Japoatã, terra de dinossauros e da mulher mais idosa do mundo

Dona Maria Jose dos Santos (Foto: Adriana Oliveira)

Japoatã, cidadezinha bucólica e aconchegante, debruçada no topo de uma colina, inspira religiosidade, paz, cultura e mistério. Conhecida como a cidade do Cruzeiro de Pedra de Santo Pio e, do Tesouro Perdido de Japoatã, localiza-se na região do Baixo São Francisco, há 70 quilômetros de Aracaju, capital de Sergipe – Brasil.

Imagina-se que seja assim reconhecida por conta de uma lenda que insinua que os Jesuítas, quando expulsos do Brasil em 1759, pelo então plenipotenciário português, Sebastião José de Carvalho e Melo, também conhecido como Marquês de Pombal, tenham enterrado sob as grossas paredes da Igreja de Nossa Senhora da Agonia ou ao pé do Cruzeiro de Pedra de Santo Pio, os tesouros que não puderam levar em sua forçada retirada.

O professor José Bezerra dos Santos nos dá algumas pistas no seu livro “O Tesouro de Jaboatão”, quando se refere aos frades jesuítas diz: “[…] escolheram aquele local para suas preces, e descanso das jornadas fatigáveis e abrigo seguro onde guardassem, sem receio, as joias e alfaias da Igreja. Para isso levantaram as grossas paredes do mosteiro, plantaram no cume do monte o Cruzeiro de Pedra, Santo Pio e, a determinada distancia, ergueram a Igreja Nossa Senhora das Agonias”[…]

Em 2017 foi criada a Academia Japoatãense de Letras e Artes que, a partir de então, iniciou uma busca incessante ao tesouro, não ao lendário e mitológico “tesouro perdido”, não! A busca foi por um tesouro muito mais valioso que se encontrava ali, imanente, guardadinho no silêncio dos dias: as escolas, os professores e, sobretudo os alunos e estudantes. Este tesouro, embora entregue em valorosas habilidosas mãos remanescia no aguardo de uma ideia nova e, ela chegou e fez toda à diferença sem comprometer a qualidade que já era e sempre foi muito boa.

Em 2019 foi fundada a Academia de Letras Estudantil de Jovens Escritores de Japoatã que emprestou juventude e ideia novas aos projetos e muito fez e está fazendo para que o tesouro, agora encontrado possa ser usado com brilho e representação.

Mas, Japoatã é rica em mistérios, como já afirmado, todavia é muito mais pródiga também, em gente capacitada para ir além e dar um passo a mais explorando e buscando respostas para os enigmas que se pronunciam. Em 2022, plena pandemia, o jovem biólogo e professor de escola publica de Japoatã, Paulo Roberto Lima Aragão anos descobre um dente de um dinossauro mais precisamente, o dente de jovem “bebênossauro”. O achado foi levado a Universidade Federal de Sergipe, comprovada a autenticidade e, algumas divulgação foi feita e, ao que parece, sobre este histórico e grande achado, que poderá colocar a cidade de Japoatã e o estado de Sergipe, no mapa dos sítios arqueológicos do Brasil, não se tem mais notícias, o jovem cientista voltou para a sala de aula e, sobre ele e sua descoberta ninguém mais fala. E, isso aconteceu há apenas dois anos.

Agora duas inquietas professoras do ensino fundamental, junto com seus jovens pesquisadores, buscavam informações sobre as ruas da cidade e foram surpreendidos com o encontro que tiveram com dona Maria José dos Santos, a mulher mais idosa do mundo, nascida no dia 10 de janeiro de 1905, há exatos 119 anos.

A preocupação agora é a de não permitir que sobre mais este tesouro encontrado caia o véu do silêncio seguindo o mesmo caminho do sítio arqueológico que aparenta ser hoje o segundo “Tesouro Perdido” de Japoatã.

 

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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