Correios: em greve há 4 dias, funcionários fazem novo ato em Aracaju

Funcionários dizem que estão perdendo direitos (Foto: Jean Marcel)

Os funcionários dos Correios continuam dando seguimento a agenda de manifestação da categoria. Em greve há quatro dias, empregados da estatal realizaram um ato de protesto durante a manhã deste sábado, 22, no centro de Aracaju. Segundo o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios, Jean Marcel, a greve é pela manutenção dos direitos dos funcionários, além de reforçar a importância da estatal para os brasileiros.

“A nossa greve, diferentemente de outras, não é por melhoria salarial. Ela é somente porque no ano de 2019 a gente teve uma vitória lá no TST, que foi o dissídio coletivo. Dessa decisão, resultou uma sentença normativa que garantia que nó teríamos acordo coletivo por dois anos, ou seja, até 2021”, resume Jean Marcel.

Contudo, segundo o sindicalista, a estatal conseguiu uma liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, diminuindo a validade do acordo de dois para um ano. “Com isso, a empresa vem deixando de cumprir com uma série de benefícios que temos direito e que são fundamentais para a nossa existência”, avalia Marcel.

Ainda segundo ele, o comportamento da empresa diante dessa “restrição de direitos” está associado a uma mudança nos rumos da estatal no futuro. “Tudo isso tem por trás a privatização da empresa. Eles querem retirar todos os direitos dos trabalhadores, para a estatal ficar mais enxuta e ser mais atrativa para quem queria comprar”, acredita.

Correios

Em nota, os Correios informa que desde o início das negociações com as entidades sindicais, os Correios tiveram um objetivo primordial: “cuidar da saúde financeira da empresa, a fim de retomar seu poder de investimento e sua estabilidade, para se proteger da crise financeira ocasionada pela pandemia”.

Ainda de acordo com a estatal, A diminuição de despesas prevista com as medidas de contenção em pauta é da ordem de R$ 600 milhões anuais. “As reivindicações da Fentect, por sua vez, custariam aos cofres dos Correios quase R$ 1 bilhão no mesmo período – dez vezes o lucro obtido em 2019. Trata-se de uma proposta impossível de ser atendida”, explica.

Dessa maneira, os Correios salienta que “respaldados por orientação da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), bem como por diretrizes do Ministério da Economia, os Correios se veem obrigados a zelar pelo reequilíbrio do caixa financeiro da empresa”, aponta.

“Ressalta-se que a empresa possui um Plano de Continuidade de Negócios, para continuar atendendo a população em qualquer situação adversa. O plano estabelece uma série de medidas contingenciais, como mutirões e remanejamento de empregados para as unidades com maior necessidade de efetivo”, finaliza a nota.

por João Paulo Schneider 

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