Governo planeja mapeamento de terreiros e comunidades tradicionais

O levantamento será feito pela Seit (Foto: Pritty Reis)

A secretaria de Estado da Inclusão, da Assistência Social e do Trabalho (Seit) destaca a importância do mapeamento dos terreiros e comunidades tradicionais presentes nos municípios sergipanos. O dia 10 de junho foi comemorado o ‘Dia da Raça’.

A diretoria de Inclusão e Promoção de Direitos iniciou o planejamento de um amplo levantamento, cujas informações servirão de base para a elaboração de políticas públicas direcionadas à população negra, comunidades tradicionais e povos de terreiro existentes em todos os territórios do Estado.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que 187 mil pessoas são declaradas pretas em Sergipe. Estes 8,2% da população somados ao quantitativo da população declarada parda [caracterizada pela miscigenação de diferentes povos que constituem a matriz brasileira], totaliza 71% dos sergipanos.

De acordo com informações da Fundação Cultural Palmares, 32 comunidades quilombolas já foram certificadas no estado, e outras três estão em processo de certificação. Tais comunidades estão presentes nos municípios de Porto da Folha, Amparo do São Francisco, Poço Redondo, Santa Luzia do Itanhy, Aquidabã, Canhoba, Cedro de São João, Telha, Indiaroba, Cumbe, Laranjeiras, Barra dos Coqueiros, Japaratuba, Japoatã, Frei Paulo, Brejo Grande, Capela, Aracaju, Propriá, Estância, Riachuelo, Pirambu, Poço Verde, Canindé de São Francisco, Riachão do Dantas, Simão Dias, Lagarto e Siriri.

Praticamente todos os municípios sergipanos possuem terreiros de religiões afrobrasileiras. De acordo com a referência técnica para Povos e Comunidades Tradicionais da Seit, Iyá Sônia Oliveira, o mapeamento das comunidades trará a precisão necessária sobre os dados relacionados aos povos tradicionais e uma nova perspectiva de implementação de políticas públicas que possam atender, de forma mais efetiva, às necessidades específicas de cada comunidade.

“Muitos costumam dizer que somos todos seres humanos, mas cada etnia traz consigo uma história carregada de aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais. No Brasil, temos uma grande composição, decorrente da presença de todas as raças e, quando falamos em inclusão de pessoas e promoção de direitos, estamos dizendo que todas elas precisam comungar e gozar da equidade de direitos. Este é o grande mote da sociedade. É preciso conhecer, reconhecer e respeitar cada representação”, afirma Iyá Sônia.

Ciganos e índios

Outro dado relevante do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) aponta que Sergipe é berço de nove acampamentos ciganos, constituindo a segunda maior comunidade deste povo no Nordeste, ficando atrás apenas do estado da Bahia, que reúne o maior número de grupos no Brasil. Os povos ciganos são divididos em duas etnias: a Calon, oriunda de Portugal; e a Rom, vindas do Leste Europeu. Ainda segundo o IBGE, a representação indígena em Sergipe é forte no povoado Ilha de São Pedro, em Porto da Folha. No Alto Sertão sergipano, cerca de 400 índios da etnia Xocó vivem numa reserva administrada pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI).

Fonte: ASN

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