Famílias do Casarão são levadas para albergue
Ocupantes na rua Propriá desarrumaram suas barracas (Fotos: Portal Infonet) |
As 45 famílias que ocupam a rua Propriá começaram a ser retiradas e abrigadas em albergue por 30 dias no início da noite desta quarta-feira, 03. Cada família será acolhida e receberá auxílio moradia até que possua uma renda para o próprio sustento. Cerca de 110 pessoas ocupavam a região desde o último domingo, 31, quando foram despejadas do Casarão do Parque em cumprimento ao mandado de reintegração de posse expedido pelo juiz Marcel de Castro Brito da 11ª Vara Civil.
A intervenção foi do Governo do Estado, pela Secretaria de Estado da Mulher, da Inclusão e Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos (Seidh), que mobilizou dois microônibus da polícia civil, dois caminhões e uma van para auxiliar na retirada dos ocupantes para o albergue, bem como todos seus pertences.
A coordenadora do movimento dos ocupantes, Maria Elisangela afirma que a
Líder do movimento de ocupação, Maria Elisangela |
conquista do auxílio moradia é o começo de uma vitória. “Estou muito feliz com o acordo fechado. Ainda mais porque crianças vão dormir em um lugar quentinho e não debaixo da chuva”, diz. A ocupante conta que foi difícil os dias de ocupação. “Com as chuvas desses dias tivemos crianças que foram parar nos hospitais com princípio de pneumonia. O frio, as lonas rasgando, a comida que nunca dava pra todos foram desafios que enfrentamos”, relata.
A secretária da Seidh, Marta Leão, explicou as famílias para onde eles iam, os auxílios que receberiam e as regras do lar provisório, e todos ocupantes concordaram. No albergue, ela diz que haverá “um grupo de assistentes sociais, apoio de psicólogo e equipes administrativas para alojar e comportar as pessoas. Vamos oferecer o aluguel social previsto em lei, que é de até 300 reais por família”, explica.
Secretária Marta leão garante assistência em albergue
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O secretário de comunicação do governo do estado, Sales Neto, acompanhou a retirada dos moradores e diz que a ação deveria ter sido feita pela prefeitura de Aracaju. “Esse tipo de ação é obrigação da prefeitura de Aracaju, mas como o governador percebeu que os ocupantes não teriam assistência, ele precisou intervir”, afirma. Ele diz que a ação beneficia tanto os ocupantes quanto comerciantes do local e fiéis que comemoram o feriado Corpus Christi, nesta quinta-feira, 04. “Isso tudo é provisório, mas é um provisório que resolve. Até eles encontrarem uma maneira de se sustentarem, eles receberão esse auxílio do governo”, promete.
Por Ícaro Novaes