Aracaju (SE): um destino que te espera

Entrecortada por braços de rios – Sergipe, Poxim e Vaza-Barris –, a capital sergipana, Aracaju, reserva bons passeios para quem quer curtir o verão unindo o tradicional binômio sol-mar, mas visitando locais abertos, percorrendo o centro histórico sem aglomeração e, claro, uma boa parada para banho em ilhas fluviais.

Com uma população de mais de 669 mil (Estimativa IBGE 2020), boa infraestrutura hoteleira e restaurantes de primeira, cerca de 20km de praia e pertinho de roteiros que integram a capital do interior do Estado, Aracaju resguarda para o turista que a escolhe como destino passeios seguros em tempo que demanda pouca aglomeração e cuidado redobrado. O passeio pelo complexo de mercados setoriais é um deles e reúne um pedacinho de Sergipe em cores, cheiros, sabores e diversidade.

Entardecer na praia de Atalaia

Os bairros Atalaia e Coroa do Meio são onde se concentram as principais redes de hotéis da capital sergipana, bem como infraestrutura suficiente para conhecer a capital. Entre a terceira e segunda etapa da orla, um conglomerado de quase 6km ficam hotéis para todos os bolsos e gostos. Na primeira etapa, denominada de Passarela do Caranguejo, há confortáveis pousadas e hotéis para chamar de seu nesta temporada. Ponto de apoio firmado em Aracaju, é hora de desbravá-la.

Praia da Cinelândia – Atalaia

Na Atalaia a Passarela do Caranguejo continua sendo o auge de longas temporadas. Na faixa de areia o hype da temporada sergipana é a Cinelândia, chamada pelos frequentadores de Cinelê, nas proximidades da Passarela, onde tem reunido a juventude mais alternativa. No final da tarde, a galera reunida toma as mesinhas dos bares do calçadão esperando o anoitecer.

Para quem quer fugir do burburinho urbano da praia da Atalaia e Cinelândia, a dica é a rodovia Inácio Barbosa (ex-rodovia Sarney) que reúne os praieiros por conta da infraestrutura de barracas pé-na-areia.

Circuito cultural – Fugindo do binômio sombra e água fresca e adentrando a Aracaju Cultural, a dica é percorrer o roteiro de Museus do centro de Aracaju. O Museu da Gente Sergipana com o Largo da Gente Sergipana, o Memorial Jenner Augusto, o Palácio-Museu Olímpio Campos e o Centro Cultural de Aracaju compõem o roteiro cultural do Centrão, mas por conta da pandemia continuam fechados. Aproveite para dar uma flanada pelos calçadões e ver os prédios históricos, muitos deles tombados pelo patrimônio estadual. Visite o Centro do Turista, na praça Olímpio Campos e não deixe de percorrer as lojinhas de artesanato e tomar um sorvete de mangaba no Senac Cacique Chá Bistrô.

O Memorial Jenner Augusto, localizado no anexo do Senac Bistrô Cacique Chá, situado na praça Olímpio Campos, no Parque Teófilo Dantas, o visitante passeia entre documentos, objetos, instrumentos de trabalho, recortes de jornais e revistas de um dos mais expressivos artistas sergipanos.

Largo da Gente Sergipe

No memorial estão também os painéis pintados em 1949 e restaurados em 2015. Através deles Jenner introduziu a arte painelística em Sergipe. Os painéis trazem trabalhadores com um toque dos traços das pinturas de Portinari. Além do memorial, o local é cheio de história por lá ser o Cacique Chá fundado na década de 50 e passando a ser reduto da boêmia sergipana nos anos 80.

O Palácio-Museu Olímpio Campos fica na praça Fausto Cardoso, em um emblemático palácio da década de 20, em estilo neoclássico. Passeie pela praça Fausto Cardoso até chegar a Ponte do Imperador, onde se tem uma vista panorâmica do rio Sergipe.

Sergipanidade – Mercados Thales Ferraz, Augusto Franco e Albano Franco compõem um conjunto de mercados onde a sergipanidade está presente. Doces de Propriá, rolo de fumo de Lagarto, queijo de Nossa Senhora da Glória, artigos de barro de Santana do São Francisco estão presentes no mercado de artesanato Thales Ferraz, com seu relógio ao centro e rodeado por bares e restaurantes.

Complexo de mercados é imperdível

Do andar superior, tem-se uma vista privilegiada do rio Sergipe. Entre os mercados Thales Ferraz e Augusto Franco a denominada Passarela das Flores faz jus ao nome por ser lá onde comercializam arranjos e flores naturais. No mercado Augusto Franco, ervas, artesanato e artigos religiosos, além de gêneros alimentícios tão o tom das vendas. No mercado Albano Franco o dia a dia dos sergipanos estão presentes nas cores e cheiros de frutas, verduras e granjeiros.

Do segundo andar do tradicional mercado Antônio Franco, entre um relógio secular ao centro, quatro restaurantes em cada ponta da construção fazem dali um agradável espaço de encontro privilegiado à beira do rio Sergipe. Vale a pena curtir e clicar os arcos de cada ponta do mercado, além de ver um pouco do cotidiano daquele espaço. O relógio ao centro dos mercados é um dos cartões-postais da cidade que se verticaliza.

Gastronomia

Caranguejo é um prato bastante apreciado nos beachs clubs de Sergipe

A dica é experimentar as sensações gastronômicas no restaurante Tototó, que na verdade é uma filial do tradicional restaurante Caçarola, com vista para o rio Sergipe. Há também no local o Memorial Zé Peixe. Entre história e guloseimas, no andar superior, a culinária criativa e regional com toque baiano e mineiro da chef Meg Lavigne fazem do restaurante uma viagem gastronômica. Nem em pedir o Camarão de Cueca, um dos pratos principais da casa se gosta da tradicional comida dos frutos do mar. Como entrada, o sabor regional ganhou nome sofisticado nas Galletes de Macaxeira, tipo uns discos gratinados sem levar adição de nenhum tipo de farinha e com toque gourmet recheado de aratu, caranguejo, carne seca, vegetariana, três queijos. A vista do rio Sergipe é o pano de fundo.

Dicas de viagem
Camarão de cueca do restaurante Caçarola

O Senac Cacique Chá Bistrô é uma boa ideia no centro de Aracaju para celebrar o banquete bem sergipano. Fica na praça Olímpio Campos, próximo de alguns dos pontos turísticos do centro histórico da capital.

Há também bons hotéis fora do circuito turístico, como no bairro Jardins, nas proximidades do shopping do mesmo nome, a exemplo do Ibis e do HB hotel.

Aracaju é a porta de entrada para se conhecer o Estado. Reserve, no mínimo, três dias para a capital, o primeiro para a praia da Atalaia e arredores com passeios pela Croa do Goré, Ilha dos Namorados e Viral; o segundo para o centro da cidade com mercados e prédios históricos; o terceiro para descansar e desfrutar ainda mais da praia de Atalaia. Reserve mais tempo para conhecer as cidades históricas (São Cristóvão e Laranjeiras), a foz do São Francisco (Brejo Grande), o cânion de Xingó merece mais do que um bate e volta (Canindé do São Francisco e Poço Redondo) além da Rota do Imperador (Neópolis).

Aracaju também poderá ser o ponto de apoio para se fazer as Dunas de Pirambu (litoral norte) e as praias do Saco, Abaís com Lagoa dos Tambaquis (litoral sul).

Consulte um guia de turismo local, uma agência de receptivo cadastrada no Cadastur e faça uma boa viagem em solo sergipano. Aracaju é o destino que te espera.

Leia uma história bastante curiosa sobre o Cemitério dos Náufragos no Blog da Jornalista Sylvia Leite

Conheça também a Lagoa dos Tambaquis com dicas da jornalista Sônia Pedrosa

Fotos: Silvio Oliveira    Insta: @tonomundosilvio

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