Crea: obra que desabou estava sem engenheiro

Jorge Silveira: obra sem engenheiro e com um pavimento a mais (Foto: Cássia Santana/Portal Infonet)

O Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) constata que a obra que desmoronou na madrugada do sábado, 19, estava sendo executada sem acompanhamento de engenheiro civil e também fugia dos padrões planejados, com um pavimento a mais em sua estrutura. De acordo com informações do presidente do Crea, Jorge Silveira, o projeto original previa um empreendimento com três pavimentos, mas há informações que a equipe já estava executando o quarto pavimento. “E isto traz grandes implicações, colocar mais um pavimento representa uma carga de 25% a mais na estrutura, o que corresponde à fundação”, ressaltou o presidente do Crea.

De acordo com informações do presidente do Crea, um suposto desentendimento com o proprietário do imóvel fez o engenheiro abandonar a obra ainda na fase de fundações, relativa à estrutura que suporta todo o empreendimento. “E o proprietário do imóvel achou desnecessários contratar um novo engenheiro para acompanhar dizendo que já tinha experiência com obras”, observou o presidente do Crea.

O engenheiro que assina a obra também será convocado a prestar esclarecimentos em processo ético a ser instaurado no Crea após a conclusão da análise técnica dos projetos. O engenheiro está passível de sanções, que vão desde uma chamada privada ao extremo da cassação do registro profissional, dependendo das circunstâncias, conforme observações do presidente do Crea.

O engenheiro, segundo o presidente do Crea, tem a prerrogativa de abandonar a obra em andamento, desde que o afastamento seja comunicado ao Crea. Em contatos informais com o engenheiro, o presidente do Crea recebeu a confirmação. “Ele disse que realmente teve o desentendimento, que de fato teria abandonado a obra, mas que teria esquecido de fazer o comunicado ao Crea”, ressaltou o presidente.

O Crea já recebeu os projetos [de arquitetura, estrutural e de fundações] relativos ao empreendimento, que serão analisados minuciosamente por uma comissão técnica a ser formada pelo Crea, com participação do Instituto Brasileiro de Perícias de Engenharia (IBP) e da Associação Brasileira de Engenheiros Civis (Abenc), segundo Silveira. Para o presidente, a causa do desmoronamento da edificação só será conhecida quando a análise dos projetos for concluída pela comissão técnica a ser constituída pelo Crea.

A comissão terá a missão de observar se os projetos estão compatíveis com o que estava sendo executado. O Crea também avaliará outros empreendimentos vizinhos àquele que desabou para identificar o impacto de vizinhança.

Por Cássia Santana

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