Ribeiro Neto inicia carreira literária

Ribeiro Neto lança livro de poesias
Jogador e treinador de sucesso em diversos clubes brasileiros, inclusive Sergipe e Confiança, Ribeiro Neto disse que está aposentado para o futebol. “Não quero saber mais de futebol em Sergipe, porque o talento e a capacidade dos profissionais da casa não são reconhecidos pelos dirigentes”, desabafou, acrescentando que os treinadores de fora recebem altos salários, têm apartamento, carro, equipamentos para trabalhar, os atletas indicados são contratados, enquanto os treinadores sergipanos são obrigados a fazer milagres, ou seja, tirar leite de pedra.

O último clube que ele treinou foi o Sergipe, onde ficou à frente da equipe durante 50 dias sendo demitido no final de janeiro deste ano, faltando uma semana para o time estrear na Copa do Brasil, em Aracaju, contra o Cruzeiro de Belo Horizonte (MG). Diante dessa falta de respeito e reconhecimento profissional, foi que Ribeiro Neto decidiu encerrar de vez a carreira no futebol. “Aqui em Sergipe, os clubes não assinam a Carteira de Trabalho e quando rompem o contrato com o técnico só pagam os dias trabalhados. Não quero mais isso para a minha vida”, justificou.

A carreira literária – Ribeiro Neto disse que quando foi demitido do Sergipe, em janeiro deste ano, e ficou mais uma vez desempregado no futebol só vislumbrava duas alternativas para sua vida: voltar para a casa de sua mãe, no Rio de Janeiro, ou permanecer em Aracaju e lançar mão de seu talento literário. Decidiu partir para o lançamento de um livro de poemas, intitulado “Pensamentos do Coração”. Procurou então, Eduardo da Mídia que se prontificou a coordenar o projeto do livro, em parceria com Reinaldo Moura que foi o primeiro amigo a apóia-lo para tornar seu projeto em realidade.

“Escrevo poemas desde criança, mas nunca pensei em tornar público esse outro talento que tenho”, observou Ribeiro Neto, que disse ainda, que também escrevia quando se encontrava na concentração antes dos jogos. “A inspiração não escolhe lugar”, afirmou. Com 30 poemas, ele explicou que o livro ainda não foi lançado oficialmente, apenas se encontra na primeira remessa de 1.000 exemplares, que vêm sendo adquiridos pelos amigos. O projeto gráfico da obra é da Mídia Publicidade, a impressão da Gráfica Triunfo e o apoio cultural do Banese.

Ribeiro Neto afirmou que essas primeiras 1.000 cópias que já se encontram impressas estão sendo adquiridas por amigos para que ele possa saldar as dívidas, mas a sua idéia é dar continuidade à divulgação da obra com mais 4.000 exemplares, através de patrocínio e com uma editora, para que “Pensamentos do Coração” possa chegar a Salvador (BA), São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília (DF) e até à Argentina. “Agradeço aos inúmeros amigos que estão me ajudando e que me fazem ser o homem mais feliz”, afirmou.

Os 30 poemas que fazem parte da obra, segundo o autor, falam essencialmente de amor como linguagem universal dos povos. “É o coração falando”, definiu Ribeiro Neto. Um outro projeto profissional que ele está trabalhando é o de apresentar um programa esportivo na TV, intitulado de “Tribuna de Honra”. As negociações do projeto estão sendo mantidas com Clóves, diretor de Marketing da TV Cidade – canal 20 (TV fechada, ou seja, por assinatura). “Mantive os primeiros contatos com uma TV aberta, mas não obtive um retorno da proposta”, lamentou.

Carreira no futebol
Ribeiro Neto iniciou a carreira de jogador aos 10 anos nas divisões de base do Flamengo (RJ), onde ficou de 1960 a 1972, época da grandiosa geração dos craques Zico, Júnior, Adílio, Andrade e Titã. De 1980 a 1982 fez parte do futebol de salão da Organtec. A partir de 1983 partiu para o futebol de campo treinando a Associação Desportiva Confiança, onde se tornou campeão estadual no mesmo ano. Em seguida, passou pelas equipes do Vasco Esporte Clube, Estanciano. Ao Confiança retornou pelo menos umas nove vezes.

No Club Sportivo Sergipe, ele dirigiu a equipe na campanha do hexacampeonato em 91, 92, 93 e 95. Neste último ano, saiu do Sergipe e se tornou treinador do Náutico (PE) e prosseguiu sua carreira no Vitória de Santo Antão (PE), ASA de Arapiraca (AL), Cascavel (PR) e Ipiranga (BA), voltando a ser técnico do Sergipe no início deste ano, onde encerrou a carreira. “Os títulos que conquistei foram memoráveis, por isso, as torcidas dos diversos clubes que treinei e foram campeões me admiram até hoje”, avaliou Ribeiro Neto.

Títulos inesquecíveis – Entre os títulos inesquecíveis, Ribeiro Neto destacou aqueles que eram considerados pela torcida como perdidos. Como exemplo, citou o de 1983 pelo Confiança, quando assumiu a equipe que se encontrava numa posição ruim na tabela de classificação do Campeonato Sergipano, mas conseguiu reverter a situação conquistando o título. Em 1991, pelo Sergipe foi pior ainda, porque no meio do ano o título estava praticamente descartado. “Nessa época criei os “Anjinhos”, observou.

Depois de estar vencendo o Amadense por 2 a 0, em Tobias Barreto, Ribeiro Neto disse que o time Rubro perdeu o jogo por 3 a 2 e cedeu mais dois pontos para o Confiança, que caminhava como favorito para conquistar o título. Foi quando criou a figura dos “Anjinhos”, que teriam lhe dito no ouvido: “Não chore nem desanime, que você ainda vai ser campeão estadual com esse time”. Foi quando sustentou essa criação como uma verdade e o Sergipe se tornou campeão em 08 de dezembro de 91, dia da padroeira da Arquidiocese de Aracaju, Nossa Senhora da Conceição. 

 

Por Anderson Araújo

       

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