Nostalgia e ‘som cru’ no novo álbum de Maria Scombona

Capa do LP UnNu: terceiro trabalho da banda

A banda Maria Scombona anuncia para a terça-feira, 6, às 19h30 no auditório do SESC Centro, a prévia do terceiro álbum dos 10 anos de carreira: UnNu. O mix de coletiva e pocket-show, exclusivo para a imprensa e convidados, terá a presença de toda a equipe, entre músicos, técnicos e artistas gráficos que produziram o trabalho em CD, faixas p/download e vinil.

Sim, a grande expectativa gerada em torno de UnNu é no bom e velho ‘bolachão’, em série limitada pré-vendida no perfil do grupo no Facebook e com preços variando de R$ 57 a R$ 110 (após o lançamento, ainda sem data definida). Além da tendência entre os novos artistas e produtores da cena musical brasileira, a decisão em produzir o novo trabalho em vinil foi o foco da sua discussão e concepção, bem como amadurecer a elogiada sonoridade do quarteto.

O vocalista Henrique Teles, que assina a autoria de todas as músicas, afirma que o álbum é conceitual e reflete a convicção de um som sem colagens nem máscaras, a começar pelo título. “O disco nasceu quando discutíamos os apontamentos sobre unidade e nudez [logo, a junção das duas sílabas iniciais que formam o título], e dentro dessas discussões, a gente quis buscar uma liberdade maior para produzir e levar ao disco o que a gente toca no palco, diferente dos outros dois trabalhos [Grão e Mais de um, nós] onde tinham várias guitarras, percussões, gaita, acordeon, outros instrumentos onde você ouvia, pensava que era muita gente e na verdade era um só”, diz Henrique, em tom descontraído.

Henrique Teles e Rafael : "nossa proposta é de um som cru

O baterista Rafael Jr., com passagens pela Snooze e Ferraro Trio (junto com os scombonas Saulo Ferreira e Robson Souza), reforça e sintetiza as idéias do CD/LP “Queríamos um som cru, sem colagens. E é por isso que houve toda uma produção cuidadosa em torno do vinil, desde o som – inteiro – até a parte gráfica”. Para tanto, a banda dividiu as gravações, mixagens e arte-final entre Aracaju, Salvador e São Paulo, onde trabalham os designers gráficos Pedro Eugênio Moura e André Britto. Eles participarão via Skype da coletiva, que reserva uma homenagem a dois personagens ligados ao universo dos LP’s: Sílvio Rocha, vocalista das bandas Karne Krua e Máquina Blues, e Seu Quirino, dono de uma loja de vinil com 60 anos de atividade no Centro de Aracaju.

Henrique Teles ainda justifica o alto preço dos discos pelas suas confecções, feitas junto a uma fábrica existente na República Tcheca, por sugestão de produtores como Daniel Ganjaman, produtor de outros LP’s de artistas nacionais como a revelação Criolo (Criolo Doido). Dentre outros aperitivos para terça-feira, o líder dos scombonas deixa provocações sobre a velha polêmica CD x Vinil, que também norteará o evento: “Tudo bem, com um chip de 32 gigas, o cara pode ouvir e fazer toda a música que quiser. Mas e a arte? E o encanto, onde fica?”, instiga.

Por Daniel Damásio e Raquel Almeida

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