Escritor, advogado, jornalista, político e um intelectual alinhado com o seu tempo, que se constituiu como uma das primeiras referências aos estudos sergipanos. Esse foi Clodomir Silva, professor aracajuano que contribuiu para a cultura literária do estado, através de obras como o ‘Álbum de Sergipe’, publicada em 1920, e o ‘Minha Gente’, publicada em três edições desde 1926, que retrata sobre os costumes e as peculiaridades da população sergipana. Há 58 anos, a Biblioteca Municipal Clodomir Silva, unidade vinculada à Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), teve a honra de receber o nome deste ilustre sergipano.

Na última quinta-feira, 31 de janeiro, a Clodomir Silva comemora mais um ano honrando o nome que foi presenteada. A biblioteca retribui o reconhecimento cumprindo o seu papel social na formação intelectual do povo sergipano, possibilitando o acesso à leitura e à cultura, por meio de diversas atividades. “É nas bibliotecas onde encontramos pessoas cara a cara, e seguramos os livros em nossas mãos. É lá onde somos encorajados a conhecer e enfrentar o mundo. Além de armazenarem histórias e estórias, e serem ambientes dos saberes dialogando com o mundo, as nossas unidades desenvolvem diversos projetos, dentre eles, os de incentivo à leitura”, comentou o presidente da Funcaju, Cássio Murilo.

Inaugurada em 31 de janeiro de 1961, a biblioteca Clodomir Silva oferece atividades como consulta e pesquisa aos livros do acervo; empréstimo domiciliar e promoção de oficinas literárias, exposições e palestras. Alguns projetos são contínuos, promovendo o incentivo à leitura, e outras atividades são baseadas em um calendário cultural: ‘Hora do Conto’; ‘Hora do Cordel’; ‘Biblioteca Vai à Praça; e o ‘Encontro com o Escritor’.

De acordo com a coordenadora da Clodomir Silva, Fabiana Bispo, durante todos esses anos, a unidade vem aumentando o seu acervo e promovendo ações educacional, cultural, recreativa e informacional em consonância com a atualidade. “Também vem contribuindo, no decorrer desses 58 anos, na interação entre a informação e o conhecimento na comunidade. É muito satisfatório o papel social que a nossa biblioteca vem cumprindo durante quase seis décadas”.

A estrutura da biblioteca possui um hall com a exposição fixa do patrono Clodomir Silva, um auditório onde são realizados os eventos, salas de leituras de obras gerais e raras. Além de um Telecentro Comunitário de Inclusão Digital, uma Gibiteca, e a ‘Cordelteca João Firmino’, considerada a primeira Biblioteca de Cordel Municipal do Brasil. Atualmente, o acervo da cordelteca é composto por cerca de mil exemplares de livretos para leitura e pesquisa. Também possui folhetos, antologias de literatura de cordel, livros teóricos, teses e dissertações sobre este estilo literário  e uma galeria com informações biográficas de 36 poetas cordelistas sergipanos.

Para a pedagoga, cordelista e presidente fundadora da Academia Sergipana de Cordel, Izabel Nascimento, o espaço reservado para guardar as obras de cordéis também é fundamental dentro de uma biblioteca. “As cordeltecas, a forma que chamamos as bibliotecas por cordéis, são imprescindíveis para a valorização da nossa literatura de cordel. É através deste acesso que os leitores e leitoras terão contato com as obras, conhecerão os autores e entrarão na magia que envolve o nosso cordel”, ressaltou.

A Clodomir Silva fica localizada na rua Santa Catarina, nº 314, no bairro Siqueira Campos, e está aberta para receber as escolas.Para visitar a exposição e participar dos projetos promovidos pela biblioteca é necessário fazer um agendamento. Outras informações sobre o espaço e a programação podem ser obtidas através do telefone 3179-3712.

Fonte: PMA