O Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV) da Polícia Civil informou nesta terça-feira, 20, que mantém as investigações em torno de denúncias sobre supostos crimes praticados por líderes religiosos ligados à Igreja do Evangelho Quadrangular, em Aracaju. A delegada Renata Aboim, que conduz o inquérito policial, vai concluir a coleta de depoimentos das mulheres e ouvirá os dois pastores, logo após a conclusão dessa fase do inquérito.
O inquérito foi instaurado no dia 23 de março, pouco depois de registrado um Boletim de Ocorrência no plantão do DAGV, relatando crimes praticados contra mulheres, membros da Igreja do Evangelho Quadrangular. As equipes estão atuando para concluir as investigações o quanto antes, mas a Polícia Civil pode pedir dilatação do prazo, a depender do ritmo das investigações e dos indícios e provas que surjam durante o processo.
Segundo o DAGV, a advogada e o Movimento responsável pelo caso estão em constante contato com a delegada que preside o inquérito policial e estão acompanhando pessoalmente todos os passos da investigação. Os pastores ainda não foram chamados, pois todas as vítimas serão ouvidas primeiro, seguindo um procedimento básico na atividade de investigação policial, sobretudo os casos que envolvem o DAGV.
“Podem surgir outras vítimas e teríamos que chamar os investigados novamente. O rito não é esse. Vamos esgotar as informações necessárias para o inquérito que estão sendo apresentadas pelas mulheres. Estamos acostumadas com procedimentos similares. Portanto, estamos fazendo todos os procedimentos com discrição, sem pressa, e baseados em procedimentos técnicos de investigação policial para que tudo seja devidamente esclarecido”, informou Renata Aboim.
Em Aracaju, o DAGV está localizado na Rua Itabaiana, no Bairro São José, através no número (79) 3205-9400. Em Nossa Senhora do Socorro, a delegacia fica na Rua 24, 168, Conjunto João Alves Filho. O contato é feito pelo (79) 3279-2450. Também é possível fazer denúncias pelo 181 ou 190. O sigilo é garantido.
Relembre o caso
O DAGV instaurou inquérito no mês de março para investigar denúncias de assédio sexual envolvendo membros ligados à uma igreja evangélica. A denúncia foi formalizada por uma organização que reuniu depoimentos de algumas vítimas.
O fato ganhou repercussão em todo o estado e motivou um protesto no dia 11 de abril. Na ocasião, membros e ex-membros da Igreja do Evangelho Quadrangular (IEQ) se reuniram para cobrar da instituição religiosa um posicionamento oficial em relação às denúncias e o afastamento dos acusados até o fim do inquérito policial. A IEQ não reconheceu os manifestantes como membros ou ex-membros da Igreja e informou que não houve um pedido oficial de afastamento de membros.
Logo depois, a Igreja do Evangelho Quadrangular publicou uma nota oficial informando que vai aguardar a conclusão das investigações sobre as acusações de assédio feitas contra dois pastores para então tomar as medidas que considerar pertinentes para a situação.
Um dos acusados, o pastor Luiz Antônio também se pronunciou. Por meio das redes sociais, ele classificou as acusações como absurda, criticou a manifestação na IEQ e disse que está disposição das autoridades para todos os esclarecimentos.
Com informações do DAGV
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