PM abastece carros que não são da frota da corporação

João Rodrigues: pedido de investigação (Foto: Portal Infonet)

O Ministério Público Estadual (MPE) detectou que veículos com placas inexistentes na corporação militar foram cadastrados no sistema da Polícia Militar incluídos entre as viaturas que são abastecidas em postos de combustíveis credenciados para o abastecimento exclusivo das viaturas da PM. O promotor de justiça João Rodrigues, da Promotoria de Controle Externo da Atividade Policial, solicitou abertura de Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar esta prática que ele classifica como “no mínimo estranha”.

O promotor de justiça informou que as placas destes veículos, incluídos na relação das viaturas que foram abastecidas com combustível pagos pelo Governo do Estado, foram localizadas no Departamento Estadual de Trânsito (Detran), mas não são inexistentes no cadastro da frota da corporação policial.

De acordo com o promotor, o Comando Geral da Polícia Militar tem prazo de 60 dias para concluir as investigações. Neste prazo, conforme o promotor, o comando geral deve informar a identificação dos policiais responsáveis pela inclusão destes veículos no cadastro da Polícia Militar, destacando “quem fez, porque fez e para que fim fez”, conforme destaca Rodrigues.

Os veículos com placas inexistentes inclusos no sistema de abastecimento da Polícia Militar foram identificados no curso da ação judicial que está tramitando na 6ª Vara Criminal [da Justiça Militar], que investiga suposta fraude no âmbito da corporação para desviar 

combustível, envolvendo duas frentistas do posto de combustível cadastrado pelo Governo para fazer o abastecimento das viaturas da Polícia Militar e um sargento da PM, que chegou a ser preso e responde a processo judicial que continua em tramitação na Justiça Militar.

O Portal Infonet tentou ouvir o Comando Geral da Polícia Militar. O major Fábio Machado, chefe da 5ª seção da PM, setor responsável pela comunicação social da corporação, informou que desconhecia informações envolvendo as placas inexistentes, mas garantiu que o Comando Geral toma todas as medidas solicitadas pela Justiça Militar e que dentro do prazo encaminhará relatório ao promotor.

O major informou ainda que nenhum detalhe que envolva investigações no âmbito da Polícia Militar é fornecido à imprensa porque “IPM é peça sigilosa”.

A matéria foi alterada às 9h09 do dia 26 para esclarecer que as placas existem em outros veículos que não são usadas pela Polícia Militar e que a origem destes veículos deve ser esclarecida no IPM, conforme o promotor de justiça João Rodrigues.

Por Cássia Santana

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