Chegou o Julho amarelo

Mês de Mobilização sobre as Hepatites Virais

A campanha “Julho Amarelo” foi instituída no Brasil pela Lei nº 13.802/2019 e tem por finalidade reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais. O mês de julho reforça a luta contra as hepatites virais, a importância do diagnóstico precoce e alerta para a necessidade de ter a vacinação em dia. Por serem, muitas vezes, silenciosas, as hepatites requerem atenção redobrada.

O Dia Mundial de Luta para a eliminação da doença é 28 de julho, instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS), porém as ações de prevenção são intensificadas durante todo o mês. Este ano, a política de enfrentamento às Hepatites Virais do Ministério da Saúde está completando 20 anos, sendo realizado um seminário nacional, envolvendo diversos atores e instâncias do Sistema Único de Saúde (SUS), para avaliar a trajetória e os avanços no Brasil, reavaliando as estratégias para a eliminação das hepatites até 2030.

As Hepatites Mais Frequentes

As Hepatites são inflamações do fígado, importante glândula do nosso corpo, encarregada de várias funções. Na maioria das vezes, as hepatites são causadas por vírus, mas também pode ser ocasionada pelo uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, bem como por doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. Existem as Hepatites A, B, C, D e E. As mais comuns no Brasil são as do tipo A, B e C. O diagnóstico precoce favorece o início do tratamento, acessível a todos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

As formas de Transmissão das Hepatites Virais

Várias são as formas de transmissão das hepatites virais: Transmissão fecal-oral: condições precárias de saneamento básico, de higiene pessoal e dos alimentos, relação sexual oral-anal sem proteção (Hepatites A e E); Transmissão sanguínea: compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam, como confecção de tatuagem e colocação de piercings (Hepatites B, C e D); Transmissão vertical: da mãe para o filho durante a gravidez, o parto e a amamentação (Hepatites B, C e D); Relações sexuais sem preservativos (Hepatites A, B, C e D).

Sinais e sintomas das Hepatites

A infecção é marcada por evolução silenciosa. Quando surgem sintomas, os principais são: fadiga, febre, falta de apetite, náuseas e vômitos, dores abdominais, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

Exames disponíveis no SUS

Atualmente, a rede de serviços de saúde do SUS disponibiliza testes rápidos para as hepatites B e C. O diagnóstico é complementado por meio de exames de sangue específicos para os tipos da doença. O diagnóstico precoce favorece o início do tratamento. Realizar o diagnóstico precoce das hepatites é um dos principais determinantes para evitar a transmissão ou a progressão dessas doenças e suas graves consequências.

A Hepatite C e a transmissão entre atletas de futebol e usuários de seringas de vidro

Considerando que, uma das principais formas de transmissão do vírus da hepatite C é através de procedimentos que envolvam sangue, no passado, ocorria a reutilização de material para aplicações injetáveis, principalmente o uso de seringas de vidro, para aplicações terapêuticas e para o uso de complexos vitamínicos injetáveis por atletas, especialmente os de futebol, entre as décadas de 50 e 80, com objetivo de implementar o rendimento físico. Assim, muitos atletas de futebol do passado e usuários de seringas de vidro podem ter sido infectados pelo vírus HCV.

Também no passado, não existia o controle efetivo do sangue transfundido (décadas anteriores aos anos de 1980) e muita gente pode ter sido infectada. Por isso que, principalmente, pessoas com a faixa etária de mais de 50 anos, precisam fazer o teste da hepatite C. O diagnóstico da Hepatite C é fundamental para que o tratamento seja iniciado o quanto antes, garantindo a cura da infecção. Uma prática de alto risco, para as infecções das hepatites B e C, ainda hoje realizada, é a reutilização de seringas e agulhas entre usuários de drogas injetáveis e entre usuários de anabolizantes.

Eliminação das Hepatites Virais

A Organização Mundial de Saúde solicita que haja um esforço mundial para a eliminação das Hepatites Virais até o ano de 2030. Entre as medidas necessárias estão: redução de novas infecções por hepatite B e C, pessoas vivendo com hepatite B e/ou C devem ser diagnosticados e pessoas elegíveis para tratamento devem ser curadas (HCV) ou receber tratamento (HBV). É fundamental que as pessoas com Hepatites Virais tenham acesso aos serviços de acordo com as suas necessidades. Para a OMS/OPAS, a eliminação bem-sucedida das Hepatites Virais requer a ampliação de 5 intervenções-chave: Vacinação infantil contra hepatite B; Prevenção da transmissão do vírus da hepatite B de mãe para filho; Segurança e cuidados com instrumentos perfuro-cortantes(principalmente, seringas e agulhas) e controle do sangue; Redução de danos (recomendação para usuários de drogas); Testes de diagnóstico, tratamento e cuidados.

Prevenção às Hepatites Virais

Use preservativos em todas as relações sexuais; Não compartilhar objetos de uso pessoal, tais como agulhas, alicates de unha e lâminas de barbear; Exigir sempre materiais esterilizados ou descartáveis em estúdios de tatuagem e piercing, consultórios médicos, odontológicos, manicures; Lavar as mãos (incluindo após usar o banheiro, trocar fraldas e antes do preparo de alimentos); Lavar bem os alimentos antes do consumo; Usar instalações sanitárias; Não tomar banhos em águas contaminadas com fezes ou que recebam água de esgoto; Higienizar as mãos, genitália, períneo e região anal antes e depois das relações sexuais; Higienizar acessórios eróticos. É importante lembrar que fazer o teste e realizar o tratamento da hepatite B durante a gravidez pode prevenir a transmissão para o filho. Vacinação: A vacina contra Hepatite B está disponível no SUS para todas as idades. O esquema vacinal é o seguinte: 1ª Dose; 2ª Dose – 30 dias após a 1ª dose;3ª Dose – 6 meses após a 1ª dose. A vacina contra a Hepatite A também é eficaz, também disponível no SUS, e faz parte do calendário infantil, para crianças de 15 meses a 05 anos incompletos (4 anos, 11 meses e 29 dias).

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais