João Pessoa (PB): Preciosidade arquitetônica e histórica

Detalhes do altar-mor da igreja São Francisco, visto doa sala de coro

Grande parte dos turistas que vão a João Pessoa (PB) procura o litoral como refúgio. O Tô no Mundo foi conferir o patrimônio histórico da terceira cidade mais antiga do país, fundada em 1585, possuidora de um centro histórico de encher os olhos de quem gosta de construções antigas.

Em apenas um quarteirão, o turista poderá apreciar as preciosidades arquitetônicas das companhias franciscanas, carmelitas e beneditinas. E mais: o centro histórico é Patrimônio Cultural e Artístico do Brasil, com mais de 11 igrejas tombadas pelo Iphan por seu valor paisagístico e cultural e com prédios que datam de mais de 500 anos no estilo barroco, rococó, maneirista, colonial e art-nouveau. Não deixe de guardar um dia para essa preciosidade do Brasil.

Igreja do Carmo com Casarão do Azulejo

Ao menos no complexo arquitetônico da Cidade Alta, localizado entre as ruas General Osório, Duque de Caxias e Visconde de Pelotas, a preferência é que o trajeto seja feito a pé para não deixar os detalhes despercebidos ao logo do trajeto. "João Pessoa (PB): Preciosidade arquitetônica e histórica"  é a primeira parte da série "Turisticamente falando da Paraíba".

Detalhes da igreja do Carmo

Complexo Carmelita – Inicie pelas suntuosidades do complexo das carmelitas. Na praça Dom Adauto ficam as igrejas de Santa Tereza da Ordem Terceira e Nossa Senhora do Carmo. O trabalho em azulejaria portuguesa é de encher os olhos em sintonia com as imagens barrocas. A história do local não é muito clara, pois, com a invasão holandesa, muitos documentos se perderam, mas o traço da construção em estilo barroco, em pedra calcária é um dos monumentos mais visitados.

Em frente ao conjunto fica um casario pouco preservado, mas com fachada coberta por azulejos portugueses. É uma imponente construção que também chama atenção dos olhares mais atentos.

Entrada da Igreja de São Bento

Complexo Franciscano – Bem próximo dali fica o conjunto arquitetônico dos franciscanos, à direita. Símbolo de João Pessoa, a praça São Francisco compreende o maior cruzeiro da América Latina, o convento e a igreja de Santo Antônio construídos em 1589, a Capela da Ordem Terceira de São Francisco, a Capela de São Benedito, a Casa de Oração dos Terceiros (Capela Dourada), o claustro da Ordem Terceira, constituindo um dos mais notáveis testemunhos do barroco no Brasil.

Símbolo de João Pessoa, o Complexo Franciscano

O altar-mor da igreja está totalmente destruído, mas a imponência da construção e de suas pinturas ilusionistas fazem deste local um dos pontos indiscutíveis de ser visitado na capital paraibana.

Entre os destaques da Igreja de Santo Antônio também está a sala do coro, harmoniosamente valorizado com móveis em mogno, vista panorâmica da igreja e pintura ilusionista, acompanhada de uma verdadeira obra de arte sacra: o Cristo Crucificado com pés abertos, um dos únicos exemplares no país. Na sacristia, conta a guia Maria os pedaços do piso feito com mirra em tempos de outrora exalava o perfume da folha por todo o ambiente. O texto insurge exuberante com a pintura da Glória do Espírito Santo.

O conjunto de casarios no entorno dão um charme ao patrimônio histórico são-franciscano, a exemplo do casarão da Academia Paraibana de Letras, a frente, entre outros casarões.

Olhar da torre do Complexo dos Franciscanos

Complexo Beneditino – Descendo a ladeira do São Francisco fica a Casa da Pólvora, e ali perto o antigo e imponente prédio do Colégio Nossa Senhora das Neves, com uma estátua da santa bem ao centro da praça, além da Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves, mais a frente.
A basílica atual é a quarta igreja construída no mesmo local, devido às invasões holandesas. A atual não é considerada um monumento artístico, mas sua importância está no fato de ser a Catedral das Neves, remontando ao nascer da cidade. Na rua à frente da basílica fica um conjunto de casarios coloridos e tombados. É considerada uma das primeiras ruas da capital paraibana.

Igreja de São Francisco

Um pouco mais à direita da rua fica o conjunto arquitetônico dos beneditinos. Formado pela igreja e pelo mosteiro, o conjunto foi construído sob invocação de Nossa Senhora do Monte Serrat, em estilo barroco beneditino, iniciado em 1590. A porta central da igreja impressiona pela harmonia e beleza de formas, apesar da arquitetura sombria.

História – Conta o guia de turismo Genilson Pessoa que João Pessoa não se originou no litoral, mas à margem direita do rio Sanhauá. Essa linha do horizonte pode ser vista da sacada interna do complexo são-franciscano.

Complexo dos Franciscanos transformado em centro de arte

Primeiramente João Pessoa foi chamada de Nossa Senhora das Neves (1585), em homenagem ao Santo do dia em que foi fundada. Depois foi chamada de Filipéia de Nossa Senhora das Neves (1585), em atenção ao rei da Espanha D. Felipe II, quando Portugal passou ao domínio espanhol. Em seguida recebeu o nome de Frederica (Frederikstadt- 1634), por ocasião da sua conquista pelos holandeses, em homenagem ao príncipe Orange, Frederico Henrique. Novamente mudou de nome, desta vez passando a se chamar Parahyba, a 01 de fevereiro de 1654, com o retorno ao domínio português, recebendo a mesma denominação que teve a capitania. Em 1930, finalmente recebeu o nome de João Pessoa, homenagem prestada ao presidente do Estado assassinado em Recife por ter negado apoio a Júlio Prestes, candidato oficial à Presidência da República (1930).

Cristo Crucificado um dos únicos no país

A Cidade Baixa é mais um post da bela e aconchegante capital de todos os paraibanos e turistas que lá visitam. O pôr do sol e suas praias também emolduram os cartões-postais   de João Pessoa, com belezas sem iguais e ainda pouco exploradas turisticamente. Na próxima semana tem mais.

Dicas de viagem

  • João Pessoa não possui um eficiente meio de transporte público, pecando na interligação das praias com o centro histórico. O melhor é consultar um receptivo ou chegar até o centro histórico de taxi;

  • Detalhe do teto dos Franciscanos

    Ao visitar a Paraíba, procura a Agência Guia Mundo Turismo que o proprietário e guia de turismo Genilson Pessoa disponibilizará do melhor para receber bem e informar sobre os pontos turísticos paraibanos. O telefone é 83 98855 9796 (OI) ou 83 99670 7601;

  • O centro histórico possui restaurantes mais populares servidos no sistema self-service. Em alguns casarões próximos do complexo dos beneditinos e no largo de São Frei Bento, já próximo a Cidade Baixa, há casarões transformados em cafés, que disponibilizam um ambiente mais particular e comidas mais elaboradas.

  • Sacristia
    Sacristia

    Não deixe de fazer uma visita guiada ao complexo do convento franciscano. A guia Maria dará uma aula do barroco brasileiro, além de mostrar as principais obras do complexo;

  • A corrida da Praia de Tambaú até o centro histórico de João Pessoa fica em torno de R$ 25, ou seja, uns R$ 50 ida e volta. Portanto, vale a pena o city tour oferecido por algumas agências ao preço de R$ 30.

  • À noite, a praia de Tambaú é uma boa pedida para quem quer boa gastronomia regional ao preço acessível. O cardápio da feirinha e restaurantes locais vão desde a tradicional tapioca e caldos regionais a pratos mais elaborados, que variam de R$ 8 a R$ 40.

  • João Pessoa tem um sol intenso e amanhece bem mais cedo que em outros locais do país. Não esqueça que o melhor horário para fotografar o centro histórico é cedinho, quando muitos monumentos não estão com o sol batendo direto neles ou depois das 16h.

Gastronomia

Rubacão no Bessa

A gastronomia paraibana é baseada em ingredientes do sertão, que vão desde os queijos, manteigas artesanais, até os cortes de carneiro e bode. Há também uma cozinha tipicamente nordestina, como o tradicional RUBACÃO. Pedaços de carne de sol ou charque fritos são ricamente embebecidos de creme de leite, queijo caolho e em alguns locais, feijão verde. O prato é servido acompanhado da tradicional manteiga de garrafa.

Em outros locais do país, o rubacão ganha variações ou nomes diferenciados, a exemplo do tradicional feijão tropeiro de Minas Gerais, do arribacão servido em Sergipe do Baião de Dois, um misto de arroz com feijão verde, acompanhado de pedações de carne seca.

Fotos: Silvio Oliveira

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