Em busca do jornalismo perdido

Por Elaine Tavares, jornalista, na edição 889 do Observatório da Imprensa:

O grande livro de Ray Bradbury, Fahrenheit 451, ficção científica escrita em 1953, apontou uma sociedade futura na qual as pessoas teriam uma tela multidimensional na sala de casa e que ali ficaria passando informação sem parar, o dia todo, e a pessoa, viciada naquela algaravia, não conseguiria mais compreender o mundo criticamente.

Tudo se resumiria àquele caleidoscópio de palavras desconexas que perpetuavam o poder de quem mandava. Aquela passagem do livro sempre me causou calafrios. Era o mundo perdido no qual vivia a esposa do personagem principal, o que descobre a beleza dos livros num mundo em que eles não mais existiam.

Apesar da mensagem de esperança que o perturbador livro de Bradbury traz, aquela imagem da sociedade futura fica a corroer os miolos, principalmente quando aquilo que era só uma invenção ficcional nos anos 50 do século passado e parece ser a realidade dos tempos atuais. Esse é o nosso mundo.

As televisões espertas, de 50 polegadas, já conectam a internet e, nela, o Facebook, esse espaço multicomunicacional que parece ter abduzido todas as mídias numa só. Ali, no seu mural, as informações passam na velocidade da luz, formando a mesma algaravia enfeitiçante da sala do mundo Fahrenheit. A vida está ali, prisioneira e saltitante.

Essa constatação aterrorizante é o que me leva a pensar sobre a minha profissão: o jornalismo. Onde ele está? Quem consegue vê-lo em meio à selva de informações fortuitas, rápidas e mentirosas? Sobreviverá ao buraco negro do Facebook, cada vez mais empoderado?

Antes de mais nada, é preciso entender sobre o que estou falando, visto que há muitos entendimentos sobre o que seja o jornalismo. Falo da análise do dia, a descrição da realidade com impressão de repórter, contexto histórico, narrativa. Falo da produção de textos e vídeos que apresentem criticamente aspectos da realidade, levando o leitor/espectador a pensar sobre os fatos e estabelecer nexos com a vida.

O que é apenas informação e o que é jornalismo?

É fato que não é o Facebook o assassino do jornalismo. Ele agoniza desde há tempos na medida em que foi hegemonizado como mera propaganda, a apontar as belezas do sistema capitalista, da agricultura predadora, do consumo desenfreado e outras facetas mais desse modo de organizar a vida. As notícias que pipocam nas telas de TV, nos jornais, nada dizem da realidade. Elas servem para aprisionar e alienar numa verdade inventada, que esconde o discurso da maioria da população. A voz do jornalismo existente é a voz oficial, do presidente, do deputado, do economista, do especialista. Nela não aparecem os trabalhadores, os que lutam, os que realmente criam o mundo. Esses estão fora, sem lugar onde expressar sua voz.

É por conta disso que ao longo dos tempos sempre foi necessário constituir um jornalismo de verdade, que se faz em outras instâncias, alternativas e populares. Um jornalismo que abre espaço para a voz do oprimido, da comunidade das vítimas e que contextualiza a realidade. E desde há tempos, esse jornalismo vem se equilibrando no emaranhado de um mundo midiático, criado para o engano.

É a luta de classes se expressando no campo da palavra, da informação. De um lado, os poderosos, buscando impor seu modelo de mundo como o modelo universal, e de outro lado – ainda que com menos poder de abrangência, mas valente – as gentes em luta, procurando abrir espaço para a informação crítica que leve as pessoas a pensar sobre a realidade e, desde aí, transformá-la.

Com a ascensão da revolução tecnológica, o jornalismo precisou se reinventar. A Rede Mundial de Computadores trouxe uma novidade até então impossível de ser pensada: a possibilidade de a palavra do oprimido também ultrapassar os limites geográficos. Isso aprecia bom. Com a popularização da internet, os sindicatos, movimentos sociais, movimentos indígenas, movimentos populares, pessoas individuais, cada um que quisesse externalizar seu pensamento, tinha a sua chance.

E não apenas para a sua aldeia, mas para o mundo inteiro. As incognoscíveis páginas, criadas em linguagem html, foram se popularizando, com a criação de modelos facilmente manipuláveis. Vieram então os blogs que se tornaram muito mais acessíveis. A internet não apenas democratizava o espaço para que os movimentos coletivos se expressassem mundialmente, mas também viabilizava que qualquer um, com acesso à rede, pudesse ser um produtor de conteúdo.

Aí mais uma vez foi a hora de pensar o jornalismo. Se qualquer um pode divulgar informações, como peneirar o que é apenas informação e o que é jornalismo? Como reconhecer o que é uma opinião? Como estabelecer os nexos entre as informações soltas divulgadas aos borbotões? Como encontrar espaços de informação crítica e contextualizada?

O que se viu num primeiro momento foi que as pessoas continuavam a acessar a informação formal, produzida pelos mesmos grupos que já dominavam a informação televisiva ou do papel. Ou seja, a informação/propaganda produzida pelo jornalismo das grandes empresas de comunicação ainda era a referência. E, de novo, os movimentos e entidades da luta popular tiveram de disputar o espaço internético como “ilhas alternativas”, sempre perdendo a batalha para os velhos grupos de poder que controlam a mídia no mundo.

Como fazer seguir o pensamento crítico?

Foi então que chegou o Facebook, um espaço na rede que começou a abocanhar todas as possibilidades comunicacionais, aglutinando-as numa só. O correio eletrônico foi sendo abandonado e a comunicação agora vai se fazendo – em tempo real – pelo esquema de mensagens do Face. A ideia é de que a pessoa esteja o tempo todo conectada, aproximando-nos daquela assombrosa ficção de Bradbury. E assim, no mundo atual, ou a pessoa está conectada, ou não é. É a versão eletrônica do consuma ou te devoro, outro mantra do capitalismo.

Agora, a novidade que se aproxima me foi sussurrada por um texto do irianiano Hassein Derakhshan, chamado de pai dos blogs do Irã, que informa o novo plano de Zuckerman: acabar com a possibilidade da publicação de links no Facebook. E o que isso significa? Que se hoje os blogs e os movimentos sociais utilizam o Facebook para potencializar suas informações, divulgando os links para serem consultados, amanhã isso já não será possível. A tendência será a morte das páginas individualizadas. Segundo Hassein, o Facebook acabará sendo a única fonte de informação, totalmente homogeneizada. Não é sem razão que o criador dessa tecnologia tem andado pelo mundo fazendo convênio com os governos para permitir que “todos” tenham acesso ao Facebook.

Atualmente um bilhão e meio de pessoas usam a internet diariamente e mais da metade tem o Facebook como fonte principal de informação. Se considerarmos que somos sete bilhões no planeta, ainda há gente demais fora dessa mídia, coisa que Zuckerman está batalhando muito para mudar. Mas, esse mudar é apenas seguir sendo o mesmo, já que a tal da internet dos pobres apenas possibilitará o acesso ao Facebook, tornando a pessoa prisioneira dessa plataforma.

A questão é que o futuro nos reserva uma espécie de oligopólio mundial, uma plataforma única de comunicação, na qual será muito difícil discernir o que é verdade, o que é mentira, o que é propaganda, o que é crítico. Estaremos jogados na sala multidimensional de Bradbury, com as vozes falando, falando, falando e não dizendo nada, fortalecendo a dominação.

Voltamos então a questão do jornalismo. Como ele sobreviverá nessa sala caleidoscópica? Haverá saída? Encontraremos um espaço para a informação crítica? Estará perdido para sempre o jornalismo que desaloja, que perturba, que faz pensar? Perguntas incômodas, mas necessárias.

No mundo ficcional de Bradbury, as pessoas acabaram encontrando uma maneira de fazer seguir o pensamento crítico. E nós, encontraremos? Essa é a questão que tem me corroído as entranhas.

Medidas Cautelares: Pleno do TJSE declarou Constitucional “Lei do IPTU”, em dezembro de 2015
Em sessão realizada no dia 16.12.2015, o Pleno do Tribunal de Justiça (TJSE) apreciou e julgou os pedidos de medidas cautelares pleiteados nas Ações Diretas de Inconstitucionalidades (ADI), impetradas pelo Ministério Público (201500104932) e PSB (201500107731), seguindo rito especial.

Maioria
Por maioria, os desembargadores declararam a Constitucionalidade da Lei que atualizou a planta genérica de valores de imóveis do município de Aracaju. Após o julgamento das referidas medidas cautelares, os Embargados de Declaração oposto pelo PCdoB (201500104598), foram considerados prejudicados.

Parecer final do MPE
A ADI impetrada pela OAB/SE (201500111010), única que não requereu o rito de medida cautelar, submeteu-se, portanto, ao rito comum de processamento, tendo a sua tramitação continuada com último movimento gerado no dia 03.02.2016, estando os autos de posse do Ministério Público para emissão de parecer final.

Tramitação das ADI´s
É importante informar que a tramitação das referidas ADI’s sofreram interrupções, a primeira para que fosse resolvido um Conflito de Competência e a segunda, após o relator originário, Des. Ricardo Múcio Santana de Abreu Lima, se declarar impedido para processar e julgar as ações. O novo relator, Des. Alberto Romeu Gouveia Leite, designado por redistribuição, recebeu as ADI’s no final do mês de maio de 2015, observando o rito próprio de cada ADI proposta.

Medidas tomadas no TCE
Em visita ao presidente do Tribunal de Contas de Sergipe, conselheiro Clovis Barbosa, o senador Ricardo Franco (DEM) o parabenizou pelas medidas saneadoras que tem implantado nesse momento de crise econômica. A iniciativa, no entendimento do senador, deve ser seguida por outros órgãos públicos.

Conselho
Aproveitando a gentil visita, Clóvis Barbosa solicitou ao senador Ricardo Franco apoio para a criação do Conselho Nacional dos Tribunais de Contas (CNTC), nos moldes do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público. Ele lembrou que há projetos de emenda à Constituição (PECs) em tramitação no Congresso, inclusive um de autoria do senador Eduardo Amorim (PSC).

“Sergipeprevidência Convida”, uma boa ideia
Em meio a necessidade de cortar gastos e encontrar soluções, alguns setores do governo estadual estão fazendo a parte deles, com criatividade e parcerias. Na sexta-feira, 12, o Sergipeprevidência, dentro do projeto “2016: O Ano da Educação Previdenciária”, iniciou o“Sergipeprevidência Convida”, onde um profissional da comunicação ou formador de opinião é convidado para um bate papo informal na sede do órgão,  com o intuito é trazer à tona todos os assuntos relacionados ao Regime Próprio de Previdência de Sergipe (RPPS-SE).

Bate papo com Ivan Valença
O primeiro convidado foi o jornalista Ivan Valença.Augusto Fábio, diretor-presidente do Instituto, expôs informações que possibilitam perceber a diferença que faz o planejamento de ações e a capitalização dos fundos de aposentadoria. Durante o encontro, foi feita uma apresentação de todo o histórico do RPPS sergipano, além de disponibilizados os dados e ações que vêm sendo desenvolvidos para melhorar o funcionamento da máquina e aplicar os recursos dos beneficiários.

Más administrações anteriores a 2006
Augusto ainda alertou que é preciso ter em mente que o Estado chegou a este ponto por conta das más administrações anteriores a 2006, que não se preocuparam em estabelecer medidas a longo prazo. “Agora, o que precisamos é pensar estrategicamente para possibilitar ganhos reais no combate ao crescimento do déficit previdenciário.”

Medidas importantes, disse Ivan Valença
Conforme o decorrer da conversa, Ivan demonstrou um olhar otimista, mesmo diante da situação atual que passa não só a Previdência local, mas de todo o país. “Admito que fiquei totalmente abismado com tudo que vi e ouvi aqui hoje. Eu já trabalhei com o INSS e sei o quanto são importantes estas medidas que estão sendo tomadas para melhorar a situação dos aposentados e pensionistas.”O jornalista ainda elogiou a iniciativa, se colocando à inteira disposição para, junto ao Sergipeprevidência, construir um diálogo mais amplo com a população.  “Este contato com a gente é muito importante. Vocês abriram uma trilha espetacular e eu espero que se dê continuidade a isso”, finalizou.Ivan Valença, conhecido por não gostar de registros fotográficos de si mesmo, fez questão de posar para uma foto com toda a diretoria administrativa.

Gol do Corretor Impacto
A Construtora Impacto promoveu mais uma edição do prêmio ‘Gol do Corretor’, com o objetivo de reconhecer corretores e imobiliárias que mais venderam em 2015, e incentivar suas equipes de vendas como um todo. “Apesar da crise e das baixas expectativas na economia, como surpresa, em 2015, nossas vendas foram melhores do que em 2014. Este sucesso não seria possível sem os corretores. Estou muito satisfeito com a equipe”, comemora Henrique Côrtes, fundador da Impacto.

Gol do Corretor Impacto II
A campanha consiste em acumular certa quantidade de ‘gols’ a cada imóvel vendido ao longo do ano. No final, os gols são revertidos em valores financeiros. Foram premiados 33 corretores, ficando em primeiro lugar Ícaro Cardoso, que representa a Cohab Premium e já vende os produtos da Impacto há cinco anos.

Gol do Corretor Impacto III
Além dos corretores, quatro gerentes imobiliários foram premiados com troféus. Entre as imobiliárias, a Cohab Premium foi a campeã em vendas. Já a Abrigo Imobiliária foi a que mais cresceu no comparativo com 2014. As imobiliárias Alcance e Total também foram premiadas pelos resultados conquistados no ano. O ano de 2015 realmente foi bastante positivo para as equipes de vendas e para a Impacto. Tanto que os diretores da construtora já planejam um lançamento popular para este ano.

Carnaval dos Idosos
Quem disse que para pular carnaval tem idade? Animação e muita dança não faltaram aos idosos atendidos na Clínica de Geriatria Integrada, Espaço Ativo, durante o baile de carnaval realizado para os idosos assistidos no Centro-Dia, serviço especializado em reabilitação integrada.

Marchinhas
As antigas marchinhas de carnaval não deixaram ninguém parado no salão e fizeram os pacientes cair na folia. Durante o baile, que contou com música ao vivo, os idosos foram acompanhados por profissionais qualificados do Centro-Dia.

Atividades lúdicas
A terapeuta ocupacional, Luciana Deichmann ressaltou a importância de realizar atividades lúdicas com os idosos.  “Com o baile de carnaval, habilitamos o humor, a descontração, oferecemos socialização, além de estimular a memória dos idosos com as marchinhas de carnaval. São inúmeros os benefícios que o baile proporciona aos pacientes”, explica a profissional.

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Frase do Dia
“A alegria não está nas coisas, mas em nós.”Richard Wagner, compositor alemão, morreu em 13 de Fevereiro de 1883 (nasceu em 22 de maio de 1813).

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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