Sinergia, Sérgio Alves (Foto: Arquivo Portal Infonet) |
Após 52 dias da entrega da pauta de reivindicações, a comissão de negociação e a diretoria da empresa distribuidora de energia elétrica em Sergipe (Energisa), não chegaram ao consenso. A contraproposta da empresa foi rejeitada ontem, à noite, em assembleia. A categoria está se mobilizando para uma possível paralisação das atividades, diante da insatisfação generalizada. “Não entendemos a postura da empresa, considerando que a previsão é para fechar este ano com o dobro do lucro”, afirmou o presidente do Sindicato dos Eletricitários de Sergipe – Sinergia, Sérgio Alves.
Enquanto a Energisa está oferecendo um piso salarial de R$ 797,55, os trabalhadores pleiteiam R$ 900,00. Já o auxilio alimentação, o pretendido corresponde a R$ 800,00, mas o oferecido é R$ 680,00. No que diz respeito ao abono salarial, a categoria está reivindicando R$ 2 mil e a empresa propõe R$ 1,3 mil (valor menor do que foi oferecido ano passado). Com relação ao ganho real, os trabalhadores desejam 3%, mas a empresa não se pronunciou sobre este item.
Além das cláusulas econômicas, os trabalhadores estão com receio com relação à alteração dos planos de saúde e odontológico. “A empresa pretende terceirizá-los e tememos que essas mudanças possam piorar o atendimento”, explicou Sérgio Alves.
Alves também relatou que pela primeira vez a Energisa está criando duas categorias de trabalhadores. “A empresa está propondo reajuste diferenciado para quem tem nível superior e coordenadores, não desejando repassar sequer o INPC”, comentou.
A data-base da categoria ainda não foi renovada (1º de novembro). A rotina de trabalho dos eletricitários está sendo alterada com as participações da categoria nos atos públicos e assembleias.
“A empresa está irredutível até mesmo em ampliar os benefícios para os trabalhadores afastados por doenças ou acidentes”, justificou o sindicalista.
São 70 trabalhadores afastados, sem contar com quatro mortes ocorridas este ano e vários registros de mutilações. Sérgio Alves informou que a diretoria do Sinergia está preocupada com o número de terceirizados que está trabalhando sem o registro na carteira profissional e, ainda, desenvolvendo a atividade em torres de subestações no interior do Estado, a exemplo de Carmópolis, onde ocorreu uma morte, sem o acompanhamento de técnicos da Energisa.
“Não podemos cruzar os braços. Já iniciamos a nossa mobilização para uma possível paralisação das atividades”, esclareceu Sérgio. Na oportunidade, o sindicalista solicitou apoio da DRT e Ministério do Trabalho para que seja verificada a situação, lembrando que, os acidentes e mortes podem ser evitados por meio da prevenção e acompanhamento técnico.
Energisa
A Energisa encaminhou resposta a redação do Portal Infonet. "Desconhecemos e estranhamos as informações passadas nesta nota, visto que as negociações estão avançando e muitos dos pontos citados na nota já foram consensuados. Portanto acreditamos que o bom senso e o entendimento prevalecerão como sempre aconteceu nas diversas rodadas de negociação ao longo dos anos entre a empresa e a categoria dos eletricitários em Sergipe", esclarece a nota.
* A matéria foi alterada às 09h33 do dia 19/11
Com informações da Ascom Sinergia
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