Aracaju terá projeto piloto do Bird

Encontro começou nesta segunda-feira, 13, e se estende até a terça, 14 (Fotos: Arthur Soares/Semarh)
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) sedia grande encontro sobre Manejo Integrado de Águas Urbanas em Aracaju, projeto ofertado pelo Banco Mundial (Bird). O evento, iniciado nesta segunda-feira, 13, no auditório da Codise, e que se estenderá até amanhã, 14, tem como especificidade introduzir uma estratégia de investimento integrado que permita dar soluções sustentáveis e institucionais quanto aos aspectos institucionais, econômicos, ambientais e eficiência tecnológica para a gestão integrada das águas urbanas, principalmente da zona de expansão da capital.

O consultor do Banco Mundial, um dos maiores nomes em hidrologia do mundo, Carlos Tucci, assegura que a proposta de projeto por canalização para lagoas como melhor forma de drenagem não é uma alternativa sustentável e nem a solução para resolver os problemas de alagamento e enchentes. Para ele, esse processo envolve transferência de problemas, a exemplo da poluição de rios e praias.

Secretário e Estado da Semarh, Genival Nunes

O Bird tem uma proposta para Aracaju, que será piloto de projeto para outros países da América Latina e se utilizará de técnica inovadora para o Brasil, embora já utilizada na Europa e Estados Unidos há mais de 40 anos. “Usar lagos e lagoas naturais como ponto de amortecimento da drenagem. É essa a forma correta, viável, econômica e, sobretudo, sustentável do projeto. Um projeto de drenagem feita por canalização, numa área como a da Zona de Expansão de Aracaju, irá gerar investimentos 10 vezes mais caros que projeto feito por amortecimento dos lagos. Sem contar que esse procedimento não é nada sustentável, uma vez que o sistema irá lançar tudo o que vier no oceano”, apontou Carlos Tucci.

Integração

Carlos Tucci, consultor do Banco Mundial
Segundo ainda explicou o especialista do Banco Mundial, os investimentos na infra-estrutura de águas nas cidades têm sido fragmentados, com concentração em abastecimento de água e de forma limitada em esgotamento sanitário, sem que sejam considerados a drenagem urbana e resíduos sólidos. Salienta que, quando são desenvolvidas, as ações são realizadas de forma independente, apesar das grandes interferências entre estes serviços na cidade.

“O resultado da desintegração entre setores da gestão das águas tem tido impacto sobre os mananciais de águas, as deficiências dos serviços resultando em prejuízos para a população na forma de doenças, inundações e perda de qualidade de vida urbana, além dos impactos irreversíveis no meio ambiente”.

Para o secretário de Estado da Semarh, Genival Nunes, que também é o presidente da Administração de Estado do Meio Ambiente, (Adema), o projeto do Bird, representa grandes avanços na gestão de águas urbanas por buscar a unidade de ações entre setores envolvidos nos serviços de drenagem, saneamento e resíduos sólidos, aspectos que influenciam diretamente a  gestão das águas na cidade.

“Aracaju foi escolhida para piloto desse projeto por ter desenvolvido o “Águas de Sergipe”. O projeto está em fase final de avaliação pelo Bird,  prevê investimentos de US$ 117,125 milhões e tem como foco a  revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe, que envolve ainda  o saneamento da capital e de demais municípios banhados pelo rio”, destacou Genival, enfatizando ainda que a participação de engenheiros civis no evento, a exemplo de Julio César, presidente da Ademi,  esclarece a dificuldade do órgão ambiental em autorizar obras que não estejam com projetos amparados no desenvolvimento sustentável. “Novas tecnologias irão promover o melhor modelo a ser seguido e o mais viável para o Meio Ambiente”.

O encontro contou com a participação do representante de Tegucigalpa (Honduras), Max Vellasquez, que falou da experiência do projeto do Banco Mundial em sua cidade. Tegucigalpa, junto com Aracaju e Assunção, no Paraguai, foram cidades escolhidas como piloto para proposta de implantação do projeto.

O evento contou com as presenças de gestores públicos, do Estado e do município, entidades de classe, órgãos federais e instituições de ensino e pesquisa. A continuidade do encontro de águas urbanas ocorrerá amanhã, até às 13h, no auditório da Codise, com exposição de identificação de soluções e problemas a longo prazo para a questão das enchentes e alagamentos em Aracaju, principalmente na zona de expansão.

Fonte: Ascom/Semarh

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