Médicos, PMA e bom senso

  Quando do anúncio do nome do novo secretário municipal da Saúde, o médico Marcos Ramos, a categoria médica manifestou satisfação por entender que o mesmo além de ser competente sempre esteve à frente das reivindicações dos médicos em vários segmentos. Marcos assumiu há poucos dias, mas até o momento não chegou nem a montar sua equipe por conta da greve iniciada, e que é diferente das anteriores, onde os médicos faziam paralisações isoladas. Antes as paralisações eram abonadas, agora os médicos resolveram paralisar as atividades de uma vez, e certamente, a radicalização de um lado, fará também com que do outro, no caso o da Prefeitura, as faltas desta vez não tenham o devido abono, como ocorria anteriormente. Com isso alguns setores da categoria terão um corte salarial significativo, como prevê o regime administrativo.

 Ontem este jornalista conversou com alguns médicos e notou que a categoria não está totalmente unida. Alguns temem que o radicalismo apresentado esta semana, com a greve que completa uma semana hoje, pode levar os médicos a passarem para a sociedade que por trás da paralisação pode ter algum cunho político, afinal o novo secretário tem apenas poucos dias no cargo. Por outro lado, todas as categorias, depois do reajuste apresentado pela PMA, continuam conversando de maneira ordeira, sem pressões, e os médicos que conseguiram que a Prefeitura atendesse algumas reivindicações resolveram radicalizar. Que os médicos precisam de melhoria salarial isso ninguém questiona, mas não são apenas eles no atual quadro da Prefeitura. Além disso, a greve é um instrumento usado em último caso quando as negociações não avançam. Agora passaram a bola para a secretária da Administração, Lucivanda Rodrigues, quando na verdade o assunto é bem maior, já que o reajuste concedido e os avanços conquistados pela categoria este ano, foram através de uma comissão que existia na Prefeitura. O risco é que a falta e o conseqüente corte no salário aumente a radicalização, e mais, que as reivindicações passem a ficar em segundo plano por conta dos interesses políticos-partidários.

  Ontem, 12, a coluna recebeu a informação de um “ato falho” de uma das lideranças durante uma discussão. Para não cometer injustiça está checando, mas se aconteceu mesmo é uma prova que existe o interesse eleitoral na busca do desgaste da imagem do prefeito Edvaldo Nogueira.

    O mais lógico seria que o segmento da saúde e seus profissionais – que merecem respeito, condições salariais e a melhor estrutura possível para trabalharem  – formassem uma comissão de negociação exclusiva para dialogar e diagnosticar os números financeiros apresentados pela Prefeitura. Se a Prefeitura de um lado mostra que não pode mais avançar e de outro as portas se fecham, quem perde? A comunidade carente. Nada melhor do que o diálogo ocorrer de forma franca e aberta, sem radicalismo dos dois lados. Esse diálogo pode até mesmo fechar um acordo com base no orçamento que será votado para o ano de 2008. A radicalização é prejudicial para todos os lados. A comunidade carente fica com raiva dos médicos. Já a categoria fica com raiva do prefeito. Com isso a Prefeitura cumpre a lei e começa a cortar os salários por conta da greve. Quem ganha? Quem perde?  O bom senso deve ficar em primeiro plano e ensina que nos dias atuais o diálogo é a arma principal para avançar nas conquistas de qualquer categoria. Não há espaço mais para a radicalização, muito menos para interesses político-partidário numa área tão delicada como é a saúde pública.

 

Reunião do secretariado

Começa hoje a tarde e vai até amanhã a reunião do governador Marcelo Déda com todo secretariado. Como a coluna noticiou ontem, 12, com exclusividade, os secretários terão 10 minutos para expor toda realidade de suas pastas e o que foi feito nestes seis primeiros meses. Ninguém duvide se setores da imprensa não aparecerem hoje com notas fazendo da reunião um cavalo de batalha na tentativa de derrubar secretários. Como já disse o governador ele não nomeia ou exonera seus auxiliares por conta de pressão e interesse demonstrados através da imprensa.

 

 Corregedoria tem que funcionar pra valer I

O telejornal da TV Sergipe ontem à noite, 12, exibiu algumas filmagens mostrando que o delegado do conjunto Bugio, Sérgio Ricardo usava um preso, de nome Osman dos Santos, o Cherry, para vender produtor da Herbalife, empresa que representa em Sergipe. O Cherry é condenado há oito anos por atentado violento contra oito crianças. O preso, que estava sobre a custódia de Sérgio Ricardo usava toda a estrutura da delegacia para vender os produtos. A imagens mostraram que Cherry saía da delegacia, às vezes acompanhado do delegado Sérgio Ricardo. No dia 17 de maio, Sérgio Ricardo e Cherry chegam a uma galeria no bairro São José, onde participaram de reunião para venda do produto. O preso era um dos coordenadores da reunião.

 

Corregedoria tem que funcionar pra valer I

Através de denúncia, o Ministério Público Estadual fez o acompanhamento durante três meses do dia-a-dia do preso. Na delegacia do Bugio, Cherry usava o telefone e até fazia policiais de motoristas para vender o produto. Os policiais não falavam nada já que o preso era protegido do delegado titular. Pela investigação do MP há muito tempo Cherry fazia este trabalho para o delegado. Agora o delegado foi afastado da delegacia e a corregedora, delegada Katarina Feitoza tem que trabalhar pra valer. Chega de corporativismo entre os delegados de Sergipe.

 

Silêncio do Inocente

O silêncio do deputado estadual André Moura vem deixando apavorados até mesmo aliados dele. O certo é que mesmo se colocando na condição de réu confesso e mesmo estando caracterizado que foi ele o praticante do crime de desvio dos recursos públicos, qual o interesse de parte da  imprensa que vem agindo pesadamente apenas contra o prefeito de Pirambu, Juarez Batista. E os outros? Não são culpados? O prefeito inventou tudo da cabeça dele? A situação por ele denunciada era de conhecimento de quase todos que convivem nos bastidores da política sergipana, apenas alguns não possuíam coragem para denunciar e outros não dispunha de elementos de prova. Segundo porque de uma forma ou de outra ele responderá pelos crimes praticados e terceiro porque “dos males o menor”.

 

Faca de dois le(gumes)

Ao convidar algumas entidades representativas da sociedade para acompanhar a auditoria que o TCE-Tribunal de Conta de Sergipe, promove nos contratos da Deso, estaria ali embutida talvez de forma despretensiosa, uma tentativa de colocar as entidades convidadas num chamado beco-sem-saída, ou seja, o convite funcionaria como uma navalha ou como diria o ex-deputado itabaianense Zé Milton de Zé de Dona, as entidades estariam diante de uma “faca de dois le(gumes)”.

 

Iran defende intervenção em Pirambu

Em pronunciamento ontem, 12, na Câmara Federal o deputado Iran Barbosa (PT), defendeu a intervenção no município de Pirambu. “Precisamos urgentemente estabelecer punições exemplares para tentar combater estas organizações criminosas que roubam o dinheiro público e os trabalhadores brasileiros”, afirmou o petista. Iran Barbosa disse que não é admissível simplificar os casos de corrupção. “As causas, conseqüências e significados destes crimes são bem maiores e devastadores que o aparente”. O deputado lembrou que o governador Marcelo Déda (PT) já se manifestou sobre o pedido de intervenção, informando que se a mesma for decretada, nomeará um interventor imediatamente.”Obviamente por ser o ordenador das despesas daquela cidade, ele próprio ao denunciar o esquema já assume sua responsabilidade na execução de tais desvios aos cofres públicos”, disse Iran, no pronunciamento ao se referir ao prefeito da cidade. O deputado citou ainda as recentes prisões ocorridas no Estado do jovem empresário João Alves Neto, filho do ex-governador de Sergipe, João Alves Filho e do conselheiro afastado do Tribunal de Cotas (TC), Flávio Conceição, ambos acusados de receber propinas pagas pelo empresário Zuleido Veras, dono da Gautama. O esquema articulado pelo empresário veio à tona na Operação Navalha.

 

A vida criminosa das elites

De um leitor: “Sobre seu brilhante comentário sobre como boa parte da elite política vive à margem da lei e não são chamados de “marginais”, gostaria de tecer o seguinte comentário: O político furta, o pobre rouba. O primeiro só precisa usar sua influência ou atribuições de seu cargo para se apropriar do dinheiro que já está sob sua guarda, em razão do cargo. O pobre tem que pular muro, ameaçar, intimidar, praticar violência para conseguir seu intento e, na maior parte das vezes, atinge o patrimônio privado. O político usa como arma apenas a caneta importada que carrega no bolso, diretamente, não agride a ninguém, e sempre se apodera de dinheiro público (tido por muitos como dinheiro sem dono),  por isso mesmo, ninguém pede pena de morte para político. Já o marginal pobre, deste todos querem a morte, esquecendo-se que, em grande parte, sua atitude marginal é efeito colateral da marginalidade da elite política”.

 

Campanha também para motoqueiros

O prefeito Edvaldo Nogueira anunciou ontem,12, mais uma etapa da campanha de conscientização do trânsito em Aracaju, desta vez para que seja usada a faixa de pedestre. A SMTT precisa realizar uma campanha direta com os motoqueiros. Aliás, existem os motociclistas que transitam cumprido as regras de trânsito e os motoqueiros, na sua maioria, os que fazem entrega, que abusam no trânsito. Sobem em canteiros, passam sinais vermelhos, batem nos retrovisores dos carros e tudo mais. Estes merecem ser multados diariamente. Já os motociclistas transitam corretamente.

 

 

Trecho de um artigo de Frei Betto publicado na FSP

Trecho de um artigo de frei Betto publicado na FSP de ontem, 12: “Feita de barro e sopro, a natureza humana é sempre a mesma. Sendo o sopro de natureza divina, invisível e volátil, como todos os dons que dependem de nossa liberdade de acolhê-los e cultivá-los, fica o barro como o atoleiro no qual metemos as mãos, os pés e a alma. Amolecido pelo dinheiro da corrupção, ele se torna ainda mais maleável. O corrompido não passa de argila fresca nas mãos do corruptor. ..De curral a curral, a pecuária soa a pecuniária. Dinheiro vivo na boca do caixa, mais ignóbil que uma taça de ouro, ou entregue pelo lobista na porta de casa, sem um ramo de lírio. A vida extrapola a ficção. Mas, quando a repulsa paralisa a platéia, a impunidade campeia. De cima do palco, eles se abrigam na escuridão, protegidos pelo manto da imunidade, posando de vítimas ao relampejar dos holofotes da mídia. Aqui embaixo somos envenenados pelo cheiro da podridão”.

 

Leitor cobra da Deso e defende técnico como interventor

De um leitor: “Admiro a agilidade e o acolhimento que você dá a sua coluna, tratando desde o mais sério caso de corrupção até os problemas cotidianos sofridos pelo cidadão comum. É o meu caso, agora: eis que o Deso (ou a, tanto faz, quando o nome de uma empresa forma uma sigla masculina…)deixou de entregar a conta de água no início do mês, como fazia, para os que pagam até o dia 17 de cada mês.Consertei os vazamentos do encanamento da minha casa e fui informado que estão calculando a cobrança pela média do consumo, porque a empresa terceirizada que fazia a medição foi dispensada. Somente sei que esperava este mês receber um valor menor na cobrança, mas se isso for verdade, quem vai entrar pelo cano sou eu. Passando para aquele outro assunto, corrupção, sugira ao nosso governador Déda que não indique nenhum político para interventor em Pirambu e sim um nome do Ministério Público ou da Procuradoria do Estado ou da União”.

 

Diferenças entre um policial e um professor que trabalham no interior

 De um leitor: “Sou professor e por isso sou suspeito para falar da grande importância da minha profissão. Considero também que a segurança pública é essencial. Porém existe algumas diferenças, principalmente para quem trabalha no interior. A 1ª: os policiais não pagam passagem, e os professores pagam; 2ª os policiais têm onde dormir, dentro dos batalhões, e os professores, quando trabalham à noite, não têm onde ficar, então têm que pagar aluguel, ou morar de favor; 3ª os policiais podem fazer refeições nos batalhões, e os professores, que já pagam aluguel, têm que se alimentar e acabam pagando alimentação. Além disso tudo, os professores ganham menos. Isso acaba aumentando o já existente desestímulo dos professores e acarretam uma qualidade precária do ensino. E o governo ainda ajuda a enterrar a profissão com o esse tal piso falso e imoral. Enquanto estiver na educação, lutarei por ela, mas as pessoas cansam de lutar sem perceber mudanças reais saem e esquecem, e é o que vou acabar fazendo”.

 

II Congresso Nordestino de Direito de Família

Nos dias 02, 03 e 04 de agosto, o Estado de Sergipe sediará o II Congresso Nordestino de Direito de Família. O evento é organizado pela Escola Superior do Ministério Público de Sergipe (ESMP) em parceria com o Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM) e será realizado no Auditório do Ministério Público do Estado de Sergipe, situado no Edifício Walter Franco, 3 ° andar, Praça Fausto Cardoso, 327,Centro.Apresentando os diversos ângulos que envolvem o direito de família, o congresso propõe–se a debater temas relevantes da família na contemporaneidade, sob uma perspectiva interdisciplinar, na busca de caminhos e soluções. A Constituição da República de 1988 lançou um novo conceito de família, esta, mais abrangente e de inclusão, que elimina as relações de subordinação, implantando a isonomia entre homem e mulher, a paridade entre filhos e proteção da família, em cada um de seus integrantes.

 

Frase do Dia

“Aquele que obtém uma vitória sobre outros homens é forte,  mas aquele que obtém uma vitória sobre si próprio é todo-poderoso”.Lao-tzé.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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