Audiência pública discute assédio sexual no meio acadêmico
Acontece nesta segunda, 27, às 18h, no auditório da Reitoria da Universidade Federal de Sergipe, campus de São Cristóvão, audiência pública para discutir o assédio sexual no meio acadêmico.
O objetivo é promover a discussão referente a ações efetivas para prevenção e enfrentamento. Essa é a última, de três audiências: a primeira ocorreu na Universidade Tiradentes, em 16 de maio, e a segunda em 22 de maio no campus de Lagarto do Instituto Federal de Sergipe (IFS).
A procuradora Regional dos Direitos do Cidadão, Martha Figueiredo, conta que a ação se dá por conta da relevância que o tema encontra hoje na sociedade. “A universidade é um ambiente que não está separado da sociedade e, assim como existe violência de gênero nos espaços públicos e privados, ela também existe nas universidades”.
Martha aponta ainda outro objetivo do evento. “Quebrar o tabu e o mito existente em torno desse assunto. O assédio é uma realidade e é tratado como se não existisse. Por isso é preciso suscitar o debate dentro do meio acadêmico para que tenhamos consciência do que é [assédio sexual], como se caracteriza e quais são as medidas que devemos tomar”, relata.
Realizado pela OAB/SE e pelo Ministério Público Federal (MPF), o evento é aberto ao público.
Assédio no Brasil
86% das mulheres brasileiras já sofreram algum tipo de assédio em público. É o que revela uma pesquisa divulgada em 2016 pela organização internacional de combate à pobreza ActionAid. Das 503 mulheres entrevistadas, metade relataram que já foram seguidas nas ruas.
Além disso, a pesquisa mostra também que 44% tiveram seus corpos tocados, 37% falaram que homens se exibiram para elas e 8% foram vítimas de estupro. Quando analisado as formas de assédio, o assobio possui o maior índice com 77%, olhares insistentes (74%), comentários de cunho sexual (57%) e xingamentos (39%).
Fonte: ascom UFS