Jornalistas se manifestam contra MP que extingue registro obrigatório

Sindicalistas se manifestam no calçadão, em Aracaju. (Foto: Portal Infonet)

Jornalistas e sindicalistas liderados pelos sindicatos dos Jornalistas (Sindijor) e dos radialistas (Sterts) se reuniram na manhã desta sexta-feira, 13, e promoveram uma manifestação contra a MP 905, que pretende extinguir diversas categorias, dentre elas as dos profissionais da comunicação.

Presidente do Sindijor, Edmilson Brito, critica proposta federal. (Foto: Portal Infonet)

Para o presidente do Sindijor, Edmilson Britto, a concretização da medida pode culminar em uma produção de conteúdo jornalístico sem o devido controle sobre a formação profissional daquele que a produz. “Estamos nos manifestando contra essa medida porque retira o nosso registro profissional, o que é um absurdo, pois esta é uma forma de conhecer os nossos profissionais e ter um controle de quem está divulgando a notícia”, disse o presidente, que também criticou a forma como a medida foi tratada pelo governo federal, “É um absurdo também que um presidente edite uma MP que derruba algo que está em vigor há mais de 40 anos sem os devidos diálogo e conversa junto aos movimentos sindicais”, destaca.

O ato contou também com a participação de sindicalistas ligados à Central Única dos Trabalhadores de Sergipe (CUT), que utilizou do momento para criticar o projeto de reforma da previdência proposto pelo governador Belivaldo Chagas (PSD) e denunciar a possibilidade de precarização das profissões envolvidas na MP do governo de Jair Bolsonaro.

“Nossa ideia hoje é a de dialogar com a população sobre os impactos que a sociedade terá com essa MP. No caso dos jornalistas e radialistas é algo grave porque fará com que as informações passadas à sociedade sejam colocadas sob suspeita. Num cenário como esse, qualquer um acaba podendo ser jornalista e radialista”, identifica o presidente da CUT, Roberto Silva.

Presidente da CUT, Roberto Silva, critica proposta. (Foto: Portal Infonet)

Segundo Roberto, há outras questões ligadas à MP 905 que podem gerar problemas para a classe trabalhadora. Ele ainda classifica a atitude do governo como uma nova versão de reforma nas leis trabalhistas, “Ela provoca uma nova reforma trabalhista. Há uma série de medidas suprimidas com essa medida, a exemplo do trabalho aos domingos, feriados nacionais e feriados santos, além e que existirá a supressão das gradações de multas por infrações trabalhistas que os patrões possam vir a cometer contra os trabalhadores. Outro problema é que, com ela, o trabalhador pagará o desconto previdenciário no seguro-desemprego. É preciso dizer não a essa medida provisória e nós vamos acompanhar a votação dos parlamentares de Sergipe”, concluiu o sindicalista.

por Daniel Rezende

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