibi a venda dos folhetos. Resolvida a questão o poeta popular retomou ao ponto e continuou vendendo seus cordéis, inclusive se recordar de ter vendido dois exemplares a própria esposa de Pedro Grande, que estava acompanhada do filho de uns dez anos.
Após cumprirem pena de Pedro Grande e seus filhos, um jornal de Salvador, estampou a seguinte manchete: “Possível volta de Pedro Grande aterroriza o sertão”. O bandoleiro Pedro Grande residia no Estado do Pará até ano passado (2010) quando faleceu, mas freqüentemente visitava Canindé do São Francisco (SE), onde tinha vários parentes, inclusive um dos seus filhos reside até hoje.

Exercício Político

As melhorias conseguidas por Pedro Batista eram para elevar o nível de seu povo; conseguiu a nomeação de uma professora estadual e de um professor municipal, além de doar ao Governo Federal uma de suas fazendas, a “Gameleira”, para ali ser instalado um núcleo de colonização que proporcione aos romeiros ensinamentos agrícolas. Pedro conseguiu ainda, um juizado de paz e um cartório de Registro civil.
Seu papel é o de prefeito da localidade, de administrador local, bem como constitui a autoridade policial e judicial. Nada no município se passa sem que Pedro Batista tenha sido primeiramente consultado e ouvido. Pedro também funcionava como uma espécie de Banco de seus romeiros e de todos os que recorrem a ele. Contam os mais velhos do município, que os beneficiados pagavam de acordo com o ganho, sem juro algum.
Devido à repercussão de suas atividades benéficas entre os romeiros, o Chefe Pedro Batista, passou a ser tratado por seus seguidores de Padrinho, (muitos acreditavam ser ele, a reencarnação de Padre Cícero) tratamento de superioridade, atribuído por gratidão e respeitos dos fiéis. A socióloga Maria Isaura inclui o beato Pedro Batista nos “Movimentos Messiânicos Rústicos”, por está vinculado à vida rural do país. No Maranhão, por volta de 1940, o místico José Bruno de Moraes se instalou em Nazaré do Bruno e exerceu chefia econômica semelhante à de Pedro Batista.

Madrinha Dodô

Com a morte de Pedro Batista em 11 de novembro de 1967, vítima de câncer, Madrinha Dodô deu continuidade em seus ensinamentos e obras de caridade. Nascida em 08 de setembro de 1902, recebeu o nome de Maria das Dores, era natural do povoado Moreira, município de Água Branca, no Estado de Alagoas. Filha de família camponesa, desde cedo já demonstrava interesses pelas doutrinas religiosas. Aos doze anos, acompanhou o Padre Cícero em suas missões. Com a morte do beato cearense  (1844-1934) em Juazeiro, a igreja católica passou a reprimir o fanatismo religioso no nordeste.  É nesta época que aparece o peregrino Pedro arrastando multidões pelos sertões adentro. Entre os seguidores estava Maria das Dores, que passou a chamar-se de Madrinha Dodô, acompanhando o líder religioso, ora ensinando rosários, benditos, cantigas de louvor e penitência. Madrinha Dodô faleceu em 28 de agosto de 1998, aos noventa e seis anos, em Juazeiro do Norte – CE.
O jornal Tribuna de Juazeiro – Juazeiro do Norte (CE), de 23 de outubro de 1966, noticiou à ajuda de mantimentos enviados pelos romeiros de Santa Brígida, sob a liderança de Madrinha Dodô:  “Fato excepcional e digno de nossos elogios aconteceu a semana passada aqui. Um caminhão cheio de alimentos (sacos de arroz, feijão, açúcar, sal, leite e mais de 100 quilos de carne de gado) chegou ao abrigo dos Velhos mantidos pelo SAM. O carro veio da Bahia, mais precisamente de Santa Brígida; foi mandado pela generosa senhora Maria das Dores dos Santos, romeira de Padre Cícero. É que a referida senhora, quando aqui esteve por ocasião da festa da Padroeira, visitando o abrigo do SAM, condoeu-se dos seus hóspedes e prometeu mandar o mais breve possível um carregamento de alimentos num caminhão. Isto ela disse aos jornalista Walter Barbosa, presidente da Sociedade de Amparo aos Mendigos (SAM). Dona das Dores é senhora idosa, sexagenária, humilde,católica e de coração generosíssimo. Sendo bastante conhecida e admirada no sertão de santa Brígida, não teve dificuldades em conseguir junto aos romeiros do “Padim Ciço”, ali residentes toda espécie de mantimentos indispensáveis ao sustento diário daqueles pobres velhos que moram no abrigo de Juazeiro”.
Memorial
O Centro Cultural Pedro Batista, composto de museu, biblioteca e fototeca, mantido pela Prefeitura de Santa Brígida, cuidam do memorial e zela pela memória de Pedro Batista. Localizado na Principal Praça do município, que leva o mesmo nome do beato. Na Praça há um busto do beato Pedro Batista e uma estátua de Madrinha Dodô. No Memorial estão todos os objetos do beato. O retrato dele em sua própria cama, o quarto intacto, de Madrinha Dodô e peças mais simples, como rosários e roupas. É possível encontrar também no museu alguns documentos como: Proposta de empréstimo agrícola junto ao Banco do Nordeste do Brasil S/A, datado de 15 de dezembro de 1955; Documentos fiscais da firma de Pedro Batista, autorizados pela Coletoria Estadual de Jeremoabo; Documentos fiscais referentes ao pagamento de Imposto Territorial Rural à prepostos da Coletoria Estadual de Jeremoabo; Contrato de empréstimos bancários junto ao BNB para financiamento de suas atividades agrícolas; Livro com registro de custos das obras coordenadas por Pedro Batista; Cartas escritas pelo Coronel João Sá destinadas a Pedro Batista.
Desde 1963 que o beato já sentia sinais da doença e no último ano de sua morte não conseguia ficar de pé, nem correr sozinho. A má aplicação de uma injeção para combater a infecção urinária acabou por prejudicar mais a sua locomoção.  O beato faleceu em 11 de novembro de 1967, vitima de uma infecção urinária provavelmente decorrente de problemas na próstata. . Seu corpo encontra-se sepultado no cemitério São Paulo, em Santa Brígida.

A Paz

Foram dias memoráveis na Fazenda Santo Antônio e as gentis companhias do anfitrião, Luiz Eduardo Costa e seus convidados: o escritor Alcino Alves e seu filho, Deputado João Daniel e esposa, Paulinho Costa e esposa, Frei Enoch e outros.
Espero receber em breve, um novo convite para atualizarmos os papos literários e políticos e desfrutar dessa paz que a gente só encontra na morte, no céu, cercado por anjos, bem como revisitar Santa Brígida, para observar melhor alguns aspectos daquela comunidade que ainda me deixa intrigado e quem sabe, reescrever essas observações, obtidas ligeiramente numa primeira visita. Aliás, uma semana antes da minha ida a Santa Brígida, o vice-governador Jackson Barreto, esteve naquele município levado por Luiz Eduardo, para conhecer a devoção de Pedro Batista, que continua forte em Santa Brígida.

01 Lampião. Ranulfo Prata. Rio de Janeiro, Ariel, 1934.
02 O Messianismo no Brasil e no Mundo, Maria Isaura Pereira de Queiroz. São Paulo, Editora da 03 Universidade de São Paulo, 1965. Rio de Janeiro, Editora Alfa-omega, 2ª Ed. prefácio de Roger Bastide, 1976.
03 O Povo do Velho Pedro, dirigido por Sérgio Muniz, 1967. Filmado durante a semana Santa de 1967 e julho do mesmo ano, com apoio do Centro de Estudos Rurais e Urbanos e do Instituto de Estudos Brasileiros, ambos da Universidade de São Paulo.
04 Cangaceiros e Fanáticos. Rio de Janeiro, Editora Civilização Brasileira, 1960.
05   Pedro Batista, Elieser César. Salvador, Correio da Bahia, 18 de novembro de 2001, republicado em Memórias da Bahia –II, Correio da Bahia, nº6, 2004.
06 –  Santa Brígida encontra-se no meio do caminho, entre Jeremoabo e a sede de Paulo Afonso.
07 –  O Messianismo no Brasil e no Mundo, Maria Isaura Pereira de Queiroz.
08 –  O Messianismo no Brasil e no Mundo, Maria Isaura Pereira de Queiroz.

Referências Bibliográficas
IRDEB-TVE-BAHIA. Pedro Batista o Conselheiro que deu certo. Salvador, 1997.
OLIVEIRA, João de. A Vida e Morte de meu padrinho Pedro Batista da Silva – cordel, 1970.
QUEIROZ, Maria Isaura Pereira. Sociologia e Folclore: A dança de São Gonçalo num povoado baiano. Salvador, Livraria, Editora Progresso, 1958.
O Messianismo no Brasil e no Mundo. São Paulo, Editora Alfa-Omega, 2ª edição, 1976
SILVA, Z. Apóstolo. A vida de Zezito Apóstolo da Silva – líder dos romeiros do Beato Pedro Batista. Salvador, EGBA/Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, 2002.

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Frase do Dia
“Nunca se pode concordar em rastejar, quando se sente ímpeto de voar.” Helen Keller, ativista dos direitos dos portadores de deficiências sensoriais, nasceu em 26 de Junho de 1880 e morreu em 1968.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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