Detento do Copemcan envia bilhete à família denunciando represálias

Alguns detentos entregaram bilhetes aos familiares denunciando a situação (Foto: Henrique Andrade)

Detentos do Complexo Penitenciário Manoel Carvalho Neto (Copemcan) entregaram bilhetes a família denunciado represálias que estão sofrendo desde a morte de um policial penal e de um interno na unidade prisional no último dia 17 de março. De acordo com o que foi relatado pelo advogado de alguns detentos, eles estão sem ter acesso a alimentação e sem ter direito ao banho de sol.

“Recebi a informação das famílias de que alguns detentos entregaram bilhetes. A partir daí, consegui confirmar com, pelo menos três clientes, de pavilhões diferentes, que desde a morte do policial penal, eles estão sem ter alimentação, banho de sol e até sem acesso a material de higiene e limpeza. Essa é uma situação extremamente grave”, declara o advogado Henrique Andrade.

O advogado conta que já oficiou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SE), como é de praxe, e que vai comunicar ao juiz da Vara de Execuções Penais a situação relatada pelos detentos.

Sejuc

A Sejuc informou que não são verídicas as denúncias de que os detentos do Complexo Penitenciário Dr Manoel Carvalho Neto (Copemcan), em São Cristóvão, estariam sem direito a banho de sol e sem o recebimento de alimentação.

“Inicialmente, no dia seguinte à morte do policial penal, foram mantidas as atividades básicas, como alimentação e atendimento médico. No segundo dia, as atividades começaram a ser retomadas. Já na quarta-feira seguinte ao fato todas as atividades já estavam sendo disponibilizadas aos internos”, diz nota enviada pela Sejuc que informa ainda que o material de limpeza e alimentação entregue pelos familiares estão sendo repassadas aos internos da unidade prisional.

Sindppen

O Sindicato dos Policiais Penais de Sergipe (Sindippen) também informou que a denúncia não procede e destacou que não compactua com nenhum tipo de ação que se configure como represália. Ainda segundo o Sindppen, as únicas mudanças ocorridas nas unidades prisionais estão relacionadas à prevenção a Covid-19.

Relembre

No dia 21 de março, um detento conseguiu roubar a arma de um policial penal na área externa dos pavilhões e atirou contra dois policiais.  Deyvicson Santos Hipólito, que teve a arma roubada, não resistiu e morreu. O outro policial penal ferido foi Telêmaco de Farias Almeida, que foi levado ao Hospital de Urgências de Sergipe (Huse) Governador João Alves Filho, passou por cirurgia e já recebeu alta.

O interno Rafael de Oliveira Gonzaga, 25 anos, foi atingido por disparos de arma de fogo de outros policiais penais que estavam próximo da ocorrência e acabou morrendo.

Por Karla Pinheiro

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