“Pero que las hay, las hay!”

Existe consórcio comunista?

Para Pablo Marçal, o candidato a Prefeito de São Paulo, Capital, o consórcio comunista está presente em toda imprensa, “extrema imprensa”, majoritária mídia que vem de forma geral e unânime, e sem fazer um contraponto imparcial por necessário, querendo formatar a cabeça do leitor, deformando-o, em favor de uma sua vertente, dela mídia, ideológica, como se fora uma agremiação política no picadeiro onde a disputa partidária se espraia.

Em verdade, desde a última refrega eleitoral, por pregações sempiternas de “terceira via”, demonizaram o que se chamou “Bolsonarismo”, radicalizando-o aí, como campo pior do mal a extirpar, encurralando todos os que insatisfeitos com o status quo vigente, viraram “rebanho” que ainda o segue pelas ruas, em todo lugar onde aparece.

Uso a palavra “rebanho”, porque é assim como “gado” tangido, que vêm sendo tratados pejorativamente, todos aqueles que admiram o Ex-Presidente Bolsonaro.

Sem lhes dar quaisquer direitos de admiração e escolha, a “velha imprensa” tem se revelado rancorosa, tratando este vasto grupo, dito “bolsonariano”, como se fossem lodosos suínos, perniciosos Java-porcos, desferindo-lhes mais das vezes, uma peçonha rancorosa, taxando-lhes como “escrotos”, os deseducados genericamente, e enclausurando-os todos por discordância, num campo inimigo a exterminar.

Um extermínio que não lhes permite existir em convivência democrática, no contexto da livre escolha a professar e pensar, aos quais vêm sendo enredados num cordão sanitário, digno dos regimes totalitários e atrabiliários.

Poder-se-ia afirmar que a velha mídia os vem tratando como “porcos bolsonaristas”, aos quais  não merecem, jogar-lhes pérolas, nem as bulhas parolas de seus escritos!

No seu pregar editorial, por que jogariam pérolas aos suínos, se estes lhes são seguidores de uma outra rama, insurgente e divergente, daquilo que ela, velha imprensa doutrina, pensa e professa, se assim ingressaram num maniqueísmo crescente,  e cada vez mais dissonante de tantos leitores que a ela resistem recalcitrantes e maus convertidos?

Não está nesse desconverter a decepção que vem depauperando a mídia, em perda de leitores e seguidores, deixando-a quase à míngua, com o caldo sendo engrossado na sua própria caçarola, justo na sua terna água, de seu velho poço, onde vem sendo cozida, cozinhada, como o cantante sapo da fábula, se fazendo surdo e cego contra um mundo novo se renovando, fascinado com as novas mídias; as “danosas mídias sociais”, libertárias e igualitárias, chegadas como Cesar, em “veni, vidi, vici”, vencendo rios e regatos, e desvarios outros de tempestades, para  ver e vencer e assim permanecer em nova moda por herdade?

Não é assim em nova sanha, em imitação vária, da sempre velha por sicária, Inquisição, querendo converter pela força, faltando-lhes a viva força dos argumentos?

Inquisição, que nunca foi Santa, nem “tantus/tanta/tantu et quantus/quanta/quantum”, desde o medievo ao qual seguiram e repetiram, onde o gênero neutro, nunca fora inviril, mas o espanque restou suave como o vil e o hostil o é hoje, atrabiliariamente usado de modo igual, e sempre inguinal aos campos de extermínio de infausta lembrança.

E que o digam os que em martírio padeceram ao longo da História, desde os cristãos às feras lançados nas arenas romanas, nunca referidos com lágrimas por Caio Suetônio, o tranquilo e sereno biógrafo dos doze primeiros Césares, e os muito hereges enredados e a laços caçados como Giordano Bruno e Galileu Galilei, e hoje chegando na mesma inclemência contra os ditos, “inimigos “da democracia”, onde zumbem e zoam as eternas moscas-berneiras, simples moscas-varejeiras, em seus voos baixios e vadios, parasitários, que agora azucrinam em outro bestiário, se insurgindo contra a anistia dos quebra-vidros, por catarse tola do idos não de março, mas do “domingo convescote, de oito de janeiro”, infausto exemplo que ficará na história pátria, tão funesto quão indigesto a suscitar, qual termidor uma revanche, que sempre virá se não restar por ferida saneada, cauterizada e perdoada, em magoou de retorno igual, por desfecho, de avalanche.

Por acaso não é a perseguição que suscita a vingança, a vendeta inesperada, e que sempre vem mal achegada, por bem-vinda ou mal chegada, em que o clamor de Termidor cauteriza pior, o terror de Prairial?

Por acaso há Prairial sem Termidor, em tanto excesso de dor?

E podemos nos afastar deste mal consolo dolorido e mal carpido, com o Brasil com os nervos a solto, em crescente desunião, justo em prévias de eleição?

Não seria o fenômeno Pablo Marçal, em ponto inesperado e fora da curva, um reflexo dessa mesma intemperança, apontando ampla vertente comunista, em não santa inquisição por perseguição presenciada?

Porque nunca se viu tanto “comunista”, sendo citado e exposto, à luz do dia!, justo estes que não mais se expunham em partidos explícitos, PCB ou PCdoB, “partidão” ou “partidinho”, desfigurando-se no pós Regime Militar, e hoje preferindo exibir-se em vário mimetismo descolorido, na mesma ecdise, em que a aparência muda, mas persiste a mesma essência, em  próprio perigo, disseminado em muitas siglas e aboios.

Um aboio tão infindo que ninguém mais sabe quem é de “Direita” ou de Esquerda”.

 

Para quê sabê-lo, se no mesmo desvelo, o Lulista é um ser minguante e jazente, e o  Bolsonarista um mal sofrido mutante e impenitente, se está brotar um maniqueísmo novo, e crescente, com os comunistas sendo expostos no atacado e no varejo, desconsolando a muitos que não se queriam tanto, aos “goiabinhas” inclusive!

Ou seja; o candidato Pablo Marçal embaralhou o jogo e tanto as cartas, que só há um jeito de vencê-lo: matando-o, alijando-o dos debates ou retirando-o do certame das urnas por conveniência de inelegibilidade!

A parte tudo isso lá agitando a desvairada Capital, em Aracaju esse modismo não nos chegou ainda!

Aqui não há candidato a la Marçal, nem um Consórcio Comunista!

Mas como repetem os lhanos galegos e castelhanos: «No creo en brujas, pero que las hay, las hay!»

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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