DJ Patrick Tor4 entra em turnê pelo país

“Samba, Suor e Silício”, o novo cd de Patricktor4
Brasília, Porto Alegre, Florianópolis, e Vitória. Estes são os destinos pelos quais o DJ Patricktor4 estará passando para tocar e divulgar seu primeiro trabalho, ‘Samba, Suor e Silício’, lançado recentemente. Patrick começou sua turnê ontem, 4, e vai passar o mês inteiro tocando Brasil afora, só retornando no réveillon.

 

Patricktor4 já é nome conhecido na cena aracajuana e toca nas principais festas e casas noturnas da cidade. Seu som é inconfundível: uma mistura bem executada que vai do comercial ao underground, do pop aos ritmos do leste europeu. Patrick alterna diversas canções num só set e é essa bagagem que está levando para suas apresentações fora do Estado.

 

O começo

 

Música sempre foi presente na vida do DJ. Ele conta que tinha em casa um equipamento de som grande, onde sempre tocava Alcione, Benito de Paula, Roberto Carlos, mas também muita disco music. “Músicas dançantes, músicas de fossa e samba eram as minhas referências quando eu era criança”, conta Patrick.

 

No final da adolescência foi que ele descobriu outras sonoridades. “Tive contato com amigos que ouviam rock independente, aí eu queria entender o porquê da música independente, underground, e isso fez eu dar um valor diferente para a música. E no meu envolver com essas coisas eu me dediquei a conhecer coisas que ninguém conhecia”, relata o DJ.

 

É dessa experiência com sonoridades diferenciadas que Patrick foi construindo sua própria linguagem musical. “Tem essas indas e vindas” revela Patricktor4. Do drum’n’bass ao samba de coco, atualmente a sua preferência é a música balcânica, a música cigana do leste europeu, que influenciou significativamente seu mais recente álbum.

 

Carreira

 

No contato com o rock alternativo que Patricktor4 começou a trabalhar como DJ, tocando músicas que poucos conheciam. Porém, Aracaju “é um nicho muito restrito”, dessa forma Patrick teve de se adaptar às exigências do mercado, que, de acordo com ele, “é complicado como qualquer mercado em qualquer outro lugar. A figura do DJ é banalizada pelos próprios DJs e por quem os contrata, que não tem prazer no evento, mas música, mas no lucro que vai conseguir”.

 

Patrick informa que existem seis tipos de DJ em Aracaju: os radicais, que querem implantar um cenário musical “que nunca vai existir porque Aracaju não propicia as condições necessárias, como por exemplo público”; os DJs itinerantes, responsáveis pela sonorização em casamentos, festas e afins; DJs de eventos, aprimorados em executar um estilo musical mas “preso” a esse estilo; DJs de bares, que investem num mesmo estilo musical, mais comercial, para manter a clientela; e os DJs de festas alternativas, que não se encaixam em nenhum padrão porém são mais “livres” musicalmente.

 

É nessa liberdade que Patricktor4 investiu, em sonoridades às vezes mais pop, às vezes completamente desconhecidas da maioria, mas pela qual ele construiu sua carreira.

 

Perspectivas

 

Foi nessa ‘aventura musical’ que ele descobriu o desejo por fazer músicas próprias. “A tendência de quem trabalha com produção musical de qualquer maneira é de chegar um momento de produzir composições próprias. Com o DJ não é diferente”, narra Patrick.

 

Essa é intenção do seu álbum. “São 4 músicas que são mais ou menos o caminho do que eu estou querendo fazer”. ‘Samba, Suor e Silício’ traz o melhor do world beat, que na definição do próprio DJ, “tem referências que vão de Clara Nunes, passando por Jackson do Pandeiro, pelo afrobeat de Fela Kuti e Tony Allen, até os ritmos inusitados do leste europeu”.

 

A decisão de lançar seu trabalho em outros Estados vem por conta da aceitação. “É melhor procurar um mercado que esteja a fim do trabalho que eu estou fazendo. A galera se amarra, é um público que está fugindo desse movimento techno/trance”, expõe o DJ, fazendo referência às cidades em que ele irá se apresentar.

 

Brasília é uma delas. A capital do país se mostra uma cidade muito diferente, que valoriza regionalidades. “Brasília é uma grande conferência, tem gente do país inteiro lá”, descreve Patrick, que tocou pela última vez lá em agosto desse ano. “A gente está fazendo aqui uma produção que o cara de lá acredita”. Cidades como Rio e São Paulo, ao contrário do que todos pensam, são nichos fechados apesar de ser grandes cidades.

 

Patricktor4 vai tocar dias 4, 7 e 9 em Brasília (DF); 13, 14, 15 e 16 em Porto Alegre (RS); 19 e 20 em Florianópolis (SC); e por fim, 24 em Vitória (ES).

Por Herbert Aragão e Carla Sousa

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