Antônio Britto: Sergipe será pólo calçadista

O presidente da Calçados Azaléia S/A, o ex-governador do Rio Grande do Sul Antônio Britto, previu na quinta-feira (18) que Sergipe será no futuro próximo um pólo calçadista. Ele confirmou que o grupo vai inaugurar quatro novas fábricas, nos municípios de Lagarto, Frei Paulo, Carira e Ribeirópolis. Pelo menos uma dessas unidades, a do povoado Nova Brasília, em Lagarto, só não foi inaugurada porque o Estado ainda não concedeu a licença ambiental. Foi durante o lançamento do Instituto Nestor de Paula, na sede da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), em Porto Alegre.

“O protocolo priorizando a implantação das quatro unidades foi firmado ainda no governo Albano Franco e ratificado, em função de mudanças na legislação tributária, no governo João Alves. Agora só falta o licenciamento ambiental”, anunciou Antônio Britto, informando que na última quarta-feira conversou com o governador e com o secretário da Indústria e Comércio, Tácito Faro, quando ambos garantiram que o Estado está concluindo a licença.

A implantação das novas fábricas deverá duplicar o número de empregos diretos hoje gerados pela Azaléia em Sergipe. Há 15 anos, o grupo está presente no Estado com a fábrica de Itaporanga D’Ajuda, que tem 720 funcionários. A previsão é que as quatro novas unidades deverão gerar juntas 700 vagas de trabalho. O número de empregos gerados poderá aumentar, lembrou Antônio Britto, em função do bom momento vivido pelo mercado e também porque o protocolo assinado no governo de Albano Franco já previa a implantação de mais duas unidades, em Simão Dias e Nossa Senhora Aparecida, o que poderá ampliar a presença da Azaléia para sete municípios sergipanos.

Sandálias em Sergipe

Segundo Britto, é projeto da Azaléia concentrar toda a produção de sandálias (Azaléia e Dijean) em Sergipe, assim como toda a produção de tênis (Olimpikus e Asics) na Bahia e de calçados fechados no Rio Grande do Sul. Nesses três Estados, o grupo deverá ter no próximo ano 28 fábricas: cinco em Sergipe, 18 na Bahia e cinco no Rio Grande do Sul, onde fica a sede da empresa, no município de Parobé. O grupo tem 17 mil funcionários e produz 170 mil pares de calçados por dia (45 milhões ao ano), destinando 25% da produção à exportação para todos os continentes.

Britto, que se retirou da política e assumiu a presidência da Azaléia em janeiro deste ano, após a morte do fundador Nestor de Paula, garantiu que não há interesse em se instalar em outros Estados do país. “O que nos levou a ampliar o número de unidades em Sergipe, por exemplo, foi o sucesso da fábrica de Itaporanga. A Azaléia tem a melhor imagem possível de Sergipe por causa daquela fábrica”, disse, acrescentando que também pesaram a boa vontade dos governadores e também o incentivo fiscal oferecido pelo Estado, “embora o incentivo fiscal seja igual hoje em todos os Estados do Nordeste”.

No ano passado, a Azaléia faturou R$ 828 milhões. Neste ano, a empresa cresce a uma taxa superior aos 20%. “Estamos lutando para não implantar nenhuma fábrica fora do Brasil, mas está ficando cada vez mais difícil”, disse Antônio Britto, apontando como principais dificuldades internas a carga de impostos e a deficiência na infra-estrutura, como as estradas.

 

 

Ministério da Educação assina convênio com a Azaléia

No evento em que foi laçado o Instituto Nestor de Paula, braço social da Calçados Azaléia, aconteceu a assinatura de um protocolo de intenções do grupo com o Ministério da Educação para a implantação do projeto Escola na Fábrica, que vai ampliar o programa de educação que o grupo calçadista já desenvolve com seus funcionários e filhos.

O ministro da Educação, Tarso Genro, estava presente, quando anunciou que o governo federal lançará em breve um projeto semelhante. Dentre outras autoridades, também estavam presentes ao evento o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, o ex-governador de Sergipe, Albano Franco, além da viúva, Diva de Paula, e dos três filhos de Nestor de Paula.

Segundo o presidente da Azaléia, Antônio Britto, antes da expressão responsabilidade social virar moda, o fundador da Calçados Azaléia, Nestor de Paula já a praticava. “Nestor buscou a responsabilidade social na ética de ser solidário, um homem de origem humilde que o sucesso não afastou dos humildes. O Instituto será o instrumento para o exercício desses valores”, disse Antônio Britto.

No ano passado, a azaléia aplicou 21% de sua receita líquida em ações sociais, compreendendo educação, saúde, encargos sociais, capacitação e desenvolvimento profissional, transporte, participação nos lucros ou resultados, segurança e medicina no trabalho, alimentação, creche ou auxílio-creche e ações ambientais.

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