Linfoma de Hodgkin: Diagnóstico e Tratamento…

“ Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado” (Roberto Shiinyashiki).

Linfoma de Hodgkin, também chamado de Doença de Hodgkin, é um tipo de câncer que tem origem no sistema linfático – um conjunto formado por órgãos (linfonodos ou gânglios) e tecidos que produzem as células responsáveis pela imunidade, além dos vasos que conduzem estas células pelo corpo.

Trata-se de uma doença que surge quando os linfócitos, presentes nos linfonodos e que têm a função de proteger o organismo contra bactérias, vírus e outros perigos, se transformam em uma célula maligna chamada célula de Reed-Sternberg, que então irá desencadear a reação inflamatória geradora de um aglomerado de células malignas e normais que formam a massa tumoral.

Nessa doença as células se multiplicam descontroladamente e se espalham de forma ordenada de um grupo de linfonodos para outro, por meio dos vasos linfáticos, e infelizmente observa-se que com o passar do tempo, podem se disseminar para tecidos próximos e, se não forem tratadas adequadamente, para outras partes do corpo.

A doença costuma surgir com maior frequência nos gânglios linfáticos das regiões do pescoço, do tórax e das axilas, estatisticamente os homens têm maior propensão a desenvolver o linfoma de Hodgkin do que as mulheres, e as faixas etárias em que os casos são mais comuns são dos 15 aos 39 anos, ou então em pacientes dos 75 anos em diante.

Tipos:

– Linfoma de Hodgkin com predominância linfocitária nodular – afeta 5% dos pacientes com a doença e é mais frequente em jovens adultos. Nem sempre manifesta sintomas, mas, quando eles ocorrem, são os comuns do linfoma. Raramente é encontrado fora dos nódulos linfáticos, sendo mais comum nas regiões do pescoço e do tórax. Tem altas chances de cura e um risco de 3% de se transformar em linfoma não Hodgkin;

-Linfoma de Hodgkin clássico – acomete 95% dos pacientes com a doença e é dividido em quatro subtipos:

1.     Esclerose nodular – constitui cerca de 60% de todos os casos de linfoma de Hodgkin e é o tipo mais comum em adolescentes e adultos jovens. Normalmente se manifesta na região cervical, supraclavicular e tórax e é altamente curável;

2.     Rico em linfócitos – semelhante ao de predominância linfocitária nodular, mas tem mais características em comum com a Doença de Hodgkin clássica;

3.     Celularidade mista – é o segundo subtipo mais frequente, com 25% de todos os casos de linfoma de Hodgkin, sendo mais comum em crianças até os 14 anos e adultos entre 55 e 74 anos e também é prevalente em pessoas com transtornos do sistema imunológico, como os portadores de HIV (vírus da imunodeficiência humana). Costuma ser associado a um estágio mais avançado da doença, mas é altamente curável;

4.     Depleção linfocitária – ocorre principalmente em idosos e em portadores de HIV, sendo que os pacientes podem apresentar uma doença extensa sem aumento dos gânglios linfáticos, porém não é raro que seu diagnóstico seja confundido com o linfoma não Hodgkin.

Sintomas e sinais do linfoma de Hodgkin

Os sintomas do linfoma de Hodgkin dependem de sua localização, ou seja caso se desenvolva em linfonodos superficiais do pescoço, axilas e virilha, formam-se ínguas (inchaços) indolores locais, porém se ocorrer na região do tórax, podem surgir tosse, falta de ar e dor torácica, já quando ocorre na pelve ou no abdômen, os sintomas costumam ser desconforto e distensão abdominal.

Outros sinais de alerta que podem se somar aos sintomas localizados são os sintomas sistêmicos: febre, cansaço, suor noturno, perda de peso sem motivo aparente e coceira no corpo.

Diagnóstico do linfoma de Hodgkin

Após serem observados os sintomas do linfoma de Hodgkin, a etapa seguinte deverá ser confirmar seu diagnóstico e seu tipo/subtipo, para isso deve ser feita uma biópsia da região afetada, com a retirada de uma pequena parte ou de todo o linfonodo, e subsequentemente o seu exame patológico.

O ideal é a realização da biópsia excisional, que é a remoção inteira do linfonodo ou tecido acometido – dessa forma, preserva-se a arquitetura do linfonodo, o que facilita sua classificação, porém em determinadas situações, a biópsia incisional (remoção de uma pequena parte do tecido afetado) pode ser a melhor alternativa a ser realizada.

Devemos salientar de que geralmente também são necessários exames de imagem para determinar a extensão da doença, ou seja, o estadiamento em que o linfoma se encontra. Atualmente, o PET-CT é o teste indicado para essa função; no entanto, como ele não está disponível na maior parte dos centros de saúde do Brasil, a tomografia computadorizada com contraste pode ser utilizada para o mesmo fim, além disso a realização de uma simples radiografia de tórax poderá detectar a presença de acometimento mediastinal.

Convém frisar de que uma biópsia de medula óssea deverá ser realizada apenas nos casos em que não tenha sido possível o exame de PET-CT e que através da realização da tomografia tenha sido detectado estádio IB-IIB, III ou IV, porém convém salientar de que não é necessário a realização da biópsia da medula óssea nos estádios IA e IIA.

O estadiamento do linfoma de Hodgkin é classificado de um a quatro em algarismos romanos (I, II, III e IV), acompanhado de A ou B – sendo A a ausência de sintomas sistêmicos (febre, cansaço, suor noturno, perda de peso sem motivo aparente e coceira no corpo) e B a presença de sintomas sistêmicos.

Quanto à numeração, o significado da classificação é:

  • I – há apenas uma cadeia de linfonodo comprometida, o que significa que apenas uma região do corpo está afetada (pode ser a cervical ou axilar);
  • II – duas regiões do corpo estão comprometidas pelos linfonodos, sendo as duas no mesmo lado do diafragma (só em cima ou só embaixo – axilas e pescoço, por exemplo);
  • III – tanto a região acima quanto a região abaixo do diafragma estão comprometidas (a doença está espalhada – pescoço e virilha, por exemplo);
  • IV – o linfoma já infiltrou o tecido linfático e algum outro órgão, como estômago, fígado, rim ou sistema nervoso central.

Tratamento

O tratamento clássico do linfoma de Hodgkin é a poliquimioterapia (quimioterapia com múltiplas drogas), com ou sem radioterapia associada, convém sempre inferir de que a quantidade de ciclos dependerá da avaliação do estádio inicial do tumor ​e o resultado do PET-CT ,além disso devemos lembrar que o esquema ou protocolo de rotina é denominado ABVD,cujo significado da sigla serve para identificar as iniciais das medicações utilizadas: Adriamicina, Bleomicina, Vimblastina e Dacarbazina, ​algumas vezes associadas ao Brentuximabe Vedotin. Importante informar de que a Bleomicina não é utilizada em pacientes com estádios avançados e de alto risco.

Caso haja retorno da doença ou não haja resposta ao tratamento, as alternativas são repetir a poliquimioterapia e realizar transplante da medula óssea.

Graças a Deus as estatísticas são muito animadoras, pois aproximadamente 70 a 80% dos pacientes são totalmente curados atualmente.

Uma Excelente Semana com muita Saúde, e Felicidade…

NAMASTÊ!!!

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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