Advogado acusa policiais militares de Lagarto de agressão
Um advogado registrou um boletim de ocorrência contra dois policiais militares de Lagarto pelo crime de lesão corporal. Walla Fontes Viana alega que foi preso e agredido após tentar buscar informações sobre a prisão de um parente que participava de um bloco pré-carnavalesco no município. O fato ocorreu na noite deste domingo, 24.
Em entrevista ao Portal Infonet, Walla explicou que assistia ao desfile de um bloquinho em Lagarto, quando obteve a informação de que um sobrinho seu foi detido. Ele disse que procurou a Polícia Militar para entender a situação e que apesar de ter se identificado como advogado, não obteve nenhum tipo de resposta. “Diante da minha insistência, iniciou-se uma discussão. Eles me deram voz de prisão, quiseram me algemar e eu me neguei. Então, eles me imobilizaram, colocaram as algemas e me jogaram na carroceria da viatura”, detalha.
As agressões, conforme denúncia do advogado, ocorreram dentro da viatura da PM. “Eu fiquei de bruços e no percurso do local até a delegacia, fui espancado”. As agressões, conforme o advogado, resultaram m hematomas no corpo e rosto, além de problemas de audição.
Walla revelou que foi liberado por volta das 2h da madrugada desta segunda-feira, 25, depois de ter sido ouvido pelo delegado Júlio Figueiredo, que orientou para a realização de exame de corpo e delito e de denúncia junto à Corregedoria da Polícia Militar.
Na manhã de hoje, o advogado realizou o exame no Instituto Médico Legal (IML) e também informou a situação à Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Sergipe (OAB/SE).
Polícia Militar
O Portal Infonet teve acesso ao boletim de ocorrência registrado pelos policiais militares envolvidos na ocorrência. No documento, os policiais disseram que Walla em visível estado de embriaguez insurgiu contra a guarnição da PM na tentativa de retirar de cima da viatura dois suspeitos que foram detidos após entrar em vias de fato.
De acordo com a denúncia, Wallas teria agredido verbalmente e dado um tapa no rosto de um dos policiais, e jogado um copo de água em outro policial. Ele recebeu voz de prisão e de acordo com a denúncia, entrou em luta corporal com os policiais. Os policiais informaram também que Wallas foi derrubado no chão, sofreu pequenas escoriações e que mesmo imobilizado resistiu a prisão e disse que não seria levado a canto algum, pois era advogado.
No boletim, os policiais contaram que acionaram reforço e que durante a tentativa de algemar o advogado, ele continuou em luta corporal com a guarnição da PM e chegou a quebrar um carregador de pistola, espalhando as munições pelo chão. Apesar da confusão, os policias conseguiram e algemar e encaminhar Walla até a Delegacia de Lagarto, onde ele apresentou a carteira de advogado e teve as algemas retiradas.
A capitã Evangelina de Deus, da Assessoria de Comunicação da PM, informou que será aberto um procedimento interno para apurar a conduta dos policiais militares.
OAB/SE
A OAB/SE emitiu nota pública para dizer que repudia veementemente o fato e que independente, da condição de Wallas Fontes como advogado, o violento tratamento dispensado pelos policiais, representantes ostensivos da força pública, foi abusivo e merece a devida apuração e, consequente, sanção, no âmbito disciplinar e penal.
A OAB/SE disse também que já tomou a iniciativa de oficializar o fato ao Senhor Secretário de Segurança Pública, Promotoria de Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público do Estado de Sergipe e Comandante-Geral da Polícia Militar do Estado de Sergipe para apuração e adoção rigorosa das providências legais cabíveis para que atos como esse sejam punidos exemplarmente. Por fim, a OAB disse que acompanhará de perto as investigações para exigir a punição aos envolvidos neste reprovável fato.
por Verlane Estácio