Sergipanos protestam contra impeachment da presidente

Mancha vermelha em ato contra impeachment de Dilma na Praça General Valadão (Foto: Infonet)

A Praça General Valadão, no Centro de Aracaju, foi invadida por uma mancha vermelha na tarde desta quarta-feira, 16, dia marcado por manifestações contra o impeachment da presidente Dilma Roussef. “Não há nenhum processo contra Dilma, ao contrário do Eduardo Cunha (presidente da Câmara dos Deputados), que sonegava imposto no HSBC, na Suíssa”, diz o representante da União Brasileira dos Estudantes (UBES) e do Coletivo Quilombo, Roberto Maia.

Segundo ele, a juventude de Sergipe se mobiliza contra o golpe, contra o reajuste fiscal, e contra o corte de direitos trabalhistas. “Hoje, viemos dizer não ao golpe, não ao retrocesso e não à ilegalidade da Democracia no Brasil”, afirma. O jornalista João capelão também marcou presença na manifestação contra o impeachment da presidente, considerado pelos aliados ao governo, como um “golpe contra Dilma”.

“Um impeachment agora seria totalmente contra a democracia, contra os poderes constituídos e contra a legalidade. Não existe absolutamente nada contra a presidente Dilma, inclusive, ela tem sido protagonista de uma cruzada contra a corrupção e, por essa razão querem tirá-la do governo”, afirma.

Manifestantes contra o golpe de Dilma (Foto: Infonet)

Para um dos diretores do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Extração de Minerais em Aracaju (Sindimina), Domingos Sávio, o ato público é uma forma de alertar a população com relação ao golpe de Dilma. “Não podemos engolir esse golpe que está vindo aí pela direita. Estamos aqui fazendo esse protesto junto com os companheiros da Central Única dos Trabalhadores [CUT] e outras centrais para fazer esse reforço para a população também ficar ciente que o impeachment é um golpe porque a direita quer tomar o poder”, informa.

De acordo com o vereador Iran Barbosa (PT), as motivações que estão querendo levar ao processo de impeachment passam primeiro pela falta de legitimidade dos que estão encabeçando o pedido, que são pessoas envolvidas em escândalos. “Se há insatisfação, divergência, ela tem que ser exercitada democraticamente, mas não é no ‘tapetão’ que nós vamos conseguir superar porque nós estamos amadurecendo na Democracia. E amadurecer na democracia significa lidar com as contradições, mas respeitando, sobretudo as regras do jogo democrático”, diz ele.

Vereador Iran Barbosa (Foto: Infonet)

Eletricista aposentado e membro do MST, José Heráclito (Foto: Infonet)

O eletricista aposentado e membro do Movimento Sem Terra (MST), José Heráclito, é filho de trabalhadores rurais e tem mais 13 irmãos que foram criados com o apoio do salário família instituído no governo Getúlio Vargas. Ele, mais outros membros do MST, marcaram presença no ato. “Estou do lado do trabalhador e da nossa presidente da República. Pois ela é uma mulher que protege o ruralista e toda classe trabalhadora. Esse impeachment é um golpe contra Dilma e contra o povo trabalhador. Vai prejudicar mais ainda o povo”, afirma.

Por Moema Lopes

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