Entrevista com o publicitário Heyder Macedo – Araripe Coutinho

ENTREVISTA

 

Entrevista com Heyder Macedo

 

 

Heyder Macedo,

37 diretor de criação da Total Propaganda

Integrante da equipe responsável pela campanha do candidato ao governo João Fontes.

 

 

Como vc vê as exigências eleitorais atualmente?

 

Disciplinares e acertadíssimas, anos e anos as cidades sofreram com a bagunça causada pela poluição de cartazes e faixas, o que pra mim se traduzia numa gritante falta de respeito com o próprio eleitor. O Brasil mais uma vez dá exemplo ao mundo.

 

. Quem ganha uma eleição?

 

A vitória é ter o resultado alcançado, já vi vários candidatos saírem em segundo ou terceiro numa determinada eleição e partir para a próxima com muita força, chegando inclusive a ganhar. Faz-se muito isso, testa-se nomes, alguns tornam-se líderes, outros saem mais impopulares do que entraram.

 

. Que tipo de campanha dá certo?

 

A do bem contra o mal.

 

. Qual a influência de uma boa propaganda na campanha de um político?

 

Construção de uma imagem – artesanalmente. O que vale para um político, pode destruir outro. A escolha do caminho a seguir passa por um minucioso e criterioso planejamento de comunicação feito sob medida. É preciso ter talento, mas muitos acham que podem fazer, tanto que em 94, tinha um slogan que dizia: só Eimael pode derrotar FHC.

 

. É possível reverter um quadro de “escândalo”?

 

É possível sim, e até reverter a favor. Posso passar horas narrando fatos que foram revertidos pela genialidade de seus assessores. Ter ao seu lado profissionais que foram amigos de luta, mas são menos preparados, pode colocar um grande projeto em situação de vulnerabilidade.   

 

. Para fazer uma campanha fantástica é preciso só dinheiro?

 

Dinheiro ajuda, mas já ajudou mais. Vejo hoje pequenos exércitos derrubarem grandes estruturas de campanha. 

 

. Numa campanha, vale tudo?

 

Vale. Desde que meu candidato não saiba que estou fazendo.

 

. Onde começa a ética e termina a competição?

 

Tenho uma formação competitiva muito sólida. Graças a meus pais, desde criança pratico esportes tanto individual (surfe), como coletivo (pólo-aquático). Com eles  aprendi que valores como respeito, generosidade, lealdade você pode levar pra qualquer mesa. Quem já trabalhou comigo sabe do que estou falando, é muito mais sério do que você pode imaginar. Para fazer a comunicação de quem quer que seja, devemos respeitar quem nos ouve e, principalmente, não provocar a inteligência das pessoas com truques de teatro, por exemplo.

 

. Candidato que faz a cabeça do povo é aquele que ataca o adversário?

 

Estamos cansados do disse-me-disse. No Brasil somos complacentes com a corrupção. O que vale é cair na graça do povo, não há explicação plausível pro voto, vota-se muitas vezes por “ser o mais bonitinho”, isso é cultural, não se muda da noite pro dia. Opto sempre por falar das propostas, não gosto de briga.

 

. Trabalharia para qualquer candidato?

E nem pra qualquer agência.

 

. O que pesa numa campanha, além do candidato?

Uma excelente equipe. Cercar-se de profissionais competentes pode ser a melhor arma contra o imponderável.

 

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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