“Resolvemos trazer as famílias para cá por falta de opção”, afirma um dos coordenadores do Movimento dos Trabalhadores Urbanos (Motu), José Ramos. Depois que o cartódromo foi transferido para a Orla, o governador João Alves Filho chegou a fazer um portal de entrada para o espaço que foi inaugurado em 2006 como sendo a primeira etapa da implantação da infra-estrutura do Sergipe Parque Tecnológico, é o que está escrito numa placa fixada no local. “Já que existe dinheiro público, agora sim ele esta cumprindo papel social”, afirma Ramos. O senhor Luis Lemos, que estava vivendo no prédio do hotel, diz que quando chegou no local ficou assustado. “Me assustei no começo, mas estamos nessa luta para conseguir uma moradia, não vamos desistir, aos poucos vamos se ajeitando por aqui, até encontrarem um lugar melhor pra gente”, declara. Nem todas as famílias conseguiram se mudar de ontem para hoje, ainda há móveis e objetos na rua em frente ao prédio que estava ocupado. Aos poucos as famílias ainda estão chegando no novo acampamento. No entanto, Na manhã desta sexta-feira, 6, acontece uma audiência pública no Ministério Público Estadual (MPE) com a presença das promotoras de Justiça, Euza Missano, Ana Christina Brandi e Berenice Andrade de Melo e de um comissão do Motu. Também deverão participar representantes da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária e as Secretarias Estadual e Municipal da Ação Social.
As famílias que deixaram o prédio do hotel Brisa Mar, no bairro Atalaia, resolveram se instalar no espaço do antigo cartódromo na Avenida Maranhão. A mudança dos sem-teto começou na noite de ontem, 5, e crianças, adultos e idosos passaram a madrugada debaixo de chuva, alguns chegaram a perder móveis e eletrodomésticos. Espaço abrigaria o Sergipe Parque Tecnológico
O local não possui nenhuma infra-estrutura para acomodar as famílias, apenas uma área grande tomada de mato e uma área para estacionamento, que já começou a ser demarcada pelo Motu para acomodar as famílias. Não há banheiro e a água está sendo retirada de duas torneiras que existem no espaço. Pertences das famílias estão à mercê do tempo
o Motu ainda aguarda um posicionamento das secretarias municipal e estadual de Assistência Social. “Nós estamos precisando de uma solução em caráter de urgência, não temos nem lona para proteger as famílias”, afirma Leila Prado da coordenação do movimento. Ela diz que apesar do cadastramento que ocorreu ontem, ninguém apontou uma solução concreta para as famílias de desabrigados. Motu está demarcando os espaços que será de 5×4 metros por família
Por Carla Sousa
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