Biblioteca Epiphanio Dória celebra o Dia do Cordelista

Evento ocorreu na última sexta-feira, 19. (Foto: Paula Touquinho/Seduc)

Um dos maiores símbolos da cultura nordestina, o cordelista, foi o grande homenageado nesta sexta-feira, 19 de novembro, na Biblioteca Pública Epiphanio Dória. O Dia do Cordelista – data  que homenageia o nascimento do poeta brasileiro Leandro Gomes de Barros, considerado o pioneiro da literatura de cordel no país, foi celebrado com um Ciclo de Debates promovido pela Sala de Cultura Popular da BPED e contou com a presença de: Chiquinho Além Mar, Hermany Donato, Lindolfo Amaral, Daniela Bento, Dona Alda Cruz, Claudia Nên e ainda a participação especial de Jackson da Silva Lima.

Além do Ciclo de Debates, o evento também contou com  uma exposição no Hall da BPED, composta da seguinte forma: Box do Cordel;  Xilogravura e uma escultura em tamanho humano de um cordelista à moda antiga, feita com materiais reciclados, vestido de terno e chapéu de couro, com um som interno recitando de maneira contínua os versos Aceroleira e Dom Quixote Sergipano, do cordelista sergipano Eduardo Teles.

Juciene Maria de Jesus, diretora da BPED, fez a abertura do evento, dando às boas-vindas aos participantes. “É um dia especial, no qual, além de celebrar, estamos homenageando os poetas sergipanos da literatura de Cordel que têm a arte de contar histórias e escrever versos. A literatura de Cordel é um gênero literário muito importante, que se confunde até com a história do Brasil, com a historia do Nordeste e de Sergipe, e foi por meio dos folhetos da Literatura de Cordel que muitos nordestinos aprenderam a ler. A Biblioteca Epiphanio Dória faz questão de preservar essa historia, promovendo sempre eventos direcionados para o cordel”,  destacou.

A coordenadora da Sala de Cultura Popular Manuel D’Almeida Filho, Claudia Nên, que também foi uma das palestrantes, falou sobre a importância de preservar e celebrar esse gênero literário tipicamente brasileiro, marcado pelo ritmo e pela poesia, que trazem consigo a tradição das histórias contadas. “Foi, sem dúvidas, um encontro muito  relevante, no qual os participantes tiveram acesso a palestras, debates, exposições, cordelistas, xilogravuras, ferramentas e venda de cordéis”. Questionada sobre a presença da escultura em tamanho humano de uma cordelista, Claudia explicou: “A ideia foi mostrar como alguns cordelistas costumavam carregar sua “maleta” cheia de cordéis e sair pelas feiras do interior do nordeste vendendo suas obras”, finalizou.

Segundo Jackson da Silva Lima, historiador, escritor e crítico literário, o cordel é a alma do próprio povo, no seu sentido poético. Nas palavras dele, por meio da poesia, o poeta interpreta esse extrato cultural próprio do povo e a leva para os seus livros numa linguagem acessível ao próprio povo destinatário. “Eventos com esse é o que dá dignidade ao povo como centro cultural, como canal receptor de um acervo cultural significativo, que são os romances, as disputas poéticas, os gracejos. Então, a meu ver, o cordel cuida de coisas próprias do povo. E quando se faz um movimento como esse, quando se cria uma sessão de cordel,  é uma maneira de homenagear, uma maneira de glorificar a cultura desse povo”, ressaltou.

Presente no evento, a cordelista de São Cristóvão, Dona Alda Cruz,  falou sobre a importância do cordel em sua trajetória de vida. “O cordel nasceu comigo. Eu tinha quatro anos quando minha mãe já comprava cordel na feira e lia para mim e meus irmãos. À medida que fomos crescendo, nós fomos  passando de um para o outro até chegarmos à idade adulta, e hoje aos 92 anos de idade, eu posso dizer  que o cordel faz parte da minha vida, da minha existência e fará também dos meus sucessores. Estou muito feliz com o convite para participar deste evento e celebrar o Dia do Cordelista aqui na Biblioteca”, explicou.

Fonte: Ascom/Seduc

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