4 horas e 15 minutos para premiar o óbvio: eis o Oscar 2007

Uma festa de 4 horas e 15 minutos onde praticamente nada aconteceu. Isto foi a festa da entrega, pela 79ª vez, dos prêmios da Academia de Artes e Ciências de Hollywood, o Oscar, na noite de domingo, entrando pela madrugada de 2ª feira.

A mestra de cerimônias, a comediante Ellen de Generes – mais conhecida como a ex-sra. (ou seria sr?) Anne Heche – mudou de roupas por três vezes mas foi uma apresentadora sem muitos requintes de brilho, um trabalho que pode ser classificado de modesto. Não levou piadas prontas na língua, mas tirou sarro com alguns dos mais importantes diretores americanos – Clint Eastwood e Martin Scorsese – entregando-lhe cópias de um pretenso “roteiro” a ser filmado.

Não houve também surpresas na premiação. “Os Infiltrados” ganhou o título de melhor filme do ano e o seu diretor, Martin Scorsese, afinal, pode ornamentar as estantes com o Oscar de melhor de melhor diretor. Merecidamente não foi – Scorsese já fez tantas coisas boas antes (como “Táxi Driver” e “Touro Indomável” – que foram solenemente ignorados pela Academia que premiá-lo por um filme menor soa como compensação. Clint Eastwood não tinha do que reclamar: ganhou a dois anos atrás. Quem ficou frustrado certamente foi Alejandro Gonzalez Inarritu cujo “Babel” é realmente um grande filme – e saiu de lá com apenas um Oscar, também de compensação.

O Oscar de melhor atriz ficou para Helen Mirren, cuja atuação por “A Rainha” é sobejamente elogiada por todos. Mas, nós sergipanos, pagamos mico e chupamos o dedo: o filme não passou por aqui e nem se sabe se vai passar. O melhor ator é Forest Whitaker, cujo talento é reconhecido por todos. Ganhou pelo papel de Idi Amin Dada em “O Último Rei da Escócia”.

O melhor ator coadjuvante foi Alan Arkin por “Pequena Miss Sunshine”, mas já há tempos ele fazia por merecer já que é um dos raros atores de Hollywood que trabalha pelo prazer que o papel lhe proporciona. Ele já filmou até no Brasil. Fez para Bruno Barreto o papel do embaixador Charles Elbrick, seqüestrado em “O Que é Isso Companheiro”.

A estreante Jennifer  Hudson – tão simpática, mas com ares de Preta Gil – ganhou o de melhor atriz coadjuvante, por “Dreamgirl”. A Academia esnobou Eddie Murphy pelo mesmo filme.

“O Labirinto do Fauno”, o ótimo espetáculo de Guillermo Del Toro, saiu com três Oscars e “Pequena Miss Sunshine” com dois: além de Alan Arkin, ficou com o melhor roteiro para Michael Ardman, .

No palco, o ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, era só sorrisos com a vitória de “Uma Verdade Inconveniente”, como melhor documentário em longa-metragem.  O mesmo filme premiou, como melhor canção a música de Melissa Estheridge. Ao levantar-se ela beijou a moça ao lado e no palco agradeceu a presença dela, sempre ao seu lado.

Por Ivan Valença

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