Salvador (BA) – Casa do Carnaval da Bahia

Mais de 200 bonecos mostram os personagens da festa baiana. Vale a pena

Quem já passou o carnaval em Salvador? Quem lembra dos antigos carnavais de ruas da Praça Castro Alves? O primeiro trio elétrico, a guitarra baiana, os afoxés, os cordeiros, bêbados, amantes, vendedores ambulantes, associados de blocos, tabuleiros de acarajés e estrangeiros. Tudo isso e mais as indumentárias, as músicas, os ritmos, a história e os personagens da fuzarca baiana compõem um acervo resguardado em um memorial bem apresentado, aberto ao público em 2018 com a denominação de Casa do Carnaval da Bahia. 

Esculturas de caretas e papanguns de latas “flutuam” no teto produzidos pelo artista Aloísio de Madre de Deus

Com curadoria do artista, designer e cenógrafo Gringo Cardia, junto com o professor e especialista em Cultura Contemporânea da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Paulo Miguez, a Casa do Carnaval foi inaugurada em fevereiro de 2018 e já está entre os museus mais visitados da capital baiana. Desde o hall até o último andar, o visitante tem a sensação de estar dentro da festa em seus primeiros anos até as grandes concentrações dos dias atuais. Vale a pena essa visita. Vamos conhecer?

Entrada da Casa instalada em um prédio secular

Em uma viagem visual e sensorial nos recortes temáticos da festa baiana, o visitante, primeiramente, passa pelo hall de entrada com nichos de vidro com recortes da história de blocos de Salvador, além de objetos pessoas de artistas, como a camisa do vocalista do Harmonia do Samba, Xanddy; um tênis do Igo Kannário, e a guitarra do Bel, ex-Chiclete com Banana.

O que chama atenção também na biblioteca do hall, sem sombra de dúvida, é o mural do artista baiano J.Cunha, essencialmente colorido, que traz na parede e no teto a alegria e a diversidade do carnaval baiano. Esculturas de caretas e papanguns de latas “flutuam” no teto produzidos pelo artista Aloísio de Madre de Deus, remetendo pensamento ao carnaval do interior do Estado. Nas estantes estão espalhados livros, catálogos e álbuns fotográficos de artistas que documentaram o carnaval ao longo do tempo, para consulta pública.

Indumentárias, bonecos de personagens, roupas e interatividades

Interativo, a surpresa começa quando o visitante passa do hall e entra definitivamente na folia momesca da sala “Origens do Carnaval”, com luzes, refletores e fitas de LED, além de uma bailarina de um bloco afro que interage com o público. Mais de 200 bonecos feitos de cerâmica representam figuras típicas da folia, como os cordeiros, os namorados, a baiana do acarajé, os garis, os cantores de trio, animais que perambulam pelas ruas, ambulantes, policiais, amantes, foliões, entre vários outros personagens.

Para quem desejar, são disponibilizados áudio com recursos multimídias (português e inglês) contendo informações, enquanto são reprisados dados históricos e documentários desde do início do carnaval.

Roupas usadas em shows por artistas baianos, uma delas da Daniela Mercury

A música da folia não fica de fora, entre uma sala e outra, o som ambiente é dos afoxés e do axé. Os demais objetos cedidos por artistas, como roupas e instrumentos, ficam na sala de “Criatividade e Ritmos”, em vitrines que se misturam com objetos que retratam os carnavais, como roupas de Carla Peres, do É o Tchan, Daniela Mercury, Ivete Sangalo e as icônicas roupas de Carlinhos Brown. O espaço interativo reúne a memória da festa na Bahia em arquivo material, adereços, esculturas, vídeos e áudios.

O museu abriga ainda a história do carnaval do interior da Bahia, com criação de artistas como Memeu Barbudo, João Farkas e Joselito Pinto.

Roupas e indumentárias de artistas do carnaval baiano

Todo o acervo é bem apresentado no imóvel datado de 1921, anteriormente conhecido como Casa do Frontispício e hoje tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Se não bastassem os dois pavimentos recém-restaurados com a concepção para visita, no terraço o acervo dá passagem para a vista de prédios do Pelourinho, da Cidade Baixa e Baía de Todos os Santos. Lá fica também um café alegremente adornado com um mural de mosaico com paisagens de Salvador. O equipamento também possui uma área no subsolo com conteúdo digital para pesquisas sobre o carnaval. O cinema interativo fica no primeiro andar. No local, o visitante escolhe o filme que deseja ver, com cerca de 10 minutos cada um e ainda pode fazer fotos com os adereços disponíveis para caracterização. A visita estará completa.

Mais de 200 bonecos representam os personagens históricos do carnaval baiano

Dias de viagens

A Casa do Carnaval funciona no Centro Histórico, ao lado da Catedral Basílica de São Salvador, entre o Terreiro de Jesus e a Praça da Sé, colada ao Plano Inclinado Gonçalves, mais precisamente na Praça Ramos de Queirós, s/n – Pelourinho.

Caretas e papaguns do carnaval do interior, a exemplo de Maragogipe

De acordo com a Secretaria de Cultura e Turismo de Salvador, desde a abertura do museu até o final de janeiro de 2019, cerca de 20 mil já pessoas visitaram a Casa do Carnaval, Conforme a prefeitura, o investimento da gestão municipal foi de R$ 6 milhões, mas segundo o secretário de Cultura, Claudio Tinoco, foram investidos, ao todo, R$ 15 milhões no espaço, os R$ 9 milhões foram oriundos do Iphan.

A visitação à Casa do Carnaval pode ser feita de terça a domingo, das 11h às 18h. Por conta das comemorações de um ano do espaço, a entrada será gratuita às quartas-feiras, como já ocorre na Casa de Jorge Amado, também administrada pela prefeitura. Ingressos a R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada). Informações: 55 (71) 3324-6360 ou  3324-6791.

Café no terraço tem um belo painel e bela vista da cidade histórica

Não deixe de fazer uma visita a recém-aberta ao público catedral Basílica de São salvador, bem em frente à Casa do Carnaval. A visita pode ser conjugada entre os dois espaços. Também bem pertinho dai, vizinho a catedral, fica o Museu Afro da Bahia, mantido pela UFBA.

Gastroterapia

O acarajé, o abará, a pititinga, as moquecas com azeite de dendê, entre outras iguarias são tipicamente representadas na culinária baiana como o arrumadinho, constituído de feijão de corda cozido com especiarias e temperos, farofa de alho, com carne de sol ou charque e paio. A diferença do arrumadinho para o desarrumadinho, como o nome já diz, é que um vem arrumado e o outro vem tudo “junto e misturado”.

Na Bagagem

Exercício Ilegal de Guia de Turismo

A falta de guia de turismo oficial nos transportes de algumas empresas que saem de Aracaju para os pontos turísticos do interior do Estado tem causado reclamações de turistas. Na última semana, um grupo de São Paulo comprou um pacote para o Cânion do São Francisco com acompanhamento de um guia, porém o motorista tanto transportou como guiou. Foi solicitado o credenciamento no MTur, mas o profissional fez ouvidos de mercador. No grupo estava um fiscal do Ministério do Trabalho. Será que agora a denúncia é formalizada e a fiscalização sai?

Delegacia do Turista ou Procon?

Os turistas que se sentirem lesados quanto ao atendimento de receptivos ou falta de profissionais registrados no Ministério do Turismo deverão recorrer à Delegacia do Turista ou ao Procon? A delegacia fica na orla da praia de Atalaia, nas proximidades dos principais hotéis da capital, mas faz registros por conta de problemas relacionados à integridade física do turista, a exemplo de roubos e furtos. Quando há falta de prestação de serviço, contrato ou afins, o melhor é procurar o Direito do Consumidor. Em caso de urgência, procure a Delegacia que será orientado.

Redução do custo da passagem

A tratativa entre o Governo Federal e empresários das aéreas está em processo com o intuito de garantir a redução de prelos das passagens. Entre as ideias apresentadas estão a redução no imposto do combustível, adequações às agendas regulatórias e tributárias no país e a judicialização no setor.

Workshop Abrajet Sergipe

Deu o que falar no trade o prestigiado e organizado primeiro evento de retorno da Associação Brasileira de Jornalista de Turismo, seccional Sergipe. Novas atividades estão por vir, a exemplo da campanha de conscientização da limpeza dos pontos turísticos.

Rede Accor e uso sustentável

A rede hoteleira Accor aderiu ao projeto Global Tourism Plastics Initiative, das Nações Unidas, e comprometeu-se a eliminar todos os itens plásticos de uso único na experiência do cliente em seus hotéis até o fim de 2022. A rede é detentora das marcas Ibis, Adagio, Fomule 1, Mercure, Pullman, Novotel, Sofitel, entre outras, e está presente em 95 países.

BNT Mercosul 2020

Quando maio chegar entra em cena no Balneário Camboriú e Itajaí (SC) a 26ª da Bolsa de Negócios de Turismo Mercosul – BNT Mercosul. São esperadas mais de 350 marcas expositoras, além de business center, capacitações e fampress.

Fotos: Silvio Oliveira

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