7 de Maio, Dia da Criança Soropositiva

As crianças soropositivas podem ter vida normal

O movimento social criou o Dia 7 de Maio – Dia da Criança Soropositiva, para alertar a população, sobre a existência de crianças que nasceram com a infecção pelo HIV ou com as manifestações da Aids. É também um dia de reflexão sobre a importância do pré-natal.

Normalmente, em Sergipe, a Secretaria de Estado da Saúde e parceiros realizam ações de solidariedade e de lazer dirigidas às crianças que vivem com HIV no nosso estado. Devido à Pandemia da Covid-19, tais atividades de lazer não serão realizadas este ano.

Transmissão do HIV para as Crianças

As crianças soropositivas ou que vivem com Aids são crianças que, geralmente, foram infectadas através da Transmissão Vertical, isto é, contraíram o HIV da mãe soropositiva, durante a gestação, parto ou aleitamento. Essa transmissão indica que houve falha do pré -natal. Uma das falhas mais frequentes é o diagnostico tardio da gestante soropositiva. Outra falha é falta de tratamento correto da gestante soropositiva, o que contribui para uma alta carga viral do HIV no sangue da gestante, levando à infecção dos bebês. Ainda existem casos de mães que, sem conhecerem a sorologia para o HIV, amamentam filhos de outras mulheres, diretamente, sem passar pelo banco de leite. Também existem mulheres, parceiras sexuais de homens soropositivos e que não estão em tratamento para o HIV que terminam engravidando e até não fazendo o pré-natal corretamente.

Dados de Sergipe

Conforme dados obtidos pela Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe, foram notificadas 141 crianças vivendo com HIV/Aids, sendo 46 notificações de crianças com HIV e 127 vivendo com Aids. Foram notificados 20 óbitos de crianças em consequência das manifestações clínicas do HIV. No ano de 2020, ocorreram ainda 94 notificações de crianças expostas – são crianças nascidas de mãe soropositiva ou que tenha sido amamentada por mulheres que apresentavam o HIV. Essas crianças são acompanhadas pelo serviço de referência (Cemar Siqueira Campos) , até um ano e 6 meses, para que durante esse período, possam realizar exames, receber a fórmula infantil e os medicamentos para evitar a transmissão vertical do HIV. Depois desse período, essa criança não e mais considerada Criança Exposta, ou em casos de detecção da infecção por HIV pelos exames, serão consideradas Crianças infectadas por Transmissão Vertical.

Mães soropositivas podem ter filhos saudáveis

O desejo de ser mãe é um sonho para muitas mulheres. Esse sonho vale também para mulheres soropositivas, já que toda pessoa, independentemente de viver ou não com aids, tem direito de decidir se quer ter filhos ou não, quantos e em que momento da vida. O acesso universal ao tratamento do HIV possibilitou um novo cenário para mulheres com o vírus da aids que desejam se tornar mães.

As tecnologias atualmente disponíveis e recomendadas no Brasil são capazes de reduzir o risco de transmissão vertical para menos de 1%.

As principais medidas para evitar que o bebê nasça infectado são: a mulher soropositiva fazer o uso de medicações antirretrovirais (ARV) por meio profilático, caso já não estivesse fazendo o uso do mesmo; usar um medicamento antirretroviral especial no trabalho de parto; não amamentar esse bebê e fazer o uso do medicamento antirretroviral por esse bebê, imediatamente após o nascimento; alimentar o bebê com a fórmula infantil; a mulher usará o inibidor da lactação( para não produzir o leite) ; a depender da carga viral da mãe, o parto poderá ser cesariana ou normal. Quando o casal for sorodiferente, isto é, um é soropositivo e outro não, o que não tem o HIV usará a PREP – Profilaxia pré-exposição ao HIV – medicamento usado continuamente, para reduzir a possibilidade de infecção pelo HIV. Também é importante afastar a possibilidade da presença de alguma IST – Infecção Sexualmente Transmissível no casal.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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