FazoEle!

Preliminarmente, lembro que ontem, 8 de Fevereiro, completou um mês do assim chamado, “Grande Ataque à Democracia”, aquele quebra-quebra nos Palácios dos Três Poderes em Brasília.

Que grande tolice!

Os móveis e as vidraças nenhuma culpa tinham para o extravasamento de tanta raiva.

Os verdadeiros alvos restaram incólumes, e não eram os postulados da Democracia, como assim restaram demonizados os manifestantes enfurecidos.

A fúria, em mais que estúpida e desfocada pontaria, não alvejou nenhum dos verdadeiros objetivos; os agentes que denigrem a Democracia.

Um sinal de que tudo pode ressurgir, a despeito de infindos processos de custódia, arresto e multa.

Porque a vida é assim. É preciso acalmar os espíritos, convencê-los, de que não é assim, tão ameno e sem veneno, que o gangreno realiza o seu estrago.

E de vidro quebrado, varrem-se os cascos e se põe, bota outros, tudo continuando igual, em causa a requerer efeito.

Que o digam os feitos defenestrados em Praga, nos idos de 1419 e de 1618, em que preservaram-se vidros e janelas, enquanto jogados por elas restaram as suas moscas verdadeiras.

 

Defenestração de Praga, com os imóveis sendo evacuados.

 

Isso, porém, é história…

E historia, não de pragas, mas de Praga, da antiga Boêmia.

Aqui as pragas são outras.

E muitas!

Daí a ofensa ser dirigida em maus passos; a tantos Paços Republicanos.

Dito isso, e só por pensar distante do que se fala a respeito do “Putsch da Cervejaria em Munique (1923), por comparo com o nosso “Putsch da Chapelaria”, ou “Golpe à Brasileira”, por algazarra e bagunça, e só desordem, enveredo no devido devir, daquilo que está por vir.

Lula está par vir a Sergipe.

Deverá ser ovacionado pelo vasto eleitorado que o elegeu.

Foram cerca de  63,82% (828.716 votos), no 1º turno, salvo engano.

Nesse mesmo turno, o candidato Bolsonaro teve 29,16% (378.610 votos), e os restantes, 7,01% (90.910 votos), ficaram distribuídos entre os demais candidatos: Simone Tebet, Ciro Gomes, Soraya, Felipe do Novo, Padre Kelmon, Vera PSTU, Leo do UP e Sofia do PCB.

Se dependesse de Sergipe, Lula já estaria eleito no 1º turno.

Como Sergipe pouco voga, houve um 2º turno, oportunidade para refletir, e aí, o candidato Lula da Silva aumentou ainda mais o decouro com 67,21% (862.951 votos), ficando o então Presidente, Jair Bolsonaro, com 32,79% (421.086 votos).

Dito assim, mais de dois terços do eleitorado sergipano fizeram o “ELE”, preferindo o atual Presidente da República.

Na opinião do eleitorado ilustrado de Sergipe, e de nossa mais que perlustrada e acreditada imprensa, o candidato Bolsonaro fizera um “desgoverno”, vocábulo sobremodo repetido em cascata de cascateiro e catarata de cegueira, justo quando o Brasil, este Brasil inzoneiro, bom de samba e fadado sempre ao nanismo, despertava de sua tradicional moleza, fazendo-se boa aragem numa ambiência externa recessiva, tentando se agigantar acima dos demais países, bombando no comércio exterior com exportações extravasando recordes nunca exibidos, justo quando a inflação monetária estava sendo contida, e regredindo a níveis nunca dantes, e em tempos tão distantes, por respeitáveis, sem denúncias de corrupção comprovadas, e sem empreguismo de clientelismo e compadrio, tudo que antes vingava como cadela ao cio, superando os percalços de uma guerra externa entre Rússia e Ucrânia, o desemprego já exibindo um fôlego de náufrago, e nossos políticos discursando só estrago, miséria e morte numa pandemia, que no entender deles e em busca de sua sobrevida, era uma doença brasileira somente, e “bolsonariana”, por melhor lhes parecer à falta de vacinas.

E Sergipe, que se atola num pesadelo de décadas, querendo ver a duplicação da BR101, só 100km para um lado, outro tanto pro outro, conseguiu inaugurar com o “genocida” Bolsonaro uma ponte duplicada em Propriá-Colégio, já que a outra, inaugurada em 1970, datava dos infaustos tempos dos Presidentes-Generais.

E depois de um longo jejum de obras, Sergipe vira com o Capitão-Presidente parcos 30km de duplicação asfáltica, isso em quatro anos, tudo aquilo não conseguido com FHC I e II, Lula I e II, Dilma 1 e ½, e Temer, outro ½, e que agora renovadamente implora esta tal duplicação no Governo Lula III, em pleito continuado por difícil. Ó como é difícil!

E bote dificuldade, porque à parte de tudo isso, a imprensa televisiva sergipana no afã de escarrar nojeira em cima da imagem do Presidente-Capitão que nos visitava entregando a nova ponte e a duplicação a fórceps parida, preferira saber o que seria feito com o leite condensado adquirido pelas Forças Armadas, num escândalo canalha, hoje esquecido.

Bem esquecido e não mais lembrado, porque tudo era apenas canalhice, picaretagem mesmo: do doce de leite às compras de remédio para brochura erétil do Exército; do escândalo das vacinas não compradas, aos pagamentos em potes de ouro fornecidos a pastores sem rebanhos; tudo o que bem valia um arreganho, uma vilania, um arrebanho para desmoralizar as nossas Forças Armadas, que assim terminaram restando, tão pouco amadas, quase mesmo desalmadas, ou por pouco, muito pouco mal amadas; tudo para impedir o país de percorrer o bom caminho no agro, na economia, no comércio, na redução de impostos, no combate ao empreguismo político, justo aquilo que desagradava a companheirada política, que toda ela, sem o dizer, mas o fazendo, dizia buscar por “terceira via”, um farsesca útil, para fazer viborosamente o “Ele”!

Algo que premonitoriamente bem afirmara o mais que polemista, Olavo de Carvalho, execrado à exaustão, como capeta, em sua sempre denunciada, “Guerra de Tesouras”, em comilanças continuadas.

E assim eis o “Ele” empossado.

Uma maravilha, desde a posse, na subida da rampa, com direito até a um cachorrinho, só um petinho, tão fofozinho, como deve ser todo bom vira-latinha, que só vai à rua na coleira, para que o dono ali deixe o seu cocozinho. Nunca recolhido, é bom frisar, porque, para quê recolhê-lo, se outro pode pisar, e despertar, para dizer que o mundo é assim mesmo: tão fofinho!

E com tanta fofura, de cores e cocares, impensados até pelo bom Glauber Rocha, em seu “Terra em Transe”, eu fiquei deveras extasiado com aquela subida de rampa.

Estou, inclusive, tentando  me refazer educativamente, para dizer que aquilo sim é que é maravilha.

“Mirabília”, como bem poderiam exaltar os romanos Catulo, Lucrécio ou Sêneca, e até os mundanos Cheirume, Bagaço e Frieira, em vasta cocheira, a par e passo de pouco aprume.

Mas, como estou turrão e desaprumado ainda, estou querendo cobrar, eu que aqui fui chamado até de “escroto”, só por restar no terço inferior, nos 32,79% dos eleitores sergipanos que votaram no Bolsonaro, eu quero re-cobrar dessa formidável maioria que fez o “Ele”, perguntando.

Cadê vocês? Onde vocês se escondem?

Façam o “Ele”! Vão às ruas! Louvem o seu campeão!

Mas, cobrem!

Chegou a hora de cobrar o preço do equívoco!

Mas não cobrem o impossível!

Essa coisa de fazer uma ponte na foz do Rio São Francisco e um Canal do Xingó são coisas remotíssimas!

Se não o são, parecem logro de tolos!

Não que seja uma impossibilidade em termos de Engenharia…

Ela, a Engenharia, pode tudo.

“Dê-me um ponto de apoio e eu moverei o mundo!” – Teria dito assim Arquimedes de Siracusa.

São obras de custo imenso, exigindo poupança externa, que não representam uma prioridades para o país.

Sergipe precisa reconhecer-se em sua real dimensão nacional.

Querer a solidariedade de todo o país para uma obra de R$2,5 bilhões não seria muito abusar do sonho e da vã filosofia do comum brasileiro distante?

Que o digam os Yanomamis que não conseguem nem a minha, e talvez também a sua, meu leitor, a nossa solidariedade remota.

Porque se depender de mim e da minha curta carteira, não farei parte dessa vaquinha.

Me incluam fora desta féria!

Por esta léria, eu não me incomodo que me venham xingar de “escroto”!

Que os “não escrotos”, os do “ELE”; contribuam em bom proveito!

Todavia, sem “argumentos escrotos”, nem algaravia, e só a titulo de tosca conta, ou simples “computaria”, se repartissem os 2,5 bilhões de Reais orçados pelos 862.000 sergipanos que fizeram o “ELE”, daria sem putaria, a bagatela de uns R$250,00 por mês, uma fortuna que bem poderia ser paga por quaisquer rentistas, mesmo aquele do “Auxilio Brasil” concedido pelo “genocida Bolsonaro”.

Isso é outra estória!

FazoEle, ora essa!

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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