Jornalistas punidos, e outros melhor carpidos por calo ósseo

A fotografia foi divulgada mundo afora, mostrando o jornalista saudita, Jamal Khashoggi, ingressando no dia 2 de outubro de 2018 às 13:14 horas, no consulado de seu país em Istambul, antiga Constantinopla ou Bizâncio de outrora, onde teria ido receber uma documentação de divórcio, que lhe daria alforria para novas núpcias.

Khashoggi, dizia o noticiário, tinha sido uma figura muito ligada à monarquia saudita.

Todavia, por críticas que fizera, e por receio de represálias advindas de desentendimentos com o Príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, que estava a perseguir os dissidentes do regime, emigrara para os Estados Unidos, onde ali granjeara cidadania americana.

Como jornalista, Khashoggi conseguira alguns feitos notáveis como entrevistar  Osama bin Laden, o pretenso líder intelectual do bombardeio às Torres Gêmeas, e estava colaborando com o “Washington Post” e o jornal turco “The Sabath”.

Naquele outubro, continua o noticiário, o jornalista estava em Istambul, quando resolvera ingressar no consulado saudita, onde iria receber documentação pátria comprovando um seu divórcio, afinal pretendia casar-se com a jornalista turca, Hatice Cengiz, de quem noivara, garota que o aguardava em frente ao consulado, cuja visita deveria ser rápida.

Uma espera que se eternizou, tendo a noiva Cengiz esperado por mais de dez horas em frente ao consulado sem que o amado dali saísse, nem lhe fosse informado o paradeiro.

Hoje, passados muitos meses, supõe-se que Khashoggi teria morrido após uma discussão com servidores do consulado, o seu cadáver tendo desaparecido, sem que ninguém soubesse o paradeiro, se teria sumido por inteiro, enterrado ou torrado, ali em solo pátrio estendido, ou se teria saído aos pedaços, seccionados e repartidos, para não deixar rasto e firmar medo por sequência.

Deixando a Bizâncio do moderno sultanato de Recep Tayyip Erdogan, que nacionalizou a Basílica de Santa Sofia, transformando-a em mais uma Mesquita, como glória otomana, e velejando para Catai, antiga gleba mongol de Kublai Khan, onde agora impera por moderna escol, o chinês Xi Jinping, sucessor do Tse Tung Mao, mais um jornalista é passado ao pau, sob o cutelo da lei.

De Wuhan, cidade chinesa de onde surgiu a pandemia de Covid19, vem a notícia de que um tribunal decretou a pena de quatro anos de prisão a Zhang Zhan, por “brigar e causar problemas”, crime comumente atribuído pelo governo chinês a dissidentes e ativistas de direitos humanos”.

Dona Zhan fizera amplas críticas ao governo chinês sob a gestão da pandemia, que saiu dos seus entornos para o resto do mundo, Sergipe também atingido, sem nunca ter visto nem conhecido o Pangolim, o animal roedor, parecido com o nosso Tamanduá, ou Tatu-bola, quem o sabe, tido e havido como suspeito, de ser o hospedeiro primevo, deste vírus forasteiro.

Pangolim Correio Brasiliense

Notícias estrangeiras à parte, em terra pátria está também curtindo uma cana, um “blogueiro”, chamado Osvaldo Eustáquio, jamais comparável a Zhan ou a Khashoggi, os periodistas estrangeiros citados acima, porque este Eustáquio seria apenas, como dizem muitos à exaustão, um “blogueiro”, isto é, um espécie de  “mau jornalista”, ou um “sacana tirado a jornalista apenas”, ou ser ainda “um batráquio-todo-ou-quase-sacana”, porque “jornalista de verdade” tem de ser aquele que escreve apenas o que bem ataca o Presidente Bolsonaro, o mandatário que é, mas que não deveria ter sido.

Pois bem o Eustáquio foi enviado a prisão preventiva, por desagrado de suas opiniões; um perigo mundo afora, e aqui também, com aplauso da ampla e famosa “extrema-imprensa”.

À parte tudo isso, o Presidente Bolsonaro, que é um provocador, fustigou toda a caterva que lhe quer mal, desafiando-os todos, sem exceção, contra si, e todos caíram na sua provocação rotineira, imprensa inclusive, de enaltecer o regime militar, cada vez perdendo a aura de ditadura por excessiva brandura.

Se muitos em cara dura, negam-lhe a facada recebida na barriga, expondo-lhes os fatos e as tripas, por que deles não comprar a briga, por troco, de ver uma simples radiografia dos queixos, em elucidação de fatos, tão denunciados, quão pouco comprovados por descuidos?

Agora, sem desleixo, nem deboches por acaso, eis o Presidente colocando a todos em sua oposição: 8 anos de FHC + 8 de Lula + 6 de Dilma, todos com o MDB em tantas misérias passadas, querendo ressurgir potente e latente com um ignoto Baleia, junto com o mal afamado e iliberal Demo do Maia, juntos; 8+8+6+2=24, quiçá 26 anos de erros e desmandos, encastoados no poder como ostra, sem gerar brilho de pérola, acrescendo tantos partidos menores, no mesmo sonho e meta, juntos agarrados, iguais e irmanados, sem diferenças, preocupados com um calo ósseo, um reforço cálcico apenas, a permanecer não revelado, para melhor mantê-los parasitários no poder, sem renovação?

É muita calcificação!

Um perigo para o cérebro da nação.

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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