Poupança e título de capitalização rendem pouco e são desaconselhados

Poupança e título de capitalização rendem pouco e são desaconselhados (Foto: Pixabay)

Poupança e títulos de capitalização são tipos de aplicação que mais chegam ao conhecimento da população e também estão entre os mais oferecidos pelos bancos. No entanto, os dois são desaconselhados por economistas e assessores de investimentos por serem pouco rentáveis e por trazer ‘prejuízos’ aos clientes.

Popular pelo fator cultural no Brasil, a poupança é recorrida por boa parte das pessoas que possuem dinheiro sobrando e ficam na expectativa de que ele renda. De acordo com um estudo da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) publicado no ano passado, menos da metade da população têm investimentos. Deste nicho, 89% recorre à poupança. Há dois tipos: a antiga, que rende 0,5% ao mês e vale para depósitos feitos até maio de 2012; e a nova, que atualmente é de 0,37% ao mês, percentual que representa 70% da taxa Selic, fixada pelo Governo Federal.

Economista Rafael Saldanha desaconselha aplicações em poupança e títulos de capitalização (Foto: Portal Infonet)

Portanto, o retorno acaba sendo baixo e na maioria das vezes é menor até que a inflação. Pode-se dizer que o aplicador acaba perdendo recursos. O economista e assessor de investimentos Rafael Saldanha desaconselha. “A poupança foi o primeiro ‘investimento’ criado no país, por Dom Pedro I, para os escravos juntarem dinheiro e comprarem carta de alforria. Infelizmente, poupança é o que as pessoas mais ouvem e consequentemente mais conhecem. Por isso somos muito vinculados a ela. Se fizer um levantamento histórico, ela perde para a inflação em muitos anos. Se eu puser meu dinheiro em janeiro e tirar em dezembro, eu compro menos coisas do que se tivesse gasto tudo logo no início. O ponto fraco é esse rendimento baixo”.

Os títulos de capitalização, por sua vez, são um tipo de aplicação em que o banco debita periodicamente um valor do cliente para que ele possa resgatá-lo depois de certo tempo. Apesar de os bancos oferecerem, durante a vigência, a possibilidade de receber prêmios, é um modelo também pouco recomendado. “Eu sinceramente não consigo entender muito a função. Isso pode até soar grosso, mas só existe se for para os bancos ganharem dinheiro, porque a taxa de rendimento é extremamente baixa, variando de 1% a 2% ao ano, uma correção imperceptível, pífia. A pessoa pode até ganhar um prêmio, mas não vale a pena abrir mão do rendimento para tentar a sorte. É um modelo interessante para o banco, que não vai ter que corrigir o dinheiro, ou para um sortudo que venha a ganhar algum prêmio”, explicou o economista.

O alerta, então, é de que, no fim do período, o aplicador pode resgatar dinheiro com uma correção pequena, com rendimento menor que a poupança e perdendo para a inflação.

Previdência privada

Um tipo de investimento que está entre os mais aderidos pela quantidade de brasileiros que costuma aplicar dinheiro é a previdência privada: 6% dessa população. Ao contrário da poupança e dos títulos de capitalização, mostra-se rentável e interessante. “A ideia é acumular patrimônio e viver de renda. Quem tem a previdência pública está inserido em um regime de repartição simples, sendo que quem atualmente trabalha e contribui com o INSS banca o aposentado de hoje, então não há acumulação de patrimônio, e sim distribuição de renda. Na previdência privada, é o sistema de capitalização: pago para mim mesmo no futuro, é uma reserva acumulada, em que vou receber o que guardei e mais o rendimento”, comentou Rafael.

O modelo é flexível e varia de acordo com a idade de quem adere, o valor que pode ser comprometido mensalmente com a contribuição, e o montante que se objetiva acumular. “Posso começar a contribuir tarde e abrir mão de um percentual grande da renda ou começar a contribuir cedo e desgastar pouco. Não há uma exatidão, depende muito. Costumamos dizer que se a ideia é contribuir a partir dos 20 a 30 anos, ela tem que poupar de 10% a 12% da renda”.

O interessado pode encontrar ofertas de previdência privada pelas seguradoras vinculadas a bancos e também por meio das independentes. A dica, portanto, é iniciar neste modelo o quanto antes, para comprometer fatia menor do salário e ficar de olho na rendabilidade dos fundos de previdência.

Fatores que tornam a previdência privada mais atraente é o fim de diversos encargos, como a Taxa de Carregamento de Entrada, ou seja, uma cobrança pelo depósito; e a Taxa de Carregamento de Saída. “Os custos não existem mais e era uma aplicação  conhecida por render pouco. Hoje, com o novo mercado, há fundos de previdência que superam fundos de investimentos mais dinâmicos”, recomendou Saldanha.

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Por Victor Siqueira

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