A defesa do designer Clautenis José dos Santos, 37 anos, morto no dia 8 de abril na capital durante uma abordagem policial, pedirá à justiça a mudança na tipificação dos crimes de homicídio culposo e lesão corporal que foram imputados aos policiais civis responsáveis pela abordagem policial. Após reunião na manhã desta sexta-feira, 1º, na sede do Ministério Público Estadual (MPE), a advogada da família de Clautenis, Laura Lustosa, afirma que não concordou com a tipificação dos crimes que serão oferecidos pelo MPE ao Tribunal de Justiça de Sergipe (TJ-SE).
“Nós entendemos que a ação dos policiais não se configura como crime culposo, ou seja, quando não há intenção de matar. Queremos que eles respondam por homicídio doloso qualificado, já que não deram nenhuma chance de defesa para o Clautenis, e ainda que também sejam denunciados por tentativa de homicídio, referente ao motorista de aplicativo que dirigia o carro no momento da abordagem policial”, resume Laura Lustosa. Ainda segundo ela, os autos do processo são repetitivos e cheios de contradições. “Basta ler para ver que muita coisa se repete e as informações são desencontradas”, afirma.
Ainda segundo Laura, a defesa espera o resultados de laudos periciais para embasar o entendimento sobre a alteração na tipificação do crime. “O resultado desses laudos deverão chegar na próxima semana. Com eles em mãos, iremos recorrer de maneira mais fundamentada”, acredita Laura.
Relembre
O designer de interiores Clautenis José dos Santos, 37, foi morto na noite do dia 8 de abril deste ano, vítima de tiros disparados por policiais civis em operação articulada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP). Os familiares reclamam da atuação dos policiais, dizem que Clautenis não tinha envolvimento com crimes e que a vítima teria saído à noite da Casa Paroquial, no bairro Bugio, em Aracaju, com destino à Barra dos Coqueiros, onde residia.
Clautenis estava com um outro rapaz, vizinho dele na Barra dos Coqueiros, que é funcionário da Casa Paroquial do Bugio. Como a família de ambos residem na Barra, os dois rapazes retornavam no mesmo veículo, com o motorista acionado, pelo funcionário da Casa Paroquial, por meio de um aplicativo.
por João Paulo Schneider e Verlane Estácio
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