Ministério da Saúde faz um alerta sobre outro Vírus Preocupante!

O HTLV, um vírus que pode afetar o Sistema Nervoso

Nesta quarta-feira (23), o Dia Nacional da Pessoa com HTLV, o Ministério da Saúde alertou a comunidade científica sobre uma infecção ainda pouco divulgada, com sinais e sintomas de início lento e “irrelevante” na maioria dos casos. A Infecção causada pelo vírus T-linfotrópico humano (HTLV) atinge as células de defesa do organismo.

O Dia Nacional da Pessoa com HTLV foi criado para alertar e mobilizar a sociedade e o poder público, com relação a uma infecção pouco conhecida, com sinais e sintomas imperceptíveis na maioria dos casos.

O HTLV foi o primeiro retrovírus humano isolado (no início da década de 1980) e é classificado em dois grupos: HTLV-I e HTLV-II. Trata-se de vírus da mesma família do HIV, vírus causador da AIDS (sendo por isso denominado “primo do HIV”), que infecta a célula T humana, um tipo de linfócito importante para o sistema de defesa do organismo. Dez por cento das pessoas infectadas apresentam doenças neurológicas (pode causar mielopatia, que afeta a medula espinhal, provocando dificuldade de movimento e perda de locomoção), oftalmológicas, dermatológicas, urológicas e hematológicas (neste caso, a leucemia e linfoma) associadas ao vírus.

Sintomas da Infecção pelo HTLV

Na maioria dos casos, o HTLV é assintomático. O maior perigo é para 10% das pessoas que carregam o tipo 1 do retrovírus, que podem desenvolver doenças moderadas ou graves. As duas mais graves são a leucemia de célula T do adulto (muito aguda, que pode levar a morte) e a mielopatia (lesão na medula espinhal) associada ao HTLV 1 (HAM, na sigla em inglês), em que o paciente pode ficar com dificuldade de andar e controlar urina e fezes.

Quando aparecem, os sintomas mais frequentes são: dor na batata da perna e nos pés e na coluna lombar; Fraqueza, dormência e formigamento nos membros inferiores; Perturbações urinárias, principalmente dificuldade para urinar ou de controle da micção. Pode também, de forma mais rara, apresentar sintomas relacionados com a presença de leucemia e linfomas: lesões cutâneas, alterações visuais, aumento dos linfonodos (“Gânglios inchados”).

Transmissão do HTLV 1

A transmissão desse vírus se dá pela relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada, compartilhamento de seringas e agulhas durante o uso de drogas e da mãe infectada para o recém-nascido (também chamado de transmissão vertical), principalmente pelo aleitamento materno. É um dos motivos da proibição do aleitamento cruzado, isto é, uma mãe não pode amamentar o filho de outra mãe diretamente, sem passar pelo banco de leite.

Diagnóstico

Muitas vezes, a pessoa descobre que é tem o HTLV, por acaso, quando vai doar sangue, por exemplo. Agora já está sendo recomendado o exame no pré-natal. O diagnóstico é feito somente por exame sorológico específico para pesquisa de anticorpos anti-HTLV no sangue. Os testes de diagnóstico já estão disponíveis no SUS através dos laboratórios centrais de saúde pública (Lacen).

Tratamento

Ainda não há tratamento específico para a infecção pelo HTLV. No entanto, todas as doenças correlacionadas com o retrovírus HTLV têm tratamento. O paciente deve ser acompanhado em serviço de saúde especializado, para diagnosticar e tratar precocemente doenças que podem estar associadas. O tratamento irá depender de uma avaliação infectológica, neurológica, hematológica, oftalmológica, assim como estadiamento do grau de comprometimento, tempo de evolução, presença de outras infecções.

Prevenção à Infecção pelo HTLV

A utilização do preservativo masculino ou feminino nas relações sexuais é uma importante proteção contra as IST – Infecções Sexualmente Transmissíveis. A infecção pelo HTLV é uma IST. É fundamental o não compartilhamento de seringas e agulhas. Quando a gestante possui o HTLV , como acontece também com o HIV, não poderá amamentar, pois há grande risco de transmissão para o bebê. Após a descoberta dos vírus HIV e HTLV , a amamentação cruzada passou a ser contraindicada. As mães infectadas usam medicamentos que inibem a lactação. Nesses casos, a nutrição deverá ser feita com fórmula infantil, a mesma recomendada para as crianças filhas de mães soropositivas para o HIV. Desde 1993 todos os bancos de sangue do Brasil testam os doadores de sangue para o HTLV.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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