Banese, Jair e consultorias

  A ausência do então presidente do Banese, Jair Araújo de Oliveira, na solenidade de transmissão dos cargos para a nova diretoria da instituição mostra que a transição não foi feita na principal empresa estatal de Sergipe. Aliás, dentro da máquina estatal, somente a Secretaria de Estado da Fazenda é mais forte financeiramente e administrativamente do que o Banese. Ontem a maioria esmagadora dos banesianos ficou aliviada com a saída de Jair do banco. Os banesianos – partidários de João Alves ou não – sabem que o banco não agüentaria outra gestão como a que passou os últimos quatro anos. Aqui neste espaço já foram mostradas várias ações, como a colocação no balanço de créditos judiciais a receber que mostraram números que não retrata a realidade. Porém o Banese é forte, tem o respaldo dos sergipanos e, certamente entrará numa era de fomento ao desenvolvimento da economia sergipana, principalmente junto aos pequenos e médios empresários.

   No final do ano passado, o banesiano aposentado e ex-vereador, Antônio Góis, o Goisinho fez um relatório extenso, com cerca de 50 páginas que entregou a assessoria jurídica dele e tentou marcar sem sucesso uma audiência no Ministério Público com o promotor da área. No documento, Goisinho – que foi por vários anos representante dos banesianos no Conselho Administrativo do banco –  mostrou a transferência ilegal de dividendos do banco para o Governo do Estado e o relacionamento com empresas de consultorias. Uma delas, a GDN Consultoria, responsável pelas últimas notícias envolvendo um ministro do STF, foi questionada na Justiça a Jair Araújo se ele conhecia a mesma. E a resposta foi negativa. Leia trecho do documento que Goisinho desejava entregar no MP, mas não conseguiu a audiência:

  Em abril de 2004, protocolei  Representação contra o Presidente do Banco do Estado de Sergipe S/A neste Ministério, por transferência ilegal de dividendos do banco para o Governo do Estado e contratação sem licitação das Empresas M.Pelágio e Fundação D.Cabral, ainda em tramitação na Promotoria do Patrimônio Público, sob responsabilidade de V.Excia.   Que a ilegalidade na transferência dos dividendos do banco para o acionista majoritário se dava por descumprimento do artigo 10 da lei estadual 1063 de fundação do banco, onde determinava que “os dividendos que couberem ao Estado serão creditados em uma conta especial para serem reinvestidos no próprio banco, objetivando o aumento dos seus recursos próprios”. Artigo este que também constava do Estatuto do Banco, revogado pela Assembléia Geral dos Acionistas em  18.06.2003, conforme ata em anexo (fls.1 a 4), no entanto a lei estadual só veio ser alterada em 27.12.2004, cópia anexada (fls.5).

Desde da fundação do banco, até a assembléia que alterou o Estatuto, os dividendos sempre foram destinados ao aumento dos seus recursos próprios. A minha motivação na Representação feita diz respeito ao fato da possibilidade da descapitalização do banco, podendo assim não cumprir as normas financeiras nacionais e internacionais e trazer  conseqüências imprevisíveis para o seu futuro.Esta minha preocupação é também compartilhada pelo membro do Conselho de Administração do banco Sr. José Figueiredo, representante dos acionistas minoritários e que exerceu por vários anos a Presidência do banco, atas em anexo(fls.6 a 22); Como também pela empresa Austin Raking, especializada em consultoria em nível internacional, contratada pelo Banese para avaliar e classificar o banco no ranking nacional. Quando do seu relatório do início de 2006 e apresentado no site do banco como publicidade, coloca algumas preocupações:

“A política de distribuição de dividendos que o Banese adota também tem importantes repercussões no suporte do Banco e no comprometimento do controlador. Esta se caracteriza pela distribuição de uma proporção importante dos lucros (80%), a qual é muito elevada para os padrões  do mercado. Considerando o caráter público e de desenvolvimento do banco, serve para contribuir no orçamento estadual – para maior investimento em projetos/obras de interesse social.  No entanto, limita o crescimento do patrimônio líquido da organização. Esta particularidade é bastante preocupante se, como mencionamos, anteriormente, levamos em conta as limitações do controlador para realizar aporte de capital, e se torna uma questão fundamental para a manutenção dos limites operacionais. (fls 23 a 40)

  Diante da existência desses novos fatos relacionados à representação inicial, trago ao conhecimento de V.Excia,  pelas repercussões que podem advir num futuro próximo.Aproveitando o ensejo, coloco para vossa apreciação a necessidade de um levantamento minucioso sobre a recontratação da Empresa GDN Consultoria S/C Ltda, que há alguns anos presta serviços ao banco e teve o seu contrato rescindido no ano de 2002, no entanto, existe registro contábil de despesas nos meses de novembro e dezembro de 2002 por serviços prestados após a suspensão do contrato e o seu pagamento efetuado entre os meses de abril e maio de 2003, em torno de um milhão de reais e que até meados de 2004 o banco já lhe havia pago  mais de um milhão e meio de reais, esta outra minha preocupação foi suscitada quando do depoimento do Presidente do banco em audiência na 9ª.,Vara Civil diz desconhecer a referida empresa, como também afirma não ter contratado nenhuma empresa na sua gestão (fls.41 a 45) e que o balanço foi fechado em abril de 2003, o que vem a confirmar denuncia do Sindicato dos Bancários que o Balanço foi reaberto após seu fechamento  no inicio de 2003.(fls.46 a 50).

 

Helicóptero: novo governo deve satisfação a sociedade

E o helicóptero que foi contratado no governo anterior. O uso dele nem discute, todo mundo sabe como foi usado no período eleitoral. Agora quanto custou? Como foi feito o contrato? Quem pagava? Era mesmo o Detran? Quanto foi pago no valor total do contrato?  A sociedade deseja saber. Será que o novo governo vai deixar a sociedade sem resposta a estes questionamentos? Por falar em Detran, o órgão é um dos que está tendo mudanças lentas. São vários alvistas que estão em assessorias importantes. Assim ficará difícil para a nova diretoria tomar algumas providencias, como por exemplo: saber se foram gastos mesmo R$ 2,5 milhões na implantação do novo sistema de informática ao apagar das luzes do governo passado. Será que valeu a pena, através do sistema custo/benefício?

 

 

 

CPI: conhecer os critérios e sua seriedade

O artigo publicado na última quarta-feira com o título “Que tal uma CPI da Comunicação?” repercutiu positivamente. Só para lembrar: o objetivo da CPI seria não para questionar o volume aplicado, ou seja, o montante da verba. O objetivo seria para conhecer os critérios e sua seriedade.

 

Déda volta a lembrar que jornal não nomeia ninguém

Ao discursar ontem na posse do presidente do Banese, o governador Marcelo Déda (PT) voltou a alertar que nota de jornal não nomeia ninguém, pelo contrário, prejudica. Esta coluna, após a eleição de Déda, deixou claro que não publicaria o nome de ninguém que estivesse cotado, ou até mesmo de algum amigo. E foi assim. Os nomes só foram publicados depois do anúncio pelo governador. Enquanto isso, alguns fizeram vários lobbys…

 

Governo quer recuperar saúde financeira da Deso

Em conversa com este jornalista o governador Marcelo Déda demonstrou preocupação em recuperar a saúde financeira da Deso para que a empresa estatal possa voltar a ser fomentadora de ações nas áreas de saneamento e abastecimento. A idéia é que seja feita uma parceria com a Codevasf, que será responsável por alguns milhões destinados pelo PAC para saneamento público.

 

Sindicalistas esperam contraproposta da direção da Deso

No boletim do Sindisan divulgando ontem os sindicalistas publicaram a seguinte matéria: “ A atual direção da Deso não tem priorizado a conclusão das negociações da campanha salarial dos trabalhadores. A categoria não suporta mais a espera para resolver pendências e retoma a mobilização que iniciou ano passado, com a entrega da pauta de reivindicações, no início de setembro. Na terça-feira, 23, os trabalhadores realizaram uma manifestação no início do expediente, no pátio da Deso. Após a distribuição de adesivos com as reivindicações, a categoria fez uma avaliação do processo de negociação e analisou o documento encaminhado pela Companhia, que solicita compreensão e tempo para elaborar uma contraproposta. “A categoria dará mais um voto de confiança à nova direção da Deso e vai aguardar a apresentação da contraproposta até o final deste mês”, informa Jovaldo Marques, presidente do Sindisan. Essa decisão foi comunicada à Companhia, por uma comissão de trabalhadores, durante reunião ocorrida na tarde de terça-feira”.

 

Já foram exonerados mais de dois mil cargos

Pelo último levantamento feito já foram exonerados mais de dois mil cargos comissionados do governo estadual. Neste número estão incluídos os mil e duzentos exonerados por João Alves Filho e que foram publicados no Diário Oficial do dia 29 de dezembro. Segundo um assessor do governo a máquina estatal é grande e lenta, por isso algumas mudanças estão sendo feitas paulatinamente para que não haja interrupção dos serviços.

 

Filhos de senador tinham cargos no governo estadual

O senador Almeida Lima (PMDB) que na campanha eleitoral fez diversos artigos criticando os candidatos ao governo estadual, principalmente Déda e João Alves, parece que não conseguiu agregar nem a família em torno de suas idéias. É que dois filhos dele tinham cargos comissionados no Governo do Estado. Um no escritório de Brasília e outro (uma filha) em Sergipe. Certamente o senador deve ter ficado contrariado quando descobriu que os dois filhos tinham estes cargos e apoiavam o governo pefelista.

 

Prefeita diz que não criticou ex-governador

A coluna recebeu a seguinte nota da prefeita de Tomar do Geru, Iara Soares Costa, sobre uma nota publicada na semana passada:Tive conhecimento de que minhas declarações na reunião do Governador Marcelo Déda com os prefeitos municipais tenham sido mal interpretadas.Fiz questão de escrever minha breve participação para não cometer erros. Iniciei minha fala dizendo o seguinte:tenho certeza que já está iniciando com boas perspectivas, pois seis meses é uma ótima estimativa para que o Governador organize a administração à sua maneira, em momento algum direcionei críticas ao Ex-Governador João Alves Filho, do qual sou aliada e grata por suas grandes realizações para o povo de Geru, relatei pontos comuns a todos municípios – Ex.: Transporte Escolar de alunos da rede estadual; sugeri a manutenção do Programa de Erradicação de Casas de Taipa (por entender que o mesmo é de grande alcance social); reivindiquei a interferência na luta pelo aumento do FPM, e de interesse exclusivo de minha terra , solicitei intervenção do Gov. Marcelo Déda na liberação de recursos de uma emenda do Dep. Machado direcionada para construção de um matadouro em Geru; coloquei à disposição do Governador uma área de terra para construção de uma delegacia e por último solicitei aumento no valor do convênio para manutenção do HPP”.

 

Área da comunicação precisa de compromisso

Alguns assessores do governador Marcelo Déda estão preocupados com a nomeação de profissionais de imprensa que sejam técnicos, mas também comprometidos com o projeto administrativo de mudança no governo estadual. Não dá para deixar em alguns locais profissionais que estavam há pouco tempo fazendo a defesa exarcebada não de um governo, mas do ex-governador como também xingando Déda, quando era candidato. Ontem, o secretário da Fazenda convidou para a assessoria de comunicação da Sefaz o radialista Marcos Aurélio, que está engajado neste projeto de mudança.

 

Nada mudará a linha desta coluna

A quem interessar possa. Este jornalista não escolheu esta profissão pensando em enriquecer. Este jornalista escrever por prazer e com isso consegue manter sua família. A coluna tem uma linha que o leitor diário sabe: a busca da verdade. A promoção da verdade, a ética e a transparência são as metas que todo profissional de comunicação deve ter. A coluna é opinativa e tem como objetivo principal despertar o leitor para fatos políticos que ocorrem no dia-a-dia, com isso contribuir para uma consciência social. Daqui deste modesto espaço nos últimos meses foram levantados diversos fatos que levaram ao questionamento não só do leitor, mas de diversas autoridades. Este jornalista agradece a solidariedade de dezenas de leitores que desde quarta-feira enviam e-mails por conta de uma nota de um “leitor” repudiando esta coluna. Está claro: se for para mudar, se for para se calar é melhor deixar de escrever.

 

 

 

Solidariedade dos leitores I

Foram vários e-mails de solidariedade. Este jornalista vai publicar apenas um, que refletem bem o pensamento passado por dezenas de leitores. “Como leitora assídua dessa coluna não posso deixar de me expressar com relação aos comentários maliciosos e até invejosos do leitor Lawrence. Com relação à pessoa de Cláudio Nunes. Quem dera que muitos dos jornalistas de Sergipe tivessem sua lucidez e perspicácia para lidar com as notícias. Cláudio é um cidadão comum que possui suas preferências políticas, mas que sabe separara bem o joio do trigo. Seu trabalho jornalístico é apartidário. O que lhe interessa é colocar a notícia para seus leitores da forma mais íntegra possível. E, nessa caminhada, antes de veicular algo, toma os devidos cuidados de checar a veracidade dos fatos. Isso é responsabilidade e profissionalismo.Ninguém nunca viu e nem verá Cláudio fazendo sensacionalismo. Ele não necessita desse artifício. Quem é bom se estabelece e esse é o seu caso.Diz o leitor que Claúdio Nunes critica sem argumentos e isso não expressa a verdade. O citado jornalista é capaz o suficiente para oferecer a crítica devida quando o assunto veiculado merece que o faça”.

 

Solidariedade dos leitores II

Continua a leitora:Quando esse leitor chama essa coluna de medíocre, é a nós que atinge porque ela existe em face de nossa presença. O que seria de uma coluna sem seus leitores? Então somos todos medíocres? Cremos que a luta do leitor é uma queda de braço política. Almeja ele o cargo que Cláudio Nunes  dispõe no atual governo? Pois saibam os leitores que sou eleitora de João Alves, mas sei admirar um bom trabalho e sei que Deda conseguirá fazê-lo. No entanto, minha preferência política não me leva e nem levará a repudiar aqueles que trabalham bem. Essa coluna não trabalha para o PT, PFL, PMDB ou qualquer outro partido. A notícia é do povo. O que ocorre é que a matéria veiculada nem sempre agrada a aquele que está envolvido na denúncia. Paciência ! Andem corretos que tenho certeza que Cláudio os enaltecerá aqui nesta mesma coluna. No entanto, enquanto se comportarem como vermes sociais devem ter seus nomes divulgados sim e isso Cláudio sabe fazer muito bem”.

 

No interior, presos se alimentam com ajuda da família

A medida da SSP de proibir a entrada de alimentos – através dos familiares – nas delegacias de Aracaju foi correta. Através desta artifício entram ferramentas que danificam as instalações e facilitam as fugas. Infelizmente a SSP – pelo menos por enquanto – não disponibiliza verbas para alimentação de presos no interior. Com isso o preso somente se alimenta quando algum familiar leva a comida ou quando os policiais por pena lhes serve um pouco do que sobra da sua própria alimentação.

 

Frase do Dia

“Quem perde os seus bens, perde muito; quem perde um amigo, perde mais; mas quem perde a coragem, perde tudo”. Autor desconhecido.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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