“A população aracajuana está assustada e preocupada com o acumular dos constantes assaltos”. Essa foi a frase que Khrisna Dantas, proprietária de uma loja de calçados localizada na Avenida Pedro Calazans, bairro Getúlio Vargas, disse para a equipe do Portal Infonet, quando questionada acerca da insegurança da região em que possui um estabelecimento.
População reclama da falta de segurança / Foto:sxc.hu
Pensando nessa afirmação é fácil perceber que não é de hoje que assaltos e crimes são manchetes na capital sergipana, fazendo com que a população fique amedrontada e questione: O que fazer? Contratar um segurança particular? Adquirir equipamentos de alta tecnologia? Ou exigir policiamento nas vias mais movimentadas da cidade? Khrisna garante que a última alternativa seria a mais eficaz.
A comerciante contou que seu estabelecimento já foi assaltado diversas vezes e por isso
teve que fechar as portas do local durante o almoço, perdendo clientes que só podiam ir à
loja nesse horário. “Infelizmente tive que optar pela segurança da loja”. Para dormir
aliviada, Khrisna disse que teve que investir em alarme monitorado. “Se eu não comprasse
esse equipamento, iria dormir com peso na consciência, imaginando o pior”.
Khrisna Dantas diz que sua loja já foi assaltada diversas vezes
Falta de segurança
José Carlos, proprietário de duas lojas na mesma Avenida, concorda com a empresária e reclama da falta de policiamento na região, ressaltando que a via possui um fluxo de
automóveis e de pessoas muito intenso ao longo do dia. “Eu nunca vi um policial patrulhando a área. E mais, quando tem assalto os policiais só chegam duas horas depois,
quando os bandidos já foram embora”, acrescenta. José destacou que para fugir dos constantes assaltos instalou câmera de segurança em uma de suas lojas e está pensando em contratar um segurança particular para cuidar dos estabelecimentos durante o período noturno.
Na Avenida Santos Dumont, Orla de Atalaia, a situação não é diferente, assaltos já viraram rotina e é colocado em discussão pelos comerciantes que trabalham ali. A funcionária de uma sorveteria, Neide Silva, relatou que os marginais geralmente “atacam” de noite quando as lojas estão fechadas e a rua sem policiamento. Além disso, destacou que turistas são alvos constantes dos assaltantes. “Eles [os assaltantes] sempre roubam os turistas, chegam de bicicleta e levam celular e carteiras”. Para tentar garantir a segurança da sorveteria, Neide, disse que foi implantado um sistema de alarme, mas que mesmo assim o local já foi arrombado três vezes.
Já o dono de um quiosque de água de coco, João Vasco, informou que o policiamento na área só ocorre até as 23h, quando os policiais encerram suas atividades diárias, ou quando é época de festa, como São João e Ano Novo, o policiamento é intensivo. “Depois das 23h aqui fica um deserto, não se vê um policial patrulhando”. Neide Silva, funcionária de uma sorveteria, afirma que turistas são alvos frequentes dos bandidos
“Policiamento existe”
O Coronel Genário, Comandante do Policiamento da Capital, informou que a Polícia Militar do Estado de Sergipe, tem uma Companhia de Policiamento Turístico responsável por fazer o patrulhamento da Coroa do Meio, Atalaia e uma parte da Aruana, além de um posto policial em frente à delegacia de Turismo que possui sete viaturas, dois motociclos e dez bicicletas que cuidam somente da segurança da Orla. Por tal razão, o Coronel afirmou que não é justificável a população estar carente de segurança e por isso vai chamar os comandantes das Companhias para ver o que está acontecendo.
Na região da Avenida Pedro Calazans, o Comandante falou que a área é de atribuição do 8º Batalhão, onde existem quatro viaturas cobrindo a área. “Nós iremos convocar os representantes desse Batalhão para averiguar o motivo pelo qual a população está reclamando da segurança nesse local, pois policiamento existe”, completou.
Bairros “tranqüilos” na mira dos assaltantes
Quando questionado acerca das reclamações dos moradores dos bairros 13 de Julho e São
Coronel Genário aconselha a população procurar a Polícia Militar e exigir melhorias
José, pela falta de patrulhamento, o Comandante disse que a Polícia Militar precisa ser mais procurada pela população para relatar esses problemas. Mas, informou que existem rondas diárias realizadas pelo 1º Batalhão, através da 3ª Companhia, onde há uma viatura especifica para essas regiões, mais duas motos e o grupo tático que também ajuda no patrulhamento. “As rondas acontecem 24 horas”, completa.
Estatísticas
O Comandante mostrou que as estatísticas que fazem referência aos telefonemas recebidos pelo 190, não exemplificam esse aumento de crimes, já que no primeiro semestre neste ano houveram 43 ocorrências na Avenida Pedro Calazans e 122 na Orla de Atalaia. Porém, alerta mais uma vez que a população pode estar deixando de informar a polícia acerca dos problemas para a mesma melhorar seu policiamento e garantir a segurança da sociedade. “É preciso que a sociedade nos informe sobre os problemas de segurança pública”.
Por Mariana Rocha e Carla Sousa
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