AS PERIPÉCIAS DO ESPORTE SERGIPANO, 1ª EDIÇÃO

Autor: Joel Batalha, radialista, jornalista, advogado e escritor

 
 ALMIRO BIGODINHO, O  ÀRBITRO COLUNA DO MEIO
Almiro de Oliveira Pinto, o conhecidíssimo “Bigodinho”, é um dos árbitros de futebol mais antigo da Liga Sergipana de Futebol de Bairros de Aracaju. Jogador, peladeiro, na década 80, no time do América de Nanã, clube já extinto. Jogava de lateral esquerdo no time de aspirantes e nunca chegou a atuar na equipe principal. Era um péssimo zagueiro. O América de Nanã dificilmente perdia em seu campo localizado na Avenida Maranhão, nesta capital, onde situava o campo da Vila Izabel. Nanã,  uma conhecida “mãe de santo”, adorava o futebol.
           Desgostoso por não se consagrar como jogador de futebol, eis que Almiro Bigodinho, aconselhado por amigos, achou por bem abraçar a carreira de árbitro de futebol, fato ocorrido no final da década 80. Adora apitar futebol de várzea e praiano. Leva sempre consigo, aos domingos e feriados, seu uniforme de árbitro, não se esquecendo do apito. Se for possível, paga para apitar. Faz questão de divulgar as notas dos times de bairros nas emissoras de rádios, televisão e nos principais jornais de Aracaju, sempre citando o seu nome como árbitro aonde vai apitar.

            Almiro Bigodinho é, de fato, um adepto do esporte amador sergipano. Quase seria aproveitado na crônica esportiva, na época, quando não existia ainda faculdade de comunicação. “Dormiu de touca na mão”, como diria o saudoso zagueiro do Brasília Futebol Clube, de nome Chico Bruto. Onde o time da Associação dos Cronistas Desportivos de Sergipe–ACDS vai-se apresentar, o Bigodinho dá o seu nome para apitar, seja na capital ou no interior. Não nega que é um ferrenho torcedor do time de futebol da crônica esportiva. É diretor-tesoureiro da equipe de Veteranos do Eduardo Gomes. Ainda hoje, Almiro Bigodinho não perde o costume, continua participando dos campeonatos de quarentões.

             É denominado “árbitro coluna do meio”, principalmente nos jogos em que os times da ACDS e Veteranos do Eduardo Gomes participam. O que muita gente admira é capacidade física de Almiro Bigodinho. Dentro de campo? Não. Em suas andanças nos bairros da capital sergipana, caminhando quase diariamente a pé, cumprindo sua atividade profissional, que é a de representante comercial. Dentro de campo, torna-se diferente, apita sem sair do meio do gramado. Sua visão parece de menino, mesmo com seus 50 anos de idade. Por não ter condições ideais físicas, às vezes, o polêmico juiz do Século XX causa a maior confusão dentro de campo, na marcação de impedimentos, anulando gols, deixando em pânico os atletas, dirigentes e torcedores litigantes. Certa feita, um jogador, não gostando de sua arbitragem, ameaçou-o colocando o dedo indicador da mão direita rente ao seu famoso bigode de “guidom de bicicleta”. Não o expulsou. Bigodinho, achando que a violência também está predominando no futebol de bairros, tomou a iniciativa de apitar jogos com colete à prova de balas. A moda está pegando…

 

 

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