“Comida de rua e a Vigilância Sanitária”, por Ricardo Leite

As tardes de domingo no Brasil têm dois donos: Gugu e Faustão. A audiência dos dois somada é quase 100%. De um lado, a exuberância física e vernacular de Faustão e sua irritação permanente. De outro, o sempre elegante e esbelto Gugu. Nos dois programas ao vivo há muito em comum – mulheres bonitas, cantores da moda. Mas num ponto a estrela do SBT supera o concorrente global: a informação. Todo domingo, Gugu prestigia os telespectadores oferecendo além da fórmula comum, notícias quentes e reportagens investigativas de relevância, como a série sobre a ação da Vigilância Sanitária no Brasil. Uma saúde estável está vinculada, sobretudo, à alimentação que deve ser balanceada e limpa. É dever do Estado garantir a procedência dos alimentos, seu manuseio de acordo com as regras estabelecidas pelos órgãos de vigilâncias sanitária federal, estadual e municipal. De regra, o cidadão que come comida estragada vai onerar o sistema de saúde público. Protegê-lo de alimentos contaminados é, portanto, uma obrigação legal e também medida de economia para os cofres públicos. É raro alguém dizer que jamais sofreu um desarranjo depois de comer uma coxinha, sanduíche, cachorro-quente de rua. Desde uma ´dor-de-barriga´ simples até uma infecção intestinal severa com internação hospitalar. Os danos à saúde são grandes, debilitando o cidadão que comeu de boa-fé. As vigilâncias sanitárias existem como defensores da saúde pública, do cidadão comum que desconhece os procedimentos de higiene e cai da armadilha do vendedor – que às vezes reproduz apenas o que sabe, pois ninguém cobrou diferente. As reportagens apresentadas em Gugu mostram a ação de equipe da vigilância sanitária de várias cidades, em inspeções a estabelecimentos que são autuados ou lacrados. São cenas surpreendentes, desvendando o que acontece de imundo por trás do balcão. Lanchonetes, padarias, carrinhos de cachorro-quente que não adotam as mais singelas medidas de higiene. Um desrespeito ao consumidor. Em auxílio a essa devassa televisiva, vale destacar o resultado de uma pesquisa da USP em 80 fast-food de São Paulo, capital – 80% dos locais tinham comida contaminada, principalmente a partir das 14 horas, quando o alimento já tinha sido muito mexido e manuseado. Querendo inaugurar um mutirão em favor da saúde, o secretário de Estado, Eduardo Amorin, lançou o programa para estimular funcionários a aderem sugestões que melhorem o sistema. Ótima idéia. Mesmo não sendo um, segue a minha. A Secretaria, em parceira com as co-irmãs municipais, promoveria uma campanha para disseminar entre os donos de estabelecimentos do ramo as rotinas de higiene. Seriam realizadas palestras, distribuídos kits com luvas, touca, avental, além de cartazes e folhetos. Um número 0800 seria franqueado ao consumidor para denúncias e esclarecimentos sobre as medidas e rotinas adequadas. O cidadão certamente passaria, com o alerta geral da campanha, a optar por quem mostrasse ser um empresário limpo. Bom para todos. * Ricardo Leite é jornalista e advogado ricardoleite@infonet.com.br

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