Ponta Negra (RN): efervescente durante todo o dia

Morro do Careca é símbolo de uma capital que se verticaliza entre paisagens naturais

O Morro do Careca está para Natal, capital do Rio Grande do Norte, como o Cristo Redentor para o Rio de Janeiro ou as pontes sobre o rio Capibaribe para o Recife. A paisagem de uma Natal que tenta preservar o natural, ao mesmo tempo que se verticaliza em arranha-céus, é perceptível em contrastes, contando com o Parque das Dunas encravado entre a Via Costeira, à beira-mar, e largas avenidas que margeiam shoppings e centros de compras.

Praia de Ponta Negra amanhece em temporada de maré baixa apta para uma boa caminhada

Contando com uma população crescente de 878 mil habitantes (IBGE 2018), fundada em 25 de dezembro de 1599, às margens do rio Potengi, a Cidade do Sol e Cidade dos Reis Magos, Terra do Camarão, de Câmara Cascudo é atrativa o ano todo. E o que dizer do Morro do Careca? Encrustado numa reserva ambiental e militar da praia de Ponta Negra, o Morro é um símbolo do Rio Grande do Norte e principal cartão-postal da Ponta Negra, um dos redutos noturnos e mais turísticos de Natal.

Bares e restaurantes durante o dia mudam a paisagem natural de Ponta Negra

Ponta Negra por si só representa bem o que Natal oferece aos turistas que a buscam para passar férias ou conhecer o atraente litoral nordestino. Praias de águas calmas na maré baixa, boa para os esportes náuticos na alta, restaurantes de primeira, hotelaria invejável e burburinhos entre feiras gastronômicas e centros de artesanato.

Cidade de verticaliza sem perder as áreas naturais

Durante o dia, a orla marítima é a atração entre o calçadão e a faixa de areia, que recebe espreguiçadeiras e mesas com sobreiros. Na área mais à direita, onde fica o Morro do Careca, jovens disputam as poucas vagas nos bares que, frequentemente, o ritmo vai da música eletrônica de DJ’s convidados ao regionalismo do forró de pé de serra. A vista é privilegiada do Morro do Careca.

Dunas em contraste com os arranha-céus de Ponta Negra, vista do Centro de Convenções

Mais à esquerda da praia, conglomerados de hotéis com áreas de lazer à beira-mar representam bem a quantidade de turistas que buscam Ponta Negra como hospedagem. Seguindo a praia, acessa a Via Costeira com mais hotéis para quem busca áreas reservadas e tranquilidade.

No entardecer, as barracas são disputadas para apreciar o pôr do sol

À noite, a configuração se transforma e a orla se depende para dar passagem aos bares, restaurantes e feiras que margeiam a avenida Roberto Freire. Ponta Negra se despede do traje de banho e ganha ares noturnos no passa-passa de turistas no calçadão da avenida.

A noite, charmosos bares e restaurantes dão espaço para o burburinho

Convites são o que não faltam nas calçadas para o turista entrar em um restaurante, conhecer a feira de artesanato ou fazer um passeio pelo litoral potiguar. E se fizerem o convite para entrar em um dos restaurantes especializados em camarão, não titubeie. É uma boa dica. Por ser o Rio Grande do Norte um estado abençoado pelos raios do sol e a salinidade das águas do mar ser alta, conta-se que o crustáceo se reproduz com facilidade, o que faz ser bem apreciado na culinária potiguar com um bom custo/ benefício. Tem até rodizio de pratos à base de camarão, que serve desde o bobó de camarão, o camarão na moranga, o camarão grelhado, ao alho e óleo, a maionese de camarão, o camarão chiclete, aos quatro queijos, ufa…

Camarão é bem apreciado na culinária potiguar

Sabores potiguares – O camarão é só o começo para apreciar o sabor potiguar. Caso não queira pecar pela gula em rodízios que não param de oferecer diferentes pratos, no canteiro central, entre as ruas que margeiam a orla de Ponta Negra e a avenida Roberto Freire, fica a feirinha de food trucks, onde a vedete da feira são os sanduiches gourmetizados, mas que não deixa de ter uma boa carne de sol com macaxeira. Percebe-se também que o crepe é um dos pratos de rua da Capital Potiguar, encontrado em todas as esquinas, restaurantes e praias. Mas se quiser apreciar de uma boa comidinha potiguar, arrisque comer a ginga com tapioca, um emaranhado de peixinho frito vendido com um tipo de biscoito de farinha de tapioca, bem típico de Natal.

Rodízio de camarão é um dos atrativos nos restaurantes de Ponta Negra especializados

Ponta Negra é rica em opções de bares e restaurantes ao adentrar a região por traz dos principais hotéis da avenida Roberto Freire, a exemplo dos que ficam no entorno da denominada praça do Gringo ou pertinho do shopping Praia.

Quando a noite se despede e o dia raia bem mais cedo que em outros estados, por volta das 4h da madrugada, os turistas lotam novamente a faixa de areia na maré baixa para a caminhada matinal. O dia inicia, a praia de Ponta Negra novamente se veste de traje de banho. É só chegar, que é o convite ao sol passa a ser um ultimato. Ponta Negra é o símbolo da Capital Potiguar, de dia ou de noite.

Dicas de viagem

Por volta das 6h, um aglomerado de buggys lotam a frente dos principais hotéis em busca de turistas para os principais passeios do litoral. Exija o cadastro no Ministério do Turismo, veja o roteiro e busque sempre a legalidade e a qualidade para não ter dor de cabeça.

Se preferir contratar os passeios de uma agência, a Potiguar Turismo é base da CVC Natal e fornece bons profissionais e preços. O telefone de contato é o (84) 4009-8550.

Ponta Negra é praia urbana de Natal mais agitada e que tem bons restaurantes e hotéis, com infraestrutura para todos os bolsos e gostos, mas há outras opções de praias, a exemplo das que ficam nos bairros da Areia Preta e Mãe Luiza.

Há quem diga que as mais belas paisagens naturais do litoral ficam no entorno de Natal e é verdade. Paraísos como Barra do Cunhaú, Pipa, Baía Formosa, Maracajaú, Jacumã e Extremoz são algumas delas. Consulte uma agência de viagem.

Não deixe de ver o pôr do sol da praia de Ponta Negra a partir do Morro do Careca. Ver a cidade se despedindo do sol entrecortada pelos arranha-céus ao longe é um espetáculo.

Gastroterapia

Tapioca de carne seca é uma das pedidas

Há três dicas recomendadas de comidinhas na Ponta Negra: os pratos à base de camarão, as deliciosas tapiocas e a culinária mais nordestina, típica do sertão. O Trilha do Camarão foi o primeiro restaurante a oferecer o sistema de rodízio, contando com mais de 20 pratos, além de acompanhamento de arroz e salada e algumas carnes incluídas. (R$ 59). A proprietária Terezinha (80) comanda a cozinha há 25 anos, mas desde os 65 anos que utiliza da arte da gastronomia para encantar pelo paladar. O rodizio do crustáceo finaliza com o camarão no mel e no chocolate, uma invenção agridoce para quem quer o bichinho até na sobremesa.

Charque com um feijão gourmetizado no Jabá restaurante

Quem gosta de apreciar a boa tapioca nordestina, a Casa de Taipa Tapiocaria é um espaço bem decorado e agradável, considerado a primeira tapiocaria do país. São vários sabores a preços gourmetizados, mas que ganham um toque de chefe com molhos servidos em canequinhas de cobre (R$ 24). Os sucos de frutas da época completam o show de gostosura (R$7).

Ginga é comidinha de rua potiguar e compete com o crepe

No restaurante Jabá, a vedete da casa é o prato Lampião, um misto de carne seca cozida no vácuo e finalizada na chapa, ornada com molho de rapadura, levemente puxado para o doce, e aromatizada com gel de tangerina. O baião de dois vem com o feijão verde e queijo coalho (R$ 35). Os pratos ganham nomes como Chapéu de Couro (jabá cozida no vácuo, banhada por tutano acompanhado de angu, cenoura e cogumelos e ervilhas), Laço de Chita (file na crosta do alho, pude de mandioquinha e ratatoulle potiguar) e Mandacaru (magret de sol, guaraná da Amazonas, purê de jerimum, aspic de tucupi e quiabo frito).

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